Faço uma breves observações sobre a performance dos partidos de centro-esquerda nesta eleição, com destaque para o segundo turno:
1) Esta foi uma eleição de transição por parte do eleitor: a marola do antissistema de extrema-direita e apolítico acabou. O eleitor cravou no conhecido e tradicional. Nessa, o centro-direita levou a melhor.
2) Mesmo no campo do centro-esquerda, sobressaíram candidaturas com "recall". O eleitor foi moderado.
3) No campo de centro-esquerda, 20 candidaturas disputaram a prefeitura neste segundo turno (de um total de 57 municípios que voltaram às urnas neste domingo). Venceram em 9 (não contei a vitória do PSB em Recife)
4) O PT disputou 15 dessas 20 prefeituras em que o centro-esquerda esteve neste domingo. Venceu em 4, sendo duas delas com mulheres, no interior de Minas Gerais.
5) Destacaria, assim, algumas características desta transição que presenciamos nesta eleição:

a) o eleitor, como disse, está voltando ao eixo e está mais moderado nas escolhas;
6) No que tange ao campo do centro-esquerda:

b) as mulheres se destacaram, tanto nas candidaturas ao executivo municipal, como à Câmara Municipal;
7) Ainda no campo de centro-esquerda:

c) houve um ensaio de inovação com as covereanças. Algo que as candidaturas identitárias vinham esboçando desde 2016, mas, agora, se generalizou na esquerda tupiniquim;
8) Para finalizar, algo sobre o PT. As duas prefeitas eleitas em MG pelo PT não são da corrente majoritária deste partido. Uma das duas vereadores do PT que se elegeram em BH também não faz parte do campo majoritário. Há um recado no ar. Essas são as primeiras observações (FIM)

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30 Nov
Bom dia. Ainda vivemos o rescaldo das eleições de 2020. Mas, já dá para dar alguns pitacos. Faço um fio com o intuito de sugerir que cravar certezas sobre a política brasileira é andar na corda bamba. Segue o fio. Image
1) No Brasil, país latino, o esporte é a aposta. Um movimento infantil, de autoafirmação, em que se pretende vender a imagem de adivinho. Algo intrigante, dado que se o apostador perde, mergulha na penumbra do esquecimento. Se vence, gera surpresa até fazer a aposta errada. Image
2) A palavra que define essas eleições não é derrota, nem mesmo vitória, mas transição. Uma transição de uma decisão que tinha se formado entre 2016 e 2018 e que, agora, parece se dirigir ao lado oposto. Image
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29 Nov
Bom dia. Dia de eleição em 57 cidades do Brasil. Algo um pouco superior a 1% do total dos municípios brasileiros. Contudo, somam perto de metade do eleitorado. Portanto, os vencedores levarão mais que batatas. Segue o fio
1) Serão 57 cidades que decidirão qual prefeito, dentre dois, governará seu território pelos próximos 4 anos: 16 paulistas, 5 cariocas/fluminenses, 5 gaúchas, 4 mineiras, 2 pernambucanas, 2 cearenses, e assim por diante.
2) Se destacarmos as candidaturas de centro-esquerda que estarão neste segundo turno encontramos, num total de 20 (sendo 10 em capitais): 15 do PT, 2 do PDT, 2 do PSOL e 1 do PCdoB
Read 13 tweets
11 Nov
A novidade nesta eleição em Belo Horizonte: a Coletiva
Na eleição passada, várias candidaturas identitárias do PSOL lançaram a ideia das candidaturas coletivas. A novidade dialogava com a experiência política de 2013: liderança não é algo individual, mas coletivo. Segue o fio
1) Havia, ali, uma simbiose entre a democracia representativa – aquela em que o cidadão vota em alguém que o representará no campo institucional – e a democracia participativa – em que vários coletivos e cidadãos se inserem nas estruturas de poder público
2) Em 2016, a campanha coletiva lançava várias candidaturas a partir de uma ideia de unidade, de projeto comum ao redor da sigla MUITAS. A proposta elegeu Áurea Carolina e Cida Falabella e acabou gerando um gabinete unificado na Câmara de Vereadores: a Gabinetona
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9 Nov
Boa tarde. Vou socializar cinco fotos (em um mini fio) da matéria da Carta Capital onde faço uma análise da encruzilhada da eleição paulistana para o PT e o PSOL Image
Aqui, as opiniões do Valter Pomar, as minhas e as de Sérgio Braga Image
Nesta penúltima foto, o texto ampliado para facilitar a vida de gente mais idosa como eu.... Image
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4 Nov
Retorno à análise das crises petistas abertas pelos Fernandos. No fio de hoje (mais cedo), detalhei o "novo acordo interno" forjado por Fernando Pimentel que redundou num imenso fracasso. Agora, analisarei os erros de outro Fernando, o Haddad. Este, quebrou as pernas do PT SP.
1) Fernando Haddad era uma aposta de renovação, algo extremamente necessário ao PT. Jovem, perfil classe média branca intelectualizada, contido, estilo britânico, não muito afeto às periferias, como o outro Fernando, próximo de uma agenda gerencialista-empresarial.
2) No MEC, desmontou toda tradição de proposta pedagógica progressista do país que envolve gente como Paulo Freire e Anísio Teixeira. Ao contrário, propôs a adoção das avaliações externas, refutadas por uma de suas criadoras, Diane Ravicht.
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4 Nov
Em meio à tensão que vivo neste acompanhamento da apuração dos votos nos EUA, decidi fazer um fio atemporal sobre como os Fernandos desmontaram a imagem do PT em São Paulo e Belo Horizonte. Que fique claro: torço pelo PT e é por este motivo que alerto para os erros. Segue o fio
1) Fernando Pimentel ingressou na prefeitura de Belo Horizonte para se opor ao modo petista de governar e, consequentemente, parte considerável dos programas de Patrus Ananias. Logo de início, ficou famoso o seminário que planejou esta reviravolta.
2) Pimentel tinha como mote a transformação de BH em cidade global. Conceito nascido nas projeções utópicas empresarias da década de 1990, significa aglomerações urbanas que funcionam como centros de influência internacional, casos de Nova York, Tóquio, Roma, Paris, Londres...
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