Incel são uma facção mais conhecida da machosfera. Apesar de conhecidos, existe muita desinformação sobre. Incel vem de "involuntary celibates", celibatários involuntários, e, diferente do que o nome sugere, não ressentem tanto a falta de sexo, mas a falta de relações amorosas
Sendo parte do ecossistema da machosfera, eles compartilham o dialeto e muito das ideias de lá. Quando perguntados, eles se dizem uma "filosofia de vida", não um grupo fechado, clube ou ideologia. Se organizam em fóruns anônimos na internet.
Apesar de se dizerem uma "filosofia de vida", não é uma filosofia que qualquer um pode aderir. "Ser incel", para eles, é possuir características inatas, genéticas, que impeçam o estabelecimento de relações amorosas com mulheres.
Essas características genéticas dizem respeito, em grande parte, a atributos físicos. Homens que tem sucesso em relações amorosas são entendidos como possuidores de determinadas qualidades físicas que atraem mulheres (tamanho do crânio, proeminência maxilar, diâmetro do pulso...)
Dessa forma, não se pode mudar a condição de incel. É notário o principio eugenista, a organização de uma coletividade humana a partir de leis universais genéticas, dessa "filosofia de vida". Por "genética inferior", eles se entendem como um grupo oprimido injustamente
Oprimido tanto por homens que tem sucesso na vida amorosa quanto por mulheres que os rejeitam. Mas até aqui é o que caracteriza alguém enquanto "possuidor de características físicas incel", para se tornar realmente um incel é preciso aderir a "filosofia de vida"
A "filosofia de vida" passa por aceitar que possui essa "genética inferior", é "tomar a redpill" (que já explicamos previamente). Com isso, eles acreditam ser detentores da verdade universal guardada, das regras biológicas que regem relacionamentos humanos
De certa forma, apesar de considerarem sua "genética inferior" nas questões físicas, incels, talvez por compartilharem essa "verdade oculta", frequentemente se entendem como mais inteligentes que "normies" ou "bluepill" (quem não tem acesso a essa "verdade")
Por serem contrários aos "normies", eles se entendem como anti-sistêmicos, mesmo sendo adeptos as ideias da machosfera de retomada de estruturais mais patriarcais, misóginas, racistas e xenófobas.
A proximidade com ideias eugenistas gera um ambiente fértil para neonazistas. E alguns incels admitem essa infiltração neonazista em seus fóruns. É frequentem observar nesses fóruns "piadas" que normalizam símbolos nazistas.
A acusação de neonazismo, porém, é sempre rebatida com mais piadas. A ironia serve tanto para neonazistas verdadeiro testarem o quanto aquele fórum é receptivo a suas ideias quanto para se defender quando acusados.
Além da infiltração neonazista em seus fóruns, eles também reconhecem que a facção estadunidense de incels teve grande influência de ideias de supremacia branca, refletidos principalmente em ideias de "defesa do ocidente". Contudo, rebatem apontando a existência de incels negros
Mas a supremacia branca não é observável apenas na facção estadunidense, um termo incel brasileiro é "Cleiton", para se referir especificamente a homens "betas" e negros, entendidos como inferiores a homens "betas" brancos.
Por hoje ficamos por aqui, amanhã temos mais! Se cuidem, não se percam pelos cantos escuros da internet!
Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então vamos continuar falando sobre o Evola e seu pensamento. Vamos explorar a questão dos yugas e das castas do pensamento antiliberal, anticomunista e fascista do autor italiano
Evola advoga pela existência de um "mundo metafísico superior", isso junto com uma grande valorização de hierarquias e cultura hindu, levou Evola a apoiar sistemas de castas. Inclusive uma concepção do tempo como dividida em castas, ou Yugas
O primeiro Yuga é a Era de Ouro, Satya Yuga, governada pela "casta superior" de sacerdotes. A partir da “degenerações”, como chama Evola, a Era de Ouro dá lugar a outras Yugas.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Bora falar então dos três porquinhos do Tradicionalismo: Bannon, Dugin e Olavo de Carvalho.
Vamos ver da onde surgiu as ideias desse guru do Bolsonaro e seus colegas
Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, concedeu entrevistas a Teitelbaum. Nelas, ao abordar o Tradicionalismo, Bannon contou como descobriu o Tradicionalismo numa viagem para o Oriente e demonstrou bastante conhecimento sobre pensamentos de Guénon e Evola.
Apesar de não podermos chamar Bannon de tradicionalista, pelas ideias conflitantes entre Tradicionalismo e políticas populistas de extrema direita, é notório que essas ideias influenciaram o estrategista