Hoje é nosso último dia falando de anc*p e o tema de hoje é a relação entre o anc*p e a supremacia branca.
Pessoas sensíveis a esse tipo de conteúdo devem estar atentas pois no fio serão mostradas bandeiras antissemitas e racistas.
Primeiro vamos conversar sobre essa bandeira que temos brincando desde semana passada.
A bandeira de Gadsden foi criada em 1775 para representar tropas na Revolução Americana contrárias a colonização britânica.
Mas esse não é seu uso atual
Como mostra o canal @meteoro_br em vídeo recente, a bandeira nunca caiu em total desuso. É ligada a movimentos racistas desde pelo menos desde os anos 60, usada por movimentos brancos contrários ao Movimento de Direitos Civis que acabou com a segregação racial institucional
Mas seu uso voltou com força a partir dos anos 2009, com a ala ultra conservadora do Partido Republicano nos EUA utilizando como símbolo de seu movimento, o Tea Party movement. Nesse movimento estavam inseridos anc*ps e a partir dai o uso dessa bandeira por anc*ps ficou comum
Podemos ver a bandeira em outros movimentos racistas
e neonazistas da extrema direita dos EUA, como foi a manifestação de 2017 "Unite the Right" em Charlottesville, na Virgínia, onde frases como "Jews will not replace us" (judeus não vão nos substituir) foram gritadas
E, mais recentemente, na invasão do Capitólio em Washington na tentativa de impedir a certificação do presidente democrata eleito Joe Biden, onde a bandeira usada por anc*ps flamula tranquilamente próxima a uma bandeira confederada (símbolo racista nos EUA)
E próxima também de símbolos de apoio a forças policias usadas para contrapor o movimento Black Lives Matter, que é a bandeira dos EUA com uma tira azul, ou a "Blue Thin Line", ideia de que a linha tênue (e azul) que separa a civilização do caos é a policia
Símbolo do movimento "Blue Lives Matter", um movimento de apoio a polícia que surgiu como contraponto ao Black Lives Matter, movimento contrário a execução de pessoas negras pela polícia.
Mas não é só a bandeira que liga anc*ps a supremacia branca.
Seus próprios teóricos mais importantes, Hans-Hermann Hoppe (economista alemão-americano membro do think tank anc*p "Instituto Ludwig von Mises Institute") e Rothbard (economista estadunidense considerado fundador do anc*p) frequentemente mostram apoiam a movimentos racistas
Tradução:
O primeiro livro se lê
"Branco, de direita e libertário com prefácio escrito por Hans-Hermann Hoppe"
O segundo recorte de jornal de Rothbard onde ele defende David Duke, antigo líder da Ku Klux Klan
Não é atoa que seus seguidores, em chans (fóruns anônimos de debate), usem seu símbolo próximo ou em conjunto a símbolos de ódio. Esta na base filosofia política que pregam.
Na 1ª imagem podemos ver a bandeira Gadsden junto a um fascio em meme achado em um dos chans pesquisados
A segunda imagem é o símbolo do /pol/ de outro chan, o /pol/ é o local onde se debate política nesses fóruns e esse em específico se lê "Politicamente Incorreto" e a bandeira de Gadsden junto a símbolos nazistas e da KKK.
E são por esses motivos, além de sua ligação simbiótica com a machosfera, que anc*ps são aqui citados como um grupo de ódio.
Esse foi um fio mais sério, não conseguimos fazer brincadeiras com neonazismo, mas é importante trazer esse debate.
De forma a não propagar ideias de extrema direita, as obras citadas nesse fio, de forma excepcional, não estarão referenciadas.
Contamos com a compreensão de todos.
Vídeo recomendado:
Vale um adendo: a bandeira confederada é considerada um símbolo racistas no EUA pois foram o Estados Confederados na Guerra Civil estadunidense que eram contrários a libertação das pessoas escravizadas.
Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então vamos continuar falando sobre o Evola e seu pensamento. Vamos explorar a questão dos yugas e das castas do pensamento antiliberal, anticomunista e fascista do autor italiano
Evola advoga pela existência de um "mundo metafísico superior", isso junto com uma grande valorização de hierarquias e cultura hindu, levou Evola a apoiar sistemas de castas. Inclusive uma concepção do tempo como dividida em castas, ou Yugas
O primeiro Yuga é a Era de Ouro, Satya Yuga, governada pela "casta superior" de sacerdotes. A partir da “degenerações”, como chama Evola, a Era de Ouro dá lugar a outras Yugas.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Bora falar então dos três porquinhos do Tradicionalismo: Bannon, Dugin e Olavo de Carvalho.
Vamos ver da onde surgiu as ideias desse guru do Bolsonaro e seus colegas
Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, concedeu entrevistas a Teitelbaum. Nelas, ao abordar o Tradicionalismo, Bannon contou como descobriu o Tradicionalismo numa viagem para o Oriente e demonstrou bastante conhecimento sobre pensamentos de Guénon e Evola.
Apesar de não podermos chamar Bannon de tradicionalista, pelas ideias conflitantes entre Tradicionalismo e políticas populistas de extrema direita, é notório que essas ideias influenciaram o estrategista