Essa foto circulou mais cedo pela internet. Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, estudando vídeos dos jogos do Flamengo.
Um detalhe não fugiu do olhar dos mais atentos: o nome do vídeo. "Perda Zona Alta" era o título do compilado.
O que pode querer dizer?
É comum que os bons treinadores estudem adversários usando vídeo.
Muitas vezes, compartimentam o jogo em vários pequenos pedaços para encontrar padrões. Ao separar um compilado de "perdas de bola em zona alta", o Palmeiras está procurando detalhes de uma situação específica.
A tal "perda em zona alta" representa nada mais do que todas as vezes que o Flamengo perdeu a bola no chamado "terço final", ou seja, a zona de ataque.
Abel e sua comissão querem saber como o time se comporta nessas situações para encontrar onde estão as brechas.
E não adianta... sempre haverá brechas. O futebol é, por definição, um jogo de cobertor curto: você cobre a cabeça e deixa o pé de fora ou vice-versa. Não existe esquema infalível.
Mas, independente disso, o Flamengo está longe de ser um timaço no momento.
Um dos problemas desse Fla atual é justamente o controle dos contra-ataques adversários. A transição defensiva vem sendo lenta e desestruturada.
O lance específico que ele está olhando na foto é esse aqui... Uma jogada lenta de ataque do Flamengo que gerou um contra-ataque com finalização do Ceará. A bola sai de uma área à outra em dez segundos.
Repare que, quando Bruno Henrique recebe a bola, há seis jogadores do Flamengo e nove do Ceará na imagem.
Quando Vina recebe, o time do Fla inteiro já foi batido e os dois atacantes estão disparando para cima dos zagueiros...
Hoje, o Flamengo é um time que não "ataca defendendo". Ou seja, não está totalmente preparado para situações de perda da bola. A pressão pós-perda é frouxa e os encaixes ficam distantes, então o adversário consegue escapar.
Por outro lado, o Palmeiras se sente bastante confortável defendendo perto do próprio gol e saindo rapidamente no contra-ataque. Um encaixe perfeito. Por isso, é tão importante Abel Ferreira entender exatamente como e por onde os contra-ataques serão construídos.
Mas não se engane: aquele não foi o único lance estudado por Abel. Só no primeiro tempo contra o Ceará há uma miríade de "perdas em zona alta" para estudar.
Mesmo as que não geraram contra-ataque revelam algum padrão...
Quem sobe para pressionar? Quem recua instantaneamente? Como se posicionam os laterais? Como se comportam os zagueiros?
Tudo isso importa.
A imagem inicial não revela nada demais. Não há nada novo no fato de que um treinador estuda o outro em detalhes. Com ou sem a foto, o rubro-negro precisa se preocupar com essas jogadas simplesmente porque, aparentemente, é o tipo de situação que o jogo vai proporcionar.
Ah, vou falar com mais detalhes sobre o confronto lá no Telegram. É só chegar: t.me/teofb7
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O São Paulo venceu com uma jogada ensaiada de escanteio. Mérito dos jogadores e também de Fernando Diniz e sua equipe.
Mas o detalhe mais legal passa despercebido: a jogada foi pensada especificamente pra esse jogo...
Fernando Diniz e sua equipe técnica estudaram direitinho o adversário.
Veja os escanteios cobrados contra o Sport nos últimos quatro jogos. Veja onde sempre tem um buraco na marcação...
O que o SPFC fez? Usou cinco caras arrastando a defesa para perto do gol e colocou Luciano (canhoto) longe do bloqueio. Na hora certa, correu para o espaço vazio.
O espaço que SABIAM que estaria lá.
A cobrança veio aberta e rápida, perfeita para a finalização.
Todo mundo sabe que o principal desafio do Flamengo é ajustar a defesa. O problema não vem de hoje: desde o início do ano o setor não vem bem. Mas agora, no momento mais agudo da temporada, é uma necessidade latente, a prioridade número 1 de Rogério Ceni.
Há problemas coletivos, envolvendo o time todo. Se a marcação na frente não está ajustada, a bola chega limpa para cima dos zagueiros. Se há muito espaço entre os setores, a zaga fica exposta… Todos já sabemos disso
Um roteiro tão bizarro que chega a ser angustiantemente previsível.
Uma noite muito triste. Aliás, mais uma.
Na Argentina, oscilou, teve altos e baixos, passou perrengue no começo dos dois tempos, mas conseguiu empatar logo depois de tomar o gol e levou o 1x1 até o fim.
O Racing foi cansando e o Flamengo cresceu muito na segunda metade do segundo tempo.
Faltando 20 min de jogo, o time já controlava a posse e ditava o ritmo. Preocupado, Beccacece recuou o time, fez uma substituição para fechar o lado direito... Parecia que a virada viria naturalmente.
O Flamengo foi à Argentina, empatou com o Racing e voltou para casa com um resultado vantajoso, porém perigoso.
Um jogo de altos e baixos, alguns momentos de perrengue e escolhas curiosas. Quero mergulhar justamente nas escolhas de Rogério Ceni!
Olhar para as escolhas de um treinador pode ser mais complicado do que parece. Segundo o @luis_cristovao, sofremos de uma doença coletiva chamada “treinadorismo”, que nos leva a analisar cada decisão unicamente a partir das nossas próprias ideias.
Na semifinal da Copa de 1990, as duas últimas campeãs se enfrentavam. O maior desafio da Itália era parar o gênio Maradona, mas pelo menos tinha a vantagem de jogar em casa... Ou melhor... Será?
Os melhores jogadores e os melhores times do mundo estavam na Serie A. Naquela temporada, o Milan de Arrigo Sacchi encantava o mundo, revolucionava o futebol e vencia a Copa dos Campeões da Europa pela segunda vez consecutiva.
A Juventus conquistava a Copa da UEFA, enquanto a Sampdoria vencia a Recopa Europeia.
A Internazionale, mesmo sem títulos, tinha um timaço — e havia vencido a temporada anterior com sobras.
Um jovem Roberto Baggio despontava na Fiorentina...
O ano era 1982. O governo militar argentino estava em maus lençóis. O modelo econômico dos anos 70 havia se esgotado no início dos anos 80. O país estava mergulhado em uma profunda recessão, a inflação anual ultrapassava a marca de 90% e a classe média empobrecia rapidamente.
O que um governo ultranacionalista pode fazer diante de tamanha crise? Declarar uma guerra. Foi assim que a Argentina decidiu retomar as Ilhas Malvinas do controle britânico.
Mas os generais subestimaram a situação e o tiro saiu pela culatra. Afinal, mesmo com seu poderio militar concentrado a meio mundo de distância, o Reino Unido não tinha o menor interesse em perder um confronto bélico no auge da Guerra Fria e em ano eleitoral.