O neoliberalismo "funcionou" nos EUA da seguinte maneira: com uma enorme oferta de crédito para os trabalhadores, criou uma legião de endividados dóceis. Mas 2008 marcou o começo do fim disso. Entendam (1/7).
Basicamente, tudo que era necessário, encareceu e passou a ser causa de endividamento: moradia, saúde e educação. Bens de consumo, ao contrário, baratearam. Sobretudo computadores, celulares etc (2/7).
Em um país onde tudo é pago e não existe uma rede de bem-estar social, isso foi chegando em um limite. Do quanto as pessoas poderiam pagar e, é claro, o quanto eles poderiam financiar (3/7).
A queda do castelo de cartas financeiro em 2008 mudou isso. A classe trabalhadora se viu na bancarrota. E Obama dobrou a aposta de Wall Street, resgatando bancos e deixando famílias a ver navios (4/7).
Isso acelera um processo de décadas. O resultado é que a porta da esperança do American Way of Life fechou para os americanos com menos de 35 anos. Os quais têm de aguentar as cobranças de pais e irmãos mais velhos. Eles seriam losers (5/7).
O resultado é a popularização do, há bem pouco, demonizado termo "socialismo", mas não apenas. O establishment democrata voltou ao poder com Biden, mas com uma agenda econômica de incentivos e estímulos. Bem diferente de Obama (6/7).
Biden sabe que para salvar o sistema americano, ou simplesmente evitar que os socialistas dominem seu partido, ele precisa de uma agenda generosa, heterodoxa. Mas isso ainda está bem longe do que a América precisa (7/7).
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