Butantan localiza variante sueca do novo coronavírus em SP e confirma outro caso da sul-africana. Mais do que nunca, investir em ciência, seguir com a vigilância e aumentar as restrições e adesão das medidas de enfrentamento é imperativo

g1.globo.com/bemestar/coron…
A variante emergente da África do Sul é a B.1.351. Sabemos que apresenta um conjunto de mutações, como a E484K, que podem estar relacionadas com um aumento do escape da resposta imunológica por pessoas recuperadas e por algumas vacinas*
*no caso de Vacinas, algumas testaram um dos componentes que forma resposta imunológica contra o agente infeccioso, a ação é quantidade dos anticorpos neutralizantes. Nesses estudos, observa-se um impacto significativo pela B.1.351, mas não temos dados da imunidade celular, p. ex
Já a variante emergente sueca, é a B.1.1.38. Ainda não encontrei o conjunto de mutações que ela apresenta e assim que encontrar, farei um fio falando sobre ela.

De qualquer maneira, precisamos aumentar a vigilância dessas e outras variantes e aumentar restrições.
Não é hora de flexibilizar, muitos estados estão com patamares altos de novos casos, mesmo apresentando estabilidade, e precisamos entender melhor o cenário que estamos lidando e a contribuição dos fatores envolvidos nele.
Quanto maior a transmissão, maior o risco de estarmos observando, no curtíssimo prazo, o surgimento de variantes de interesse e de preocupação, que podem reunir adaptações que nos coloquem ainda mais num cenário complexo.

Não é hora de flexibilizar.
Portanto, o que tu pode fazer?
- seguir adotando todas as medidas de enfrentamento e conscientizando os teus próximos da relevância disso e da gravidade da situação
- vacinar assim que possível, se tiver indicação, e retornar no período certo pra segunda dose
Somado com a manutenção/aumento das restrições, que é necessário demais nesse momento para que uma reversão de tendência não ocorra e volte a subir os novos casos diários, consequentemente impactando nas hospitalizações e em outros parâmetros.
B.1.1.38: não parece, nesse momento, ter mutações de interesse. Ela apresenta a D614G na Spike, o que é compartilhado por praticamente todas as variantes circulantes hoje. Vamos acompanhar mais dados para entender mais sobre ela

Via @AndersonBrito_ outbreak.info/situation-repo…

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More from @mellziland

28 Apr
🩸 Grupo sanguíneo NÃO afetam o risco de contrair COVID-19! Estudo da @JAMA_current traz dados mostrando que associações entre COVID-19 e grupos ABO não serão fatores úteis associados à suscetibilidade ou gravidade da doença em um nível individual ou populacional

Confira! 👇👀
No início da pandemia, alguns estudos levantaram a hipótese de que as pessoas com sangue do tipo 🅰️ eram mais suscetíveis à COVID, enquanto aquelas com sangue do tipo 🅾️ eram menos suscetíveis.

pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32379894/
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28 Apr
Dados interessantes do @Eurosurveillanc indicando que uma proporção maior de casos de COVID-19 pela infecção por VOC (B.1.1.7: 11,0%; B.1.351: 19,3%, e P.1: 20,0%) foram admitidos em hospitais do que não-VOC

Tem alguns pontos importantes nessa análise, dá só uma olhada 👇
Foi caracterizado quais faixas etárias teriam um maior risco de hospitalização considerando cada variante, mas existem fatores que modificam isso, como o grau de exposição dessas faixas etárias, mobilidade... É um dado super relevante, mas temos que olhá-lo de forma + abrangente
Um ponto que me deixou preocupada: "No início, taxas de infecção mais altas em grupos mais jovens em idade escolar com infecções subsequentes em todas as faixas etárias foram observadas no Reino Unido"

Quando a transmissão está alta, todos expostos estão em maior risco
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27 Apr
A decisão da @anvisa_oficial , ontem, sobre a Sputnik-V pegou muitas pessoas de surpresa. Questões relevantes foram apontadas, culminando com a não autorização de pedidos de importação emergencial da vacina.

Vou comentar brevemente alguns dos pontos pra ajudar na compreensão🧶
Vamos em partes. Podemos acompanhar o andamento das análises das vacinas em que pedidos de aprovação foram realizados aqui no Brasil: gov.br/anvisa/pt-br/a… Image
🕐Cronologicamente, a @anvisa_oficial tinha anteriormente enviado ao STF laudos internos da avaliação científica sobre os dados da Sputnik-V apontando algumas preocupações, em especial, a ausência de alguns dados
www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
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26 Apr
@anvisa_oficial não autoriza a importação da vacina Sputnik-V. O @jasonptodd comenta alguns pontos relevantes durante a análise. Há diversas questões documentais, com a produção do vetor adenoviral e a não certificação de boas práticas de fabricação pelo laboratório.
Sempre foi uma questão a transparência nos dados. Muito comentamos isso durante a condução dos estudos clínicos e após a conclusão da fase 3. Se o imunizante não atende os requisitos da agência, seria uma falha na própria análise e certificação autoriza-lo, nesse momento
Vou escrever mais sobre isso a medida que vamos recolhendo mais dados sobre a situação. Espero também observar a manifestação do Inst. Gamaleya (quem produz a Sputnik-V)
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23 Apr
Notícia boa na área! @mab_sp125 já trouxe muitas boas novas nesse tuíte resumindo alguns dados de efetividade da vacina da AstraZeneca!

Vou comentar alguns pontos neste fiozinho, vambora? 🧶
👥373.402 participantes de idade ≥16 anos contribuíram com 1.610.562 resultados a partir de amostras coletadas de nariz e garganta para RT-PCR entre 1 de dezembro de 2020 e 3 de abril de 2021.
🔍O principal objetivo aqui era investigar as probabilidades de novos casos de COVID-19 nessa população de UK.

👉A probabilidade foi reduzida em 65% naqueles com ≥21 dias desde a 1ª vacinação (sem segunda dose) vs. indivíduos não vacinados (sem evidência de infecção prévia)
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22 Apr
Publicado na @nature um dos maiores estudos investigando sequelas pós COVID-19 (o que muitos se referem como COVID Longa) em pessoas recuperadas!

Acompanha o fio! 🧶
👥73.435 pessoas recuperadas 30 dias após diagnóstico COVID-19 sem hospitalização foram acompanhadas, foram comparadas com 4.990.835 pessoas que não tiveram COVID-19 e não foram hospitalizadas
Na figura acima temos o risco calculado (hazard-ratio) para as condições e alterações descritas, uma barra mais alta indica uma razão de risco maior. Em amarelo, as que apresentaram diferença significativa
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