🩸 Grupo sanguíneo NÃO afetam o risco de contrair COVID-19! Estudo da @JAMA_current traz dados mostrando que associações entre COVID-19 e grupos ABO não serão fatores úteis associados à suscetibilidade ou gravidade da doença em um nível individual ou populacional
No início da pandemia, alguns estudos levantaram a hipótese de que as pessoas com sangue do tipo 🅰️ eram mais suscetíveis à COVID, enquanto aquelas com sangue do tipo 🅾️ eram menos suscetíveis.
Já estudos posteriores na 🇮🇹 e 🇪🇸 demonstraram que pessoas com sangue do tipo 🅰️ poderiam ter + risco de COVID-19 grave, enquanto aquelas com sangue do tipo 🅾️ teriam um risco menor pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33057631/
POR OUTRO LADO, um estudo na 🇩🇰 mostrou um aumento apenas na suscetibilidade, e não na severidade. Mas estudos em Boston, Massachussets* e NY** 🇺🇸 não encontraram relação alguma
Dessa forma, esse estudo publicado na @JAMA_current buscou entender se o tipo sanguíneo está associado à suscetibilidade ào SARS-CoV-2 e à gravidade da COVID-19
💻Os pesquisadores buscaram em banco de dados (de 24 hospitais e 215 clínicas em Utah, Idaho e Nevada) por indivíduos que foram testados para SARS-CoV-2 entre 03/03/20 e 02/11/20, e se tinham um tipo de sangue registrado
👥A partir disso, os autores compararam os resultados de teste positivo vs negativo, pacientes hospitalizados vs não hospitalizados e pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI) vs não-UTI (estudo caso-controle)
👥107.796 indivíduos de idade média de 42 anos, dentre eles, 82.875 (76,9%) mulheres foram testados a partir da PCR em tempo real e incluídos no estudo.
Características demográficas da população estudada e associações de grupos sanguíneos ABO são mostradas na tabela abaixo:
👥Entre os indivíduos com COVID-19, a hospitalização foi mais observada no sexo masculino (1165 homens (50,1%) hospitalizados vs 1871 homens (20,5%) não hospitalizados) e à idade dos pacientes hospitalizados foi de 57,0 anos (vs 41,4 anos entre indivíduos não hospitalizados)
👥Um perfil parecido foi observado quando comparadas as admissões em UTI.
🩸Na tabela, vemos que o tipo sanguíneo não foi associado à suscetibilidade ou gravidade da doença, incluindo positividade viral, hospitalização ou admissão na UTI
Em comparação com o sangue do tipo 🅾️, o tipo 🅰️ não foi associado ao aumento da positividade viral hospitalização, ou admissão na UTI, como mostrado na tabela:
Da mesma forma, os tipos 🅱️e 🆎 não foram associados a resultados piores do que o tipo 🅾️!
Sabemos que existem viéses em alguns estudos, como tamanho da amostra, natureza retrospectiva e observacional, heterogeneidade que podem ter gerado associações entre os dados
🩸Existem várias questões sobre o sistema ABO, que é altamente polimórfico, que pode gerar 4 tipos sanguíneos diferentes (A, B, O e AB).
🌎Esses grupos sanguíneos podem ser distribuídos de formas diferentes dependendo da ancestralidade e varia de lugar para lugar
🤔Portanto, alguns estudos sugerem que diferentes suscetibilidades a doenças podem ter alguma relação com os anticorpos naturalmente presentes no organismo, e outros fatores derivados, da pessoa a partir desse sistema.
👉Mas não parece ser algo preponderante na COVID-19
👉Dessa forma, os autores concluem que associações importantes de SARS-CoV-2 e COVID-19 com grupos ABO🩸 são improváveis e não seriam fatores úteis associados à suscetibilidade ou gravidade da doença em um nível individual ou populacional
Naturalmente, estudos adicionais, bem controlados por genética, localização e cepa viral, são necessários antes de dizermos que o grupo sanguíneo é um determinante da predisposição ou gravidade de COVID-19.
Vamos ser práticos, nos desnudando de possíveis viéses políticos ou quaisquer que sejam que não técnico- científicos: algumas questões sobre o imbróglio da @anvisa_oficial e @sputnikvaccine
1) Controle de qualidade:
- O Inst. Gamaleya mandou a documentação de vários lotes que foram inspecionados
- Na documentação acusava a presença de vetores adenovirais replicantes
- No artigo de fase 3, consta que os vetores são não-replicantes thelancet.com/journals/lance…
- Existe um limite tolerável de vetores adenovirais replicantes em uma amostra, pois eventualmente mesmo com todo o processo para torná-los deficientes de replicação, uma coisa e outra pode aparecer
Dados interessantes do @Eurosurveillanc indicando que uma proporção maior de casos de COVID-19 pela infecção por VOC (B.1.1.7: 11,0%; B.1.351: 19,3%, e P.1: 20,0%) foram admitidos em hospitais do que não-VOC
Tem alguns pontos importantes nessa análise, dá só uma olhada 👇
Foi caracterizado quais faixas etárias teriam um maior risco de hospitalização considerando cada variante, mas existem fatores que modificam isso, como o grau de exposição dessas faixas etárias, mobilidade... É um dado super relevante, mas temos que olhá-lo de forma + abrangente
Um ponto que me deixou preocupada: "No início, taxas de infecção mais altas em grupos mais jovens em idade escolar com infecções subsequentes em todas as faixas etárias foram observadas no Reino Unido"
Quando a transmissão está alta, todos expostos estão em maior risco
A decisão da @anvisa_oficial , ontem, sobre a Sputnik-V pegou muitas pessoas de surpresa. Questões relevantes foram apontadas, culminando com a não autorização de pedidos de importação emergencial da vacina.
Vou comentar brevemente alguns dos pontos pra ajudar na compreensão🧶
Vamos em partes. Podemos acompanhar o andamento das análises das vacinas em que pedidos de aprovação foram realizados aqui no Brasil: gov.br/anvisa/pt-br/a…
🕐Cronologicamente, a @anvisa_oficial tinha anteriormente enviado ao STF laudos internos da avaliação científica sobre os dados da Sputnik-V apontando algumas preocupações, em especial, a ausência de alguns dados www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
@anvisa_oficial não autoriza a importação da vacina Sputnik-V. O @jasonptodd comenta alguns pontos relevantes durante a análise. Há diversas questões documentais, com a produção do vetor adenoviral e a não certificação de boas práticas de fabricação pelo laboratório.
Sempre foi uma questão a transparência nos dados. Muito comentamos isso durante a condução dos estudos clínicos e após a conclusão da fase 3. Se o imunizante não atende os requisitos da agência, seria uma falha na própria análise e certificação autoriza-lo, nesse momento
Vou escrever mais sobre isso a medida que vamos recolhendo mais dados sobre a situação. Espero também observar a manifestação do Inst. Gamaleya (quem produz a Sputnik-V)
Butantan localiza variante sueca do novo coronavírus em SP e confirma outro caso da sul-africana. Mais do que nunca, investir em ciência, seguir com a vigilância e aumentar as restrições e adesão das medidas de enfrentamento é imperativo
A variante emergente da África do Sul é a B.1.351. Sabemos que apresenta um conjunto de mutações, como a E484K, que podem estar relacionadas com um aumento do escape da resposta imunológica por pessoas recuperadas e por algumas vacinas*
*no caso de Vacinas, algumas testaram um dos componentes que forma resposta imunológica contra o agente infeccioso, a ação é quantidade dos anticorpos neutralizantes. Nesses estudos, observa-se um impacto significativo pela B.1.351, mas não temos dados da imunidade celular, p. ex
👥373.402 participantes de idade ≥16 anos contribuíram com 1.610.562 resultados a partir de amostras coletadas de nariz e garganta para RT-PCR entre 1 de dezembro de 2020 e 3 de abril de 2021.
🔍O principal objetivo aqui era investigar as probabilidades de novos casos de COVID-19 nessa população de UK.
👉A probabilidade foi reduzida em 65% naqueles com ≥21 dias desde a 1ª vacinação (sem segunda dose) vs. indivíduos não vacinados (sem evidência de infecção prévia)