Dick Rowland, um jovem engraxate negro, de 19 anos, adentra no único prédio do centro da cidade que dispunha de banheiro liberado para "pessoas de cor"
Isso, nos EUA onde vigoravam regras racistas horrendas e desumanas.
Quando Dick entra no elevador, encontra a operadora da cabina, Sarah Page.
Existem muitas versões dos fatos, mas sobre duas coisas se tem certeza:
1. Eles se conheciam, mesmo que minimamente, e se reconheceram.
2. Logo após Dick entrar no elevador, Sarah deu um enorme grito.
Seguido ao grito, por qualquer razão que talvez jamais seja elucidada, Dick correu do prédio.
Muito provavelmente por saber que, naquela época, naquele lugar, diante do grito de uma mulher branca, um rapaz negro provavelmente seria acusado de alguma coisa.
E isso aconteceu.
Imediantamente, uma pequena multidão se juntou para socorrer a mulher que havia gritado e a polícia foi chamada.
À polícia, Sarah não informou nada, nenhuma espécie de crime. Alegou somente um mal entendido.
Porém, no dia seguinte a polícia foi atrás de Dick Rowland...
E Dick foi efetivamente detido, para averiguações, mesmo que não houvesse queixa ou crime.
Mas um jornal da cidade o acusou formalmente, de pretenso crime sexual, e estampou na 1ª Página.
"NEGRO SERÁ LINCHADO ESTA NOITE"
A partir daí, o inferno brotou na cidade de Tulsa.
Até então Tulsa era local rico e próspero para os negros. Havia Greenwood, bairro semi segregado, com comerciantes e empreendedores, "hospitais, jornais, igrejas, escolas, bibliotecas, cinemas, restaurantes", e muito outros locais de uma classe média negra, que se destacava.
Lá se estabeleceram médicos, advogados, e outros profissionais liberais, além de veteranos negros da 1ª GM.
O local era tão rico que foi apelidado de "Black Wall Street", em referência à rica rua de negócios de Nova Iórque.
E, com a prisão de Dick, essas pessoas se preocuparam.
Muitos moradores de Greenwood conheciam Dick e não acreditavam que ele tivesse feito algo contra a moça.
Logo chegou a notícia de que não havia nenhuma queixa, mas, também, chegou a notícia de que cerca de mil homens brancos estavam na frente da cadeia, exigindo linchar Dick.
Era cerca de mil brancos, quase todos armados, querendo linchar o inocente.
Dentro da cadeia, o xerife e sua pequena equipe protegiam a ele e tentavam manter a ordem, mandando a turba voltar para casa e deixar Dick Rowland em paz.
Mas eles queriam sangue...
Logo surgiram voluntários vindo de Greenwood, também armados, que se ofereceram ao xerife, para assegurar a integridade de Dick, mas eles foram dispensados, pois o xerife reputou ser capaz de manter a cadeia íntegra.
Só que, na saída dos voluntários negros, o caos acontece.
Tudo em poucos segundos:
Um homem branco tenta desarmar um homem negro. O negro evita o desarme e atira. Um tiroteio enorme acontece e, de cara, há muitos mortos.
Sabendo estarem em inferioridade, os negros correm de volta a Greenwood, trazendo atrás de si a morte.
Porque, após o tiroteio na frente da cadeia, a multidão de brancos quadriplica, assim como quadriplica a raiva, o preconceito e a desumanidade.
A partir daí, ocorre o que se conhece como Massacre de Tulsa, uma das histórias mais mortais e vergonhosas dos EUA.
Na noite de 31 de maio, centenas de homens brancos invadem o dantes próspero bairro negro de Greenwood. No caminho, eles saqueiam lojas atrás de munições e armas, assim como roubam o que há de valor.
Ao chegar na zona residencial, invadem casas e saqueiam tudo pela frente.
Nesse interim, os brancos carniceiros matam qualquer negro que cruza seus caminhos, das formas mais crueis possíveis, por vezes, famílias inteiras.
Percebendo a grande desgraça que surge, muitos dos negros começam a fugir da cidade, pois a lei jamais estava do lado deles.
Nos EUA daquela época, a Ku Klux Klan, grupo dos mais criminosos, tinha cerca de 6 milhões de membros.
Isso pode explicar as cenas de horror e destruição que se seguiram por toda a noite, e por parte do dia seguinte, inclusive com bombardeio da população negra.
E sim, eu disse bombardeio, porque, após a 1ª GM, vários aviões eram usados por fazendeiros da região para pulverizar plantações - e, naquelas terríveis horas, esses mesmos aviões foram usados para jogar dinamite em pessoas negras e nos prédios de Greenwood...
O conflito só teve fim no dia seguinte, com a chegada da Guarda Nacional, que conseguiu pacificar a situação - mas as cenas de devastação já demonstravam que nada mais adiantava.
Segundo dados oficiais, foram "apenas" 39 mortos, 26 negros e 13 brancos...
Mas números não oficiais, de comissões independentes, acreditam em mais de 300, podendo chegar a mais de mil mortos, somente entre os negros, pois existem relatos de valas rasas que jamais foram devidamente procuradas pelo Governos dos EUA.
Outros números também chocam.
10 mil desabrigados. Todos negros.
27 milhões de dólares de prejuízos. Somente de negros.
800 negros feridos, sem cuidados, pois o único hospital que os aceitava tinha sido queimado.
6 mil presos. Todos negros.
35 quarteirões destruídos. Do bairro negro.
Por tudo isso, nenhum habitante branco de Tulsa foi jamais preso, acusado, condenado ou responsabilizado.
Até hoje, pouca ou nenhuma reparação decorreu do Massacre de Tulsa, que é ainda considerado um grande tabu nos livros de história dos EUA.
Por fim, Sarah Page jamais acusou Dick Rowland de nada.
Dick Rowland foi retirado escondido de Tulsa e nunca mais voltou à cidade.
O motivo do grito jamais foi elucidado, mas há fontes que afirmam que Dick teria tropeçado e quase caído, e, nisso, teria assustado Sarah.
Outras fontes, porém, afirmam que Dick e Sarah se conheciam bem, pois eram amantes, num relacionamento interracial, assunto extremanente turbulento na época. E que, naquele dia, teriam brigado, e daí viria o grito.
Sarah, por vergonha, não teria defendido Dick...
Mas isso, jamais saberemos.
As verdades do Massacre de Tulsa, vergonha dos EUA, lacuna nas páginas de livros escolares norte-americanos, ainda está, cem anos depois, tão escondido quanto as covas rasas onde restam insepultos os negros massacrados.
Na história de hoje, vou mostrar como pessoas simples podem fazer uma enorme diferença no mundo, e como, por vezes, as reações humanas são mais estranhas do que podemos supor!
Para começar, vamos para Inglaterra, final do Século XIX:
Lá nasceu Elsie Knocker, em 1884. Seguindo o roteiro da época, se formou em enfermagem, se casou e, em 1907, nasceu seu único filho, Kenneth.
Com o casamento fracassado, Elsie tentou se divorciar e se deparou com a total impossibilidade diante das leis da época.
Sem alternativas, e diante do medo de reprovação da sociedade, ela saiu de casa com o filho, foi viver do pouco de seu trabalho e disse a todos que seu marido havia morrido.
"Viuva", Elsie deu total atenção à sua grande paixão desde a infância: as motocicletas.
Cheguei no consultório, passei álcool gel nas mãos, pisei na bandeja pra limpar sapato e esperei.
O dentista veio sorridente, me cumprimentou e pediu para sentar na poltrona - e eu sentei.
E, mal vi, ele chegou com uma injeção pequenina, dizendo:
- Abra bem a boca.
Eu abri, mesmo incomodado com o tom de voz dele, uma coisa meio maligna...
Mas era impressão minha, com certeza. Talvez o medo de tirar os sisos mudasse minha perspectiva sobre aquele homem sempre tão gentil anteriormente.
Veio a furada, a boca adormeceu, fiquei grogue.
No meio de estar zonzo, não via mais o dentista e sua ajudante. Só via vultos velozes vagando vez ou outra ao meu lado, as vozes distorcidas, como num pesadelo horrendo.
Não conseguia entender bem o que diziam, mas achei ter escutado um “pede pra ele entrar...”
Tudo corria bem naquele voo VASP 375 no dia 29/09/1988.
Ele saiu de Porto Velho, Rondônia, e fez escala em Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, de onde ele voaria para o Rio de Janeiro, aeroporto do Galeão, seu destino final.
Mas as coisas não aconteceram assim...
Decolando de Belo Horizonte, um passageiro se levantou e, armado com um revolver calibre .32, iniciou o sequestro da aeronave.
O passageiro, Raimundo Nonato Alves da Conceição, estava com raiva da política econômica brasileira, dos rumos do país, e por isso resolveu se vingar.
A vingança pretendida:
Sequestrar um avião e jogá-lo contra o Palácio do Planalto, bem no local onde fica o gabinete do Presidente.
Com isso, Raimundo pretendia matar aquele que ele considerava o grande vilão da história: Jose Sarney.
A história que vou contar hoje, faz algum tempo que aconteceu, mas jamais saiu da minha cabeça.
Faz uns 2 anos e era Carnaval.
Nós saímos da nossa cidade, Rio Grande da Serra, para uma cidade bem próxima, Paranapiacaba, onde haveria uma grande festa de rua.
Paranapiacaba, para quem não conhece, é uma antiga vila ferroviária, em estilo inglês, que fica perto de São Paulo.
Ela pouco mudou com o tempo, e conserva todo um aspecto assustador.
Ela é famosa por suas lendas e por sua neblina, que cai sem avisar.
Chegamos na vila por volta de 4 da tarde, tempo de ainda aproveitar bastante a festa, e assim fizemos.
Com várias bandinhas percorrendo as ruas do centro, cerveja barata e gente bonita, a alegria foi garantida até por volta de 23 horas, quando a tal neblina caiu com tudo.