Acordamos com essa notícia. Oferecemos nossa solidariedade aos colegas da UECE, pesquisadores estão sendo ameaçados de várias formas e a intimidação de orgs fascistas é um deles
Não vão conseguir, hoje vamos falar sobre a história dos integralistas encurtador.com.br/dABKL
A história é longa, teremos que dividir em 2 sessões: uma pré ditadura civil-militar de 1964 e outra durante o período militar até os dias de hoje.
Começamos por Vargas e sua relação com integralistas
A relação entre Vargas e o integralismo foi conturbada. Inicialmente Vargas apoiou integralistas. Entre integralistas existia até a expectativa que o Ministério da Educação poderia ser ocupado por Plínio Salgado.
Isso mudou no golpe de 1937, que inaugurou o Estado Novo
O golpe teve colaboração de oficiais integralistas das FAB, como o General Olímpio Mourão Filho (autor do plano Cohen), mas quebrou a expectativa dos integralistas. Vargas proibiu qualquer agremiação política em novembro de 1937, incluindo organizações integralistas
Integralistas, então, se voltaram para criação e manutenção de Associações de Cultura. Alguns, porém, tentaram um golpe de Estado mal sucedido em Vargas, que obrigou parte dos militantes a entrarem para clandestinidade.
Já os líderes integralistas seguiram diferentes caminhos. Reale fugiu para Itália e desistiu do integralismo, Salgado foi preso, apesar de negar conhecimento do golpe mal sucedido, e exilado em Portugal, e Barroso seguiu sua carreira na Academia de Letras Brasileira.
No exílio, Plínio Salgado tentou aproximar o movimento integralista aos Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha Nazista, Itália Fascista e Japão Imperial. Tentou também se aproximar do regime de Salazar em Portugal, a quem ele admirava.
Existiu também em Portugal integralista, mas tinha grandes diferenças para o movimento brasileiro, como mostra Bertonha. O integralismo português era ultracatólico e monarquista
Apesar das relações profundas do integralismo com o catolicismo, era possível encontrar pessoas de outras religiões e a defesa da volta da monarquia não era tão proeminente.
(A história muda nos neointegralistas, mas falaremos outro dia)
Após a derrota dos países do Eixo, Plínio negou relação com esses países para voltar ao Brasil. Pensando em retornar ao Brasil, Plínio investiu no lado religioso do integralismo, passando até a se declarar contrário ao fascismo.
Já no país, Salgado fundou um partido político, o PRP (Partido da Representação Popular), e tentou negar o papel de liderança, para se afastar da imagem do líder fascista e se aproximar de um ideal democrata. Até abandonou alguns símbolos da AIB, como o anauê e a camisa verde
Após alguns anos de tentativas falhas de concorrer à presidência, defesa do municipalismo, combate ao “perigo vermelho”, inclusive espiritual, os militantes integralistas começaram a ficar insatisfeitos com alianças do PRP.
Em 1957, retomam o sigma, anauê e camisas verdes no Júbilo de Prata do Manifesto de Outubro
Depois da retomada dos símbolos, Plínio Salgado e os militantes integralistas passaram a defender a necessidade de uma reforma parecida com as reformas promovidas por Salazar em Portugal
Em 1964, no golpe civil militar brasileiro, integralistas ajudaram no golpe e consolidação do governo militar, principalmente através do General Olímpio Mourão, que ajudou a escrever o Plano Cohen
Plano Cohen foi um documento forjado pelas Forças Armadas com intenção de instaurar a ditadura do Estado Novo e que também teve repercussão no golpe e consolidação do governo militar no golpe de 1964.
E paramos por aqui hoje, semana que vem retomamos a história do movimento fascista brasileiro.
Referências:
Bertonha, J - Entre Mussolini e Plínio Salgado:
o Fascismo italiano, o Integralismo e o problema dos descendentes de italianos no Brasil encurtador.com.br/kJK05
Gonçalves, L; Caldeira, O - O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo encurtador.com.br/ijksT
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Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Então vamos pular já para as vestimentas.
Os coletes de couro são muito importantes para a subcultura dos Motoclubes 1%, é como uma segunda pele para quem veste, e não são transferíveis, eles devem ser "merecido", não comprado ou ganhado.
Vamos continuar o papo sobre Motoclubes 1% e sua ligação com a extrema direita
Hoje vamos falar de algo muito importante para manter a identidade coletiva esses grupos: seus ritos
Os rituais são de grande importância para motoclubes, sejam eles outlaw (1%) ou não. Os rituais de aceitação de um novo membro, chamado “batismo”, existem em quase todos os motoclubes, o que os diferencia são os atos praticados nesses rituais
Antes do batismo, porém, o ingressante passa por diversas etapas: checagem de histórico, apadrinhamento de algum membro antigo, período probatório e por fim é aceito.
Tinha me apegado ao icon com a bandeira LGBTQIA+, fiquei triste de trocar.
Para me animar, vamos falar do outro grupo neointegralista atuante no Rio que tem causado confusões recentes
Em 2018, bandeiras antifascistas colocadas pelo Movimento Estudantil em um dos campus da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) foram roubadas por um grupo neointegralista chamando "Comando de Insurgência Popular Nacionalista" (CIPN)
O grupo assumiu o ato através de um vídeo postado em redes sociais, onde colocavam fogo nas bandeiras e se apresentavam como parte da "Grande família integralista brasileira"