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Durante os ataques ao continente africano, Britânicos foram assombrados por uma resistência inviolável e furiosa, liderada por um dos povos guerreiros do continente africano. Um exército, poderoso que foi idealizado por um dos líderes mais rígidos da história, Shaka Zulu...
Zulu é o nome de um dos maiores grupos étnicos da África, oriundos do povo Nguni e fundado por Zulu kaMalandela. A arte desse povo é reconhecida mundialmente através de um famoso chapéu feminino, Isicholo. Na cultura Zulu pessoas são enterradas sentadas, olhando para sua cabana.
O reino Zulu era dividido por vários clãs, cada um com um chefe e todos liderados pelo suserano. Era muito comum que esse povo se deslocasse muito, devido à escassez de recursos ou conflito com outros povos de regiões compartilhadas. Era difícil se fortalecer como reino assim.
Senzanganakhona um dos chefes Zulus engravidou Nandi, em uma relação fora do seu casamento - o que seria vergonhoso, por isso ele negou essa gravidez e espalhou a história que seria um problema de intestino causado por um besouro chamado iShaka (que virou nome do garoto).
Por esse motivo a vida da mulher e do garoto foi repleta de humilhações. O que melhorou quando foi recebido em Mtetwa, na corte do Dingiswayo (final do século XVIII). Ele começou a treinar para a guerra e a alimentar uma ira por conta de toda pressão que a sociedade impunha.
Sua estatura alta, habilidades de combate e ousadia na batalha se tornaram vantagens contra os outros jovens guerreiros que zombavam de sua origem. Seus Com seus feitos em batalhas cresceu rápido nas tropas e atraiu a atenção do suserano local. O militarismo virou sua vida.
Anos mais tarde seu pai faleceu e na briga entre o poder, Dingiswayo apoiou Shaka que matou seu tio para usurpar o trono em 1816 . Era o despertar da fúria que estava por vir. Ele criou novos regimentos e inseriu uma nova arma no exército, a assegai.
Com os Impis (novo regimento) armados de escudo e assegai, Shaka reuniu as comunidades zulus, pela submissão forçada ou pela união de propósitos. Ele reorganizou toda nação com base na sua experiência do exército, implantando mudanças bruscas.
Todos, homens e mulheres deveriam se alistar em amabuthos. As mulheres mais velhas que ficavam nas comunidades passaram a assumir as lideranças guiadas pelas suas tias ou preferidas. Também impediu o uso de sandálias, para enrijecer a sola dos pés de soldados.
O sexo entre jovens soldados era punido com a morte, apenas permitido quando o amabuthos feminino foi dissolvido e as mulheres oferecidas como esposas aos soldados. Nesse tempo Shaka se tornou a força que impedia o crescimento britânico na África.
Sem conhecer outra face, senão a violência. O governo de Shaka foi intensificando-se em crueldade. O ápice foi o falecimento de Nandi, sua mãe. Ela era motivação para muitas de suas ações, por tudo que sofreram juntos ele queria que todos reconhecessem a Rainha Mãe.
Como forma de luto, matou toda mulher que engravidasse naquele ano (1827), junto com seu marido e toda pessoa que não demonstrasse tristeza o suficiente. Chegando a um número assustador de 7 mil assassinatos. Vacas e plantações também sofreram sanções violentas.
Só que nenhum reinado se sustenta com mortes do seu próprio povo. Assim, grupos de Zulus tramaram a morte de Shaka para acabar com as atrocidades. Sua dedicação militar foi o legado que resistiu às invasões britânicas, de forma exemplar.
Em 1879 aconteceu em Isandlwana o primeiro grande encontro entre Zulus e Britânicos. Os europeus usaram seus rifles, mas o líder Zulu dizia “no tempo de carregar suas armas nós acabamos com eles através de nossas lanças”.
20.000 guerreiros africanos acabaram com 1800 europeus em 22 de janeiro de Esse episódio é conhecido como a pior derrota do exército britânico em solo Africano.
No mesmo ano britânicos atacaram Hlobane , perto da atual cidade de Vryheid em KwaZulu-Natal. Novamente acarretando em uma vitória Zulu que perseguiram os sobreviventes por 19 Km. Quinze oficiais e 110 soldados foram mortos.
O terceiro encontro dos dois exércitos foi o ponto de virada na história, Zulus sucumbiram em Kambula.
Ale Santos, aka @Savagefiction, é pesquisador de mitologias e narrativas africanas, trabalha há mais de 5 anos com storytelling e se dedica a contar as histórias da Diáspora que os livros tradicionais não contam. Escreve no @interessante às segundas e quando lhe der na telha.
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