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Em vários momentos, o racismo se tornou uma força opressora demais e fez inúmeras pessoas negras se dobrarem para aceitar o pensamento padrão. Essa é a história de uma mulher negra que abalou toda estrutura racista dos EUA com o simples fato de não se levantar: Rosa Parks 
Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks , nasceu em 1913 no Alabama.
O alabama foi palco de alguns dos maiores conflitos na luta pelos direitos civis dos afro-americanos. As leis de segregação, Jim Crow, começaram a ser aprovadas em 1890 e se intensificaram em 1900
Grupos supremacistas, dentre eles a KKK, mantinham estreitas alianças com a força policial e até com políticos locais, chegando posteriormente a manter entre seus contatos um dos governadores do estado, George Corley Wallace Jr.
Através das leis Jim Crow, os brancos americanos mantiveram seu poder como carrascos dos pretos. No meio dessa realidade opressora nasceu a menina que iria inspirar a mente e a luta dos pretos de todo mundo, Rosa Louise McCauley
A menina nasceu em Tuskegee, no meio dessa guerra racial ainda tinha que lidar com os dramas familiares. Foi morar com os avós, logo após o nascimento do irmão seus pais se separaram. Continuou com sua mãe, uma professora que valorizava muito a educação dos filhos
Tem gente que acha que é fácil para um negro, apenas ir para a escola, enquanto sua família luta pela sobrevivência. Rosa precisou ajudar a cuidar de sua avó doente e depois da própria mãe que ficou debilitada
Com 19 anos casou com Raymond Parks, 10 anos mais velho, ativista da NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor). Ele não havia estudado formalmente, era barbeiro mas incentivou Rosa a concluir seus estudos, o que ela fez nos anos seguintes
Em 1943, Rosa passou a atuar como secretária no capítulo de Montgomery da NAACP, assumindo cada vez mais a defesa da causa negra.
A sociedade americana não dava trégua, deixando os negros cada vez mais indignados. Não era apenas uma questão de separação, era subjugação. As melhores fontes de águas, escolas e transportes públicos ficavam para os brancos, tudo de precário para os negros.
Em Montgomery, apenas os assentos dos fundos de ônibus eram separados para “pessoas de cor”, mesmo assim um motorista poderia reivindicá-los para qualquer passageiro branco que entrasse. Foi o que aconteceu no dia 1 de dezembro de 1955.
Após um dia exaustivo de trabalho, voltando para casa em uma posição humilhante no ônibus, Rosa viu um homem entrar quando todos os assentos para brancos já estavam ocupados. Logo o motorista resolveu converter uma nova fileira de cadeiras para brancos bem onde ela estava
Respondendo ao comportamento naturalizado, as 3 pessoas negras ao seu lado se levantaram. Rosa desobedeceu pacificamente, não se levantou e não aceitou aquela situação. A polícia interviu levando a mulher de 42 anos sob custódia.
Ela descreve em sua autobiografia: ““As pessoas sempre dizem que eu não desisti do meu lugar porque estava cansada”, “mas isso não é verdade. Eu não estava cansada fisicamente… Não, o único cansaço que eu estava, é que eu estava cansada de ceder ”
A prisão de Rosa se espalhou na comunidade, iniciando uma grande revolução social. Os negros passaram a boicotar os ônibus e o movimento surpreendeu aquela sociedade supremacista, pois ele passou a crescer cada vez mais após a condenação de Parks e sua prisão
Um dos articuladores do movimento, amigo de Rosa, ED Nixon reuniu outros líderes negros e fundaram a MIA (Montgomery Improvement Association) para gerenciar o boicote e escolheram Martin Luther King para liderar o movimento.
Os brancos supremacistas ficaram furiosos com a atuação dos pretos e iniciaram alguns dos confrontos mais violentos da história negra americana, com apoio da KKK e da Polícia passaram a incendiar casas, explodir outras, linchar negros e oprimir de forma agressiva.
Nada impediu o orgulho negro de assumir a sua posição na sociedade. O boicote prosseguiu até o dia 13 de novembro de 1956, quando a Suprema Corte decidiu que a segregação de ônibus era inconstitucional.
Rosa Parks perdeu emprego e foi assediada em todos lugares que brancos a reconheciam, precisou mudar para Detroit com o marido. Essa mulher negra revolucionou a história dos EUA quando decidiu dizer não, se tornando a “mãe do movimento dos direitos civis".
A história de Rosa Parks nos inspira a lutar e mostra o poder de atos simples como dizer não para comportamentos racistas que se transformam em “normas” da nossa sociedade. Não devemos aceitar a mínima expressão do pensamento e da atuação racista em nosso mundo
