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ISA
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O povo Waimiri Atroari não vai mais ficar calado! Pela primeira vez na história, lideranças contaram para a Justiça detalhes tenebrosos das violências sofridas durante a construção da rodovia BR-174, na ditadura militar. Siga a thread e conheça essa história 👇🏾

📸 Paul Lambert
Tiros, esfaqueamentos, degolações, massacres, doenças. Em matéria publicada ontem (28/02) pelo @MPF_PGR, os indígenas detalham as atrocidades que enfrentaram na mão dos brancos.
isa.to/2SycnCB
Em 1972, antes da abertura da estrada, a Terra Indígena Waimiri Atroari abrigava 3.000 índios, segundo a Funai. Menos de 10 anos depois, sobreviveram apenas 350.
socioambiental.org/pt-br/noticias…
Os Waimiri contaram que, durante a construção da BR-174, helicópteros sobrevoavam as aldeias derramando veneno e detonando explosivos sobre centenas de indígenas que celebravam rituais tradicionais.
Muitos dos que sobreviveram aos ataques aéreos foram depois mortos a tiros, esfaqueamentos e degolações na mão de homens fardados.
A destruição não foi só física, mas espiritual. Segundo os relatos, tratores destruíram roças e capoeiras das aldeias - lugares sagrados para os indígenas.
Os Waimiri Atroari que resistiram aos ataques foram derrubados por doenças até então desconhecidas, como sarampo e gripe, trazidas pelos “homens brancos”. Mas as violações não pararam por aí.
Mesmo depois do genocídio que sofreram, os Waimiri Atroari conseguiram encontrar forças para resistir. Em 2002, eles comemoraram o nascimento do milésimo indígena. Em 2018, eles festejaram o nascimento do curumim 2.000!

📸 Mário Vilela/Funai
Também no ano passado, eles publicaram seu Protocolo de Consulta. O documento explica como os Waimiri devem ser consultados antes da construção de obras que afetam suas terras, segundo garante a Organização Internacional do Trabalho.
socioambiental.org/pt-br/noticias…
Com o Protocolo em mãos, os Waimiri podem negociar os termos de construção de empreendimentos como o linhão de Tucuruí - anunciado essa semana como obra prioritária pelo Conselho Nacional de Defesa.
Trata-se de uma linha de transmissão de energia que corta a Terra Indígena Waimiri Atroari de norte a sul. Os impactos incluem aumento do desmatamento, poluição e pressão sobre o território.
Tudo que os Waimiri Atroari querem é ter voz no projeto da obra, já que ele impacta suas terras e vidas. Mas o governo federal ameaça atropelar seus direitos mais uma vez. Confira nosso editorial:
socioambiental.org/pt-br/noticias…
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