Thread by @apyus

Filipe Martins – não foi Ernesto, foi Filipe, prestem mais atenção – afastou do Itamaraty um diplomata com 40 anos de experiência por críticas do diplomata a Olavo de Carvalho, esse ser abjeto que vocês acompanham nas redes sociais.

“A direita chegou ao poder pela via legítima, mas você tem esses radicais que estão tentando influenciar não só a política externa como a política geral do governo. Isso gera muita tensão interna.”

"O que foi um crime de lesa majestade foi eu ter feito críticas anteriores ao Olavo de Carvalho, que é supostamente o patrono da escolha do chanceler Ernesto Araújo para o comando do Itamaraty."

Notem que ele usou o "supostamente".

"Eu chamei o Olavo de Carvalho de 'sofista da Virgínia', e de alguns outros nomes. Ele é uma personalidade bizarra que, na minha visão, faz um mal enorme à política internacional do Brasil com esse antiglobalismo irracional e conspiratório assumido pelo Ernesto."

"O Ernesto se aproximou do Olavo de Carvalho deliberadamente para conquistar o posto. Não tenho a menor hesitação em dizer isso, porque desde 2016 segui o processo de identificação forçada dele com as ideias do Bolsonaro, dos filhos do Bolsonaro, que remetem às ideias do Olavo."

"Também fui atacado ferozmente pelos olavistas, como a gente vê nas redes sociais. Os olavistas fanáticos ficam xingando seus adversários. Fui chamado de petista quando fui o único diplomata que me opus durante toda a gestão lulopetista à política externa deles."

E aqui vemos mais uma vez em uso a máquina de assassinar reputações que venho denunciando.

E aqui temos Filipe Martins alegando que Paulo Roberto de Almeida destratou superiores. Olavo é superior de alguém agora?

https://twitter.com/filgmartin/status/1103104816283295744

"Outro responsável pela minha saída foi o Filipe Martins, assessor internacional da Presidência. Ele é um desses olavistas fanáticos, um verdadeiro crente, que tem a verdadeira fé, e é muito próximo do Ernesto Araújo."

"Ele fez um tweet sobre mim dizendo que eu não tinha sido demitido por transcrever artigos, mas por fazer ofensas pessoais ao chanceler, sem dizer quais são, que é algo que eu não fiz. O que fiz foram comentários irônicos sobre Olavo de Carvalho."

"Mas esse post dele não tem muita importância. O que tem importância são as centenas de comentários dos que o seguem no Twitter, que são ofensivos e ignorantes. É uma horda de militantes fascistas que me condenam por ser petista, marxista ou qualquer outra coisa nesse estilo."

Mais uma vez, a máquina de assassinar reputações tocada pelos ex-assessores de Carlos Bolsonaro de dentro do Palácio do Planalto e sob a coordenação de Filipe Martins, assessor internacional de Jair Bolsonaro.

"Foi o vice-presidente Mourão, que foi chefe da última delegação do Grupo de Lima, que vetou completamente, de forma muito sábia, qualquer intervenção militar no caso do Venezuela."

Mourão evitou que Ernesto, Filipe e Eduardo Bolsonaro iniciassem uma guerra com a Venezuela.

"O nosso chanceler já teve um documento, um memorando aparentemente confidencial enviado ao Bolsonaro, antes de ele ser escolhido como ministro, pregando uma aliança entre as grandes nações cristãs, que seriam Rússia, Estados Unidos e Brasil."

Se deixar o Brasil nas mãos dessa trupe, isso aqui vira um teocracia evangélica.

"É como se o cristianismo pudesse definir a política externa de um país laico como o Brasil. Acho isso absolutamente equivocado, para não dizer ridículo."

"Isso é um pouco surpreendente e até assustador quando vê que os militares estão assumindo o papel pacifista e não intervencionista que deveria ser dos diplomatas. Isso é muito confuso."

Caso alguém queira ler a entrevista completa de Paulo Roberto de Almeida:
politica.estadao.com.br/blogs/blog-do-…

Este outro aqui Filipe tem razão. Na pressa, saquei um termo que engloba tanta corrente distinta que eu findei atingindo muita gente que não tem qualquer culpa no cartório. Pelo vacilo, peço perdão.

(E obrigado pelo puxão de orelha.)

https://twitter.com/flpmodesto/status/1103309217333739521