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Três considerações para entender o controverso tweet de Bolsonaro sobre o carnaval: a dinâmica da polarização, seu enraizamento em temas da campanha eleitoral e a necessidade de mobilização permanente. (sequência abaixo)
Em primeiro lugar, Bolsonaro reage a um carnaval politizado no qual seu governo foi atacado de todos os lados. Seguindo a dinâmica da polarização, de generalização e alinhamento automático, concluiu: Se o carnaval é contra Bolsonaro, então Bolsonaro é contra o carnaval. (2)
A maneira como atacou o carnaval está enraizada nas eleições. Como mostramos em estudo sobre a campanha eleitoral no Facebook, ela girou em torno de dois temas: crítica aos partidos políticos e defesa da família, na forma de antagonismo aos movimentos feminista e LGBT. (3)
A crítica a chocantes "excessos" que caracterizariam o carnaval cumpre o duplo papel de atribuir à comunidade LGBT a destruição da civilidade e da decência e de antagonizar um carnaval que foi marcadamente anti-Bolsonaro.
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A publicação do vídeo não é simples quebra de decoro e desrespeito à dignidade do cargo: é estratégia. Sem apoio dos meios de comunicação, Bolsonaro precisa de um público em estado de agitação permanente para seguir compartilhando, sem o que, as mensagens não se difundem. (5)
