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Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas grande parte da história de que não se analisa ou se "refuta" a obra de Olavo repousa sobre ao menos duas más compreensões nucleares sobre a história e a natureza da filosofia.
Historicamente, a ideia, fomentada por ele próprio e por seus seguidores, de que a refutação seja um juízo decisivo e final sobre uma filosofia, como geralmente ocorre nos círculos olavianos ao dizerem coisas como "Olavo refutou Kant" ou "Olavo refutou Wittgenstein", é um engano.
Não há, em toda a história da filosofia, de Tales a Quine, nenhum filósofo que não tenha sido refutado. Assim, ou isso não significa nada ou então, como é correto, significa que se está diante do processo natural à filosofia, do qual Olavo está duplamente à margem.
Ele não reconhece que o momento lógico fundamental da filosofia é o problema e que tudo o que ela faz é explicitar, dissolver ou resolver problemas. Afora alguns pontos específicos, Olavo ignora ou a natureza de problemas ou o status quæstionis deles.
Assim, ele não oferece, em suas aulas ou escritos, contribuição alguma a problemas metafísicos, éticos ou epistemológicos bem delimitados.
É o que justifica também as bobagens pueris de seus comentários sobre outros filósofos. Suas aulas sobre filosofia moderna ou sobre fenomenologia oscilam entre ingenuidades e erros.
Sua definição de filosofia como "unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa" demanda tantas explicitações e clarificações nunca dadas que é impossível até julgar o seu valor.
Por fim, é impossível dizer que ele seja burro ou que não tenha erudição. Nem que não tenha insights. Mas não há nada que justifique o título de filósofo num sentido diferente do que incluiria virtualmente quase toda a filosofia acadêmica no Brasil.
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