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Na época da campanha eu entrei em um grupo de eleitores de Bolsonaro e pude entender melhor como as notícias falsas funcionam bem nesses espaços. Elas são divulgadas de 2 formas: um falso print de uma matéria que nunca existiu ou um link antecedido de um falso resumo da notícia.
Essa última forma é bastante eficaz porque o link é verdadeiro, mas ninguém abre pra ler o que está escrito lá. Acredita-se no resumo que foi feito por quem compartilhou a notícia. Um exemplo: eu perguntei o que eles achavam do Bolsonaro ter votado a favor da reforma trabalhista.
Um deles respondeu que Bolsonaro não tinha votado a favor e me mandou um link de um vídeo. "Olha aí ele criticando". Quando eu abri o link vi que era uma crítica, mas à reforma da previdência. Eu avisei que o vídeo não era sobre a reforma trabalhista e fui excluída do grupo.
Com base nesse exemplo simplório, dá pra imaginar o quão difícil é desmentir essa canalhice de hoje. O site que divulgou a informação verdadeira é francês, com transcrição do áudio de um diálogo gravado em inglês.
A matilha vai acreditar em qualquer coisa que um mal caráter como o @allantercalivre disser que está escrito lá. O resumo dele é que vai valer como verdade. Primeiro que não vão abrir o link e, segundo, não vão se dar ao trabalho de transcrever o que está lá.
Nem a transcrição já feita pelo próprio site Terça Livre os bolsonaristas vão ler, porque se lessem e entendessem o que estava escrito lá, veriam que a jornalista em momento algum falou que tinha a intenção de arruinar Flávio Bolsonaro e o governo.
Ela disse que as denúncias estavam arruinando o Bolsonaro. E isso é totalmente a verdade, porque o caso é muito grave. Envolve funcionários fantasmas, milícia, desvio de dinheiro público... Em um país sério, ele já estaria sofrendo um processo de impeachment.
Mas o @allantercalivre tem certeza que seus leitores não vão ler. Então ele faz o resumo mentiroso, deturpa um áudio em inglês e bingo! Está feita a mentira do dia, endossada de forma cretina pelo presidente da República. Será que Bolsonaro pelo menos leu o que compartilhou?
