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@Maguidaschmitt Boa noite.
Para Sherlock Holmes, fenômeno é o crime. Nas histórias criadas por Conan Doyle é inevitável falar de crimes, mas a comparação entre os trabalhos do jornalista e do detetive não cabe somente à editoria de polícia. @alexandregarcia
A analogia é acerca do método utilizado por ambos os profissionais, a história de Holmes é só uma ilustração para a lógica semiótica. Esse artigo tem como objetivo analisar a série Sherlock Holmes, baseada nos livros de Sir Arthur Conan Doyle.
No primeiro caso investigado por Sherlok Holmes, “Um estudo em vermelho”, um homem é assassinado em uma casa vazia que estava para ser alugada.
Ao chegar no local, Sherlok não vai direto à cena do crime, como explica o Dr. John Watson. Já o Doutor John Watson, seu assessor, é igualmente reconhecido, especialmente pela frase: “Elementar, meu caro Watson”.
O personagem é apresentado a Holmes logo após chegar da guerra do Afeganistão e ainda possuía traumas por isso, que se perdem com o passar do tempo e a ajuda do amigo. Este médico é quem o ajuda, sobretudo nos momentos de solidão e confusão.
Buscando histórias por trás de cada detalhe dos personagens e das cenas com que têm contato, os dois solucionam casos complexos de todos os tipos.
Além disso, são capazes de deduzir características e experiências pessoais de quem quiserem, através de entrelinhas, sem que tenham feito uma única pergunta, sequer.
Isso tudo, baseando-se simplesmente em indícios nas cenas dos crimes e através de contatos com as vítimas e envolvidos, sobretudo de casos policiais.
Entre contatos com a polícia local e particulares, eles vão tecendo suas aventuras e despertando os mais diversos sentimentos nos amantes de dedução.
Eu havia imaginado que, tão logo chegasse, Sherlock Holmes correria em direção à casa no afã de mergulhar no estudo do mistério. Nada poderia estar mais longe de sua intenção do que isso.
Com um ar displicente que, naquelas circunstâncias, parecia bem próximo à afetação, pôs-se a caminhar de um lado para outro na calçada, olhando vagamente o chão, o céu, as outras casas e o gradeado sobre o muro.
Terminada essa observação, percorreu lentamente a senda do jardim, ou melhor, o gramado que o margeava, com os olhos cravados no chão.
Para Holmes, é um erro teorizar antes de ter todos os indícios; esta ação prejudicaria o raciocínio. Então, antes de ver o corpo e criar conjecturas, o detetive vai a busca de signos que possam estar na rua, em frente à casa e nos locais em volta dela.
Holmes tem o conhecimento de que teria chovido na noite anterior após uma semana sem chuvas. Neste primeiro momento, Sherlock identifica marcas (signos) de uma carruagem e de ferraduras de cavalo que teriam parado em frente à residência na noite do crime.
Com as pegadas dos cavalos, ele pode concluir que a carruagem teria ficado à espera do cocheiro por algum tempo. Outro ponto notado nas marcas deixadas pela carruagem é que as rodas eram finas, características de carros de aluguel.
O objeto desse signo, segundo o detetive, será a carruagem que trouxe assassino e vítima. Depois, ele encontra pegadas (mais signos) na lama que existe em torno do local.
Algumas das pegadas são signos que representam os policiais (objeto) que passaram pelo local, outras representam dois investigadores que também tentavam desvendar o mistério (objeto) e mais ...
...duas pegadas diferentes que não pertenciam a ninguém que tenha passado por lá depois do assassinato.
Sherlok identifica as pegadas (signos) que seriam do assassino e da vítima (objeto principal). Um dos homens usava botas de bico quadrado e o outro um sapato de bico fino, provavelmente elegante.
As pegadas ainda demonstraram que bico quadrado poderia ser alto e jovem, visto que ele pulou uma possa d’água enquanto o bico fino a teria contornado.
Nesta primeira parte da investigação, o detetive foi o interpretante. As várias pegadas e marcas, os signos. Os resultados a que Holmes chegou os objetos.
A lógica funcionou da seguinte maneira: vários signos afetaram a mente de um interpretante que gerou a representação dos objetos.
A primeira tríade foi aplicada, mas esta etapa ainda continua para o detetive porque o signo quando interpretado gera um objeto que se torna outro signo a ser traduzido. Agora, Sherlock Holmes tem de interpretar os primeiros resultados que encontrou.
A primeira coisa que observei, quando lá cheguei, foi que as rodas de um carro haviam feito dois sulcos perto do meio-fio.
Não chovera por uma semana antes da noite passada, portanto, se as rodas deixaram marcas tão profundas, isso só poderia ter acontecido durante a noite...
Uma vez que carro esteve lá depois que começou a chover, e nenhum carro parou por ali durante a manhã, conforme afirmou Gregson, conclui-se que as marcas foram feitas durante a noite... são do carro que trouxe os dois indivíduos para a casa.
O detetive interpretante deixou que o signo “marca da carruagem” afetasse sua mente de forma que ele pudesse traduzir aquele signo.
O que o interpretante leu foi: os dois sulcos no chão representam uma carruagem; as quatro marcas de ferradura no chão representam um cavalo que puxava o carro. Até este ponto, uma tradução lógica e maquinal.
Mas, com estas informações, o detetive pode ligar a afirmação de Gregson que não houvera outra carruagem no local desde a noite anterior às leituras das marcas citadas anteriormente.
Holmes talvez tenha pensado: “Se não houve outra carruagem, quem teria parado ali noite passada?”. O objeto carruagem se tornou o signo carruagem, que precisa de uma tradução mais complexa para encontrar o novo objeto.
Para interpretar este signo, Sherlock tem a dedução como ferramenta. Traduzido os signos da carruagem, o detetive passa para outras representações.
Com a direção das pegadas da vítima e do assassino, ele pôde constatar que os dois indivíduos chegaram ao local do crime amigavelmente. Não havia sinais de luta ou de que alguém tivesse sido arrastado.
O detetive também notou pela distância entre as pegadas que um dos homens era bem mais alto que o outro.
Com todo esse percurso de “Um estudo em vermelho”, Holmes traçou relações sígnicas com ele na figura de interpretante, as pegadas como signos e as primeiras hipóteses encontradas, o objeto.
Para traçar essa lógica é preciso, porém, limitar ou apropriar para a ocasião, momentaneamente, os conceitos das tríades propostas por Pierce.
Essa limitação torna possível que um método de apuração seja descrito de forma teórica. Como Holmes atua em busca de um resultado, causa ou objeto, essa lógica pode ser aplicada por ele.
O signo afeta a mente de um interpretante que gera um outro signo, representação de um objeto. Ainda preso à engrenagem interpretante, signo, objeto, descrita anteriormente, Sherlock Holmes segue as pegadas até o interior da casa.
A partir de agora, mais uma engrenagem se junta à anterior para a formação de uma nova tríade: Ícone: é a relação do signo consigo mesmo. O signo pode ser aspecto ou aparência, uma mera qualidade.
Uma pintura, chamada abstrata, por exemplo, desconsiderando o fato de que é um quadro que está lá, o que já faria dela um existente singular e não uma pura qualidade, mas considerando-a apenas no seu caráter qualitativo (cores, luminosidade, volumes, texturas, formas...) ...
...só pode ser um ícone. Este signo é referente à imagem... Qualquer qualidade tem, por isso, condições de ser um substituto de qualquer coisa que a ele se assemelhe...
Daí que os ícones sejam capazes de produzir em nossa mente as mais imponderáveis relações de comparação... diante de ícones costumamos dizer: “Parece uma escada...”
“Não. Parece uma cachoeira...” e assim por diante sempre no nível do parecer Índice: é a relação do signo com seu objeto dinâmico... O índice, como seu próprio nome diz, é um signo que como tal funciona porque indica uma outra coisa com a qual ele está factualmente ligado.
Há, entre ambos, uma conexão de fato. Assim, o girassol é um índice, isto é, aponta para o lugar do sol no céu.
A posição sol no céu, por seu turno, indica a hora do dia. Rastros, pegadas, resíduos, remanências são todos índices de alguma coisa que por lá passou deixando suas marcas..., mas só funciona como signo quando uma mente interpretadora estabelece a conexão em uma dessas direções.
Nessa medida o índice é sempre dual: ligação de uma coisa com outra. Símbolo: é a relação do signo com seu interpretante... extrai seu poder de representação porque é portador de uma lei que, por convenção ou pacto coletivo, determina que aquele signo represente seu objeto.
A cena do crime passa a ser vista como uma fotografia, uma única imagem ou um ícone. Dentro dele, Sherlock encontra índices e símbolos a serem traduzidos.
Ainda que o detetive tenha adentrado à segunda tríade, ele nunca abandonou a primeira e continua na representação de interpretante. A partir de agora, a lógica se aprofunda mais, o interpretante analisa um signo, que pode ser um ícone, um índice ou um símbolo.
A partir dessa análise, um objeto é gerado, que pode ser um outro signo. A lógica continua a mesma, um interpretante traduz um signo que representa um objeto ou gera na mente desse interpretante um objeto.
O que Holmes vê quando entra na casa? O detetive se depara com a cena do crime ou ícone do crime. Imaginemos que o tempo congelou para que fosse possível analisar as minúcias de tudo que está posto.
A imagem que se apresenta ao interpretante fica conforme a descrição de John Watson ao entrar na casa. Um pequeno corredor, com o pavimento descoberto e empoeirado, levava à cozinha e às áreas de serviço. Tinha duas portas: uma à direita e outra à esquerda.
Uma delas, era evidente, estivera fechada por várias semanas. A outra dava passagem à sala de jantar, dependência onde ocorrera o estranho caso. Holmes entrou e eu o segui... Dr. Watson, que acompanha Holmes, descreve ainda a sala de jantar, local onde ocorrera crime.
Ele só se esquece de mencionar que na poeira do chão da sala as pegadas continuam e mostram como teria se passado a movimentação antes do assassinato. A descrição do ícone prossegue:A sala era ampla e quadrada e a total ausência de mobília dava a impressão de que era ainda maior.
Um papel vulgar e muito vistoso forrava as paredes, mas, em vários lugares, estava manchado de mofo e, em algumas partes, rasgara-se em grandes tiras que, penduradas, deixavam ver o reboco amarelo.
Frente à porta, havia uma pomposa lareira que acabava em uma platibanda de falso mármore branco. Em um canto havia um toco de vela vermelha.
A única janela estava tão suja que apenas filtrava uma luz fosca e incerta, tingido tudo de uma tonalidade cinza, intensificada pela espessa camada de poeira que a tudo cobria.
No meio da sala estava a vítima, homem entre 40 e 44 anos e de estatura média. Tipo físico com ombros largos, cabelos pretos e crespos. Usava uma barba curta e cerrada.
Elegantemente vestido, estava de fraque e colete de tecido grosso e de qualidade, calças claras e os colarinhos e punhos da camisa estavam bem limpos. Ao lado dele havia uma cartola bem-feita.
“Suas mãos estavam crispadas e os braços, abertos. Suas pernas, porém, estavam contorcidas, sugerindo uma agonia sofrida”, narra Watson.
“O rosto rígido guardava uma expressão de terror e, segundo me pareceu, também de um ódio que eu jamais vira em rosto humano”, emenda. Dentro desse ícone descrito, Sherlock então vai à procura dos índices e símbolos e encontra seis signos.
Como já dito anteriormente, a vítima não apresentava sinas de lesões, mas, ao redor do morto, havia várias gotas de sangue (índice). Não havia sinais de luta, mas provavelmente o sangue seria do assassino.
O detetive então dá início a uma revista nas roupas da vítima e encontra uma aliança (símbolo), que não pertencia ao homem, mas a uma mulher. Holmes também cheira a boca do morto e sente um odor acre (índice), a vítima teria sido envenenada ou levada a isso.
Com uma lupa e uma fita métrica Sherlock se põe a examinar o local.
Na poeira, observa as passadas das botas quadradas (índice) e concluí a altura do assino e que ele teria percorrido a sala por diversas vezes e em agitação crescente, devido ao fato das passadas se alargarem cada vez mais.
O resto de cinzas (índice) no piso é identificada pelo detetive como de um charuto Trichinopoly. A um canto da sala, escrito em letras de sangue encontrava-se a palavra alemã rache (símbolo), que significa vingança.
A palavra ainda faz observar que o assassino teria unhas grandes, visto que quando escreveu arranhou a parede. A palavra ainda serve para confirmar a altura do criminoso porque é mais como que naquela posição, as pessoas escrevam à altura dos olhos.
Com toda essa perícia, Sherlock já encontra pistas suficientes para dizer como o crime ocorreu e apontar um primeiro suspeito ainda sem nome: o cocheiro.
O método de Holmes, então, está na observação dos pormenores, dos detalhes de cada elemento. Afirmação que é feita constantemente pelo personagem ao Dr. Watson. Sherlock afirma nas tramas que seu método é apenas ciência e procede nos casos como se fizesse uma perícia.
Observando-o, era inevitável a comparação com um cão de caça puro-sangue bem treinado, correndo de um lado para outro atrás da presa e ganindo de ansiedade pelo momento em que iria farejá-la.
Por vinte minutos ou mais, ele continuou em suas buscas, aferindo meticulosamente distâncias entre marcas invisíveis para mim e uma vez ou outra, medido a parede com a fita métrica num procedimento que me era incompreensível.
A certa altura, colheu do assoalho, com todo o cuidado, um montinho de pó acinzentado, guardando-o em um envelope. Por fim, examinou com a lente a palavra grafada na parede, analisando cada letra da forma mais detida.
Feito isso, pareceu satisfeito, porque guardou a lente e a fita métrica no bolso. Holmes é um perito criminalista e busca comprovar cientificamente as hipóteses que tem.
Assim como Peirce, Sherlock não acredita em sexto sentido ou intuição. Ele acredita na perspicácia da mente. Um repórter, da mesma forma, não pode fazer afirmações baseadas no senso intuitivo.
É preciso de provas ou de que as hipóteses sejam confirmadas por documentos ou fontes dotadas de credibilidade. Dentro das proposições peirceanas, toda pessoa faz uso da chamada argumentação ao desenvolver uma ação mental.
Quando Holmes observa que a terra em frente à casa na Lauriston Gardens está molhada, ele pode ter pensado: ‘Se durante a madrugada choveu, logo, pela manhã a terra ainda pode estar úmida’.
Acerca das marcas da carruagem: ‘Se a terra está úmida e as marcas da carruagem não desapareceram com a chuva, as marcas foram feitas durante ou logo após o fim da chuva. Logo, a carruagem esteve aqui durante a madrugada’.
Todo esse complexo de pensamentos seria o argumento de Sherlock. Para que esse silogismo seja efetivo e se aproxime da verdade, ele faz uso da tríade indução, dedução e abdução, para testar essas possibilidades.
Porém, nada escapa ao olhar sábio, perfeccionista e crítico do detetive Sherlock Holmes, que observa até cada microcaracterística cautelosamente. Assim, ele infere, através das entrelinhas, relações sociais, políticas, cotidianas e econômicas de quem está sendo analisado.
Com toda sua astúcia, as provas se fazem óbvias, tornando as relações e deduções gerais muito claras a seus olhos.
Por ter pistas muitas vezes ocultas e necessitarem de uma leitura por trás da simples aparência, deduzimos que Holmes tem um olhar majoritariamente indicial, significando que as pistas são visíveis somente para ele.
O próprio Peirce pode ser lembrado como exemplo de abdução. Quando jovem, abduziu que havia algo em comum nos fenômenos todos que estudava nas mais diferentes áreas. A hipótese que levantou foi comprovada após décadas de estudos.
A indução também pode ser formada a partir de um silogismo. O caso: choveu esta manhã. Resultado: A chuva molhou a rua. Regra: a água molha a tudo.
O interpretante destes signos é induzido a acreditar que a chuva molhou a rua porque realmente choveu e a regra diz que a água deixa tudo molhado.
Dos elementos da tríade, a Abdução é considerada por Pierce, a mais importante porque transmite a ideia de criação, princípio e evolução. Pierce também chama esse elemento por hipótese. A regra: a água molha a tudo. Resultado: a rua ficou molhada.
Já em “Um Estudo em Vermelho”, entendemos que o casaco úmido da vítima é tomado como um índice, pois indica que a mulher esteve na chuva há pouco tempo.
Caso: um caminhão despejou água ao passar por aqui. Na abdução, o caso é a hipótese do que poderia ter ocorrido. Poderia ter sido a chuva a ter molhado a rua, ou o Corpo de Argumento, de modo simplificado, é a junção de uma série de premissas que levam a uma conclusão.
Bombeiros que foi apagar um incêndio e deixou tudo molhado. “A abdução permite formular um prognóstico geral, mas sem garantia de um resultado bem-sucedido”.
É um processo no qual se formam hipóteses que são testadas sistematicamente, subtraindo o que não se confirma até que se aproxime da verdade.
Nessa situação Sherlock Holmes diria, eliminando as coisas impossíveis, o que sobrar, mesmo que improvável, deve ser a verdade.
Para Pierce, o processo cognitivo contém os três tipos de argumento: indução, abdução (ou hipótese) e dedução.
Em suma, Sherlock começa observando, registrando e confrontando diversos dados observáveis (indução); ele, então, erige uma hipótese como ponto de partida ou interpreta os fatos observados de modo a identificar possíveis causas de eventos resultantes (abdução); ...
...ele demonstra de modo analítico as consequências necessariamente inerentes às hipóteses formuladas (dedução); ele submete as hipóteses e as consequências daí deduzidas ao teste de observação e, em seu sentido mais amplo, “experimenta” (indução).
Assim, as hipóteses estabelecidas e selecionadas uma após outra acabam por formar uma rede que converge para a identificação da hipótese fundamental: a identidade do criminoso.
O pensamento investigativo neste estágio funde as três tríades da lógica peirceana, descritas neste trabalho, para se tornar um sistema de observação e ação mental.
Na medida em que é curioso misturar literatura de ficção e teorias científicas, só isso já pode ser considerado atrativo. As descrições de trechos das tramas de Doyle também colaboram para deixar parte da leitura agradável ou atraente.
Mas é inevitável se chegar à complexidade que a semiótica exige. Ao transpor essa barreira, o complexo pode perder para o simples e a simplicidade é sempre mais agradável.
De todo modo, Sherlock Holmes conseguiu cumprir a função que lhe coube, ilustrar o pensamento analítico ou a lógica investigativa.
Assim, atribuímos a ele a definição de semioticista por excelência, uma vez que a caracterização estudada da ciência da semiótica pode se fazer semelhante à interpretação dos objetos feita por Sherlock Holmes.

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