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Qual é o problema desta notícia? Seguinte: 1/ A Amil pertence a maior empresa de serviços em saúde do mundo, a United Health. 2/ O Brasil é o mercado mais importante da empresa fora dos EUA. 3/ A Amil deu um prejuízo enorme (> 700 milhões).
4/ gde parte do prejuízo da Amil foi devido ao enorme contingente de planos individuais q a operadora tem. Tais planos têm regulação de reajustes pela ANS e, em geral, sobem menos q os planos empresariais ou vinculados à categorias profissionais (pex mediados pela Qualicorp)
5a/ Outras operadoras como a Sulamerica e o Bradesco resolveram isso reduzindo ao máximo os planos individuais, alguns até de forma vil. (Sei de varias historias em q a pessoa atrasou 1 ou 2 dias e teve o plano cortado pela cláusula de inadimplência).
5b/ Só pode plano empresarial, cujo reajuste é dado por uma fórmula q inclui 2 variáveis: sinistralidade e o tal VCMH - variação de custos médico hospitalares. Essa fórmula que computa os dois é guardada a 7 chaves pelas operadoras e nem sob requisição judicial é revelada!
6/ o VCMH é a fonte do sintagma “inflação médica”. As entidades médicas fizeram a conta e alegam que seu custo representa 8% do montante. clubedosmedicos.abmnet.org.br/noticias/prg_n…
7/ Os custos subiram. Os lucros caíram. (Não vou nem entrar no mérito se a Saúde deveria ou não dar lucro, que seja). Pelo menos 3 milhões de pessoas perderam o plano de saúde nos últimos anos de crise. Que fazer?
8/ a Amil propos um novo modelo de remuneração, o orçamento ajustável, no qual os riscos são compartilhados com os prestadores de serviço. Ex. Cirurgia de vesícula: eu pago X. Complicou? Problema seu. Continuo pagando X.
9/ O problema disso é a regra de Pareto aplicada à medicina. 80% (ou mais) do que fazemos é trivial e vai bem. 20% é pepinaço e complica. Quem vai querer trabalhar com esses 20%? Na prática, o que ocorre é o seguinte
10/ Ou judicializa-se o atendimento via usuário, já que os prestadores PJ (hospitais e clínicas) não podem fazer isso, seja por questões contratuais, seja por coerção sobre a demanda ou..
11/ manda os pepinos pro SUS.. hehe. E assim vamos nós.. a discussão é muito complexa e com certeza esse recorte não faz jus a todas as variáveis q estão em jogo.
12/ Os médicos já não são mais os detentores de seus meios de produção. Faz um tempinho já. O “patrão” do médico não é mais o paciente. Isso tem algumas implicações. Nenhuma boa.
