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UM SEGREDO TORTO - PARTE 1
O maior segredo da família Bolso não é envolvimento com milícia, não é o paradeiro de Queiroz, mas o fato de todos os homens da família compartilharem de um mesmo castigo genético: a doença de Peyronie. 1% a 3% dos homens sofrem desse mal.
O maior segredo da família Bolso não é envolvimento com milícia, não é o paradeiro de Queiroz, mas o fato de todos os homens da família compartilharem de um mesmo castigo genético: a doença de Peyronie. 1% a 3% dos homens sofrem desse mal.
A doença é um distúrbio do tecido conjuntivo que envolve o crescimento de placas fibrosas no tecido do pênis, acarretando na perda de distensibilidade dos tecidos de um lado do pênis, encurtando este lado e provocando o aparecimento de uma curvatura no pênis ereto.
Para Jair a doença chegou aos poucos. Primeira vez que percebeu um aumento de curvatura e uma leve dor foi aos 14 anos, logo depois de currar uma cabra numa chácara de um amigo de Eldorado. Confuso, achou que foi culpa da cabra.
Acreditando que seria melhor não comentar o ocorrido, Jair levou o segredo para a escola militar. O problema é que a curvatura não parava de crescer, assim como as dores. Mas Jair foi ensinado a ser homem – e homem não pode ficar de mimimi.
Jair então passou a disfarçar. Não deixava que as moças vissem seu membro duro, nem deixava que elas o tocassem – arrumava um jeito de fazer a penetração, porque homem sempre arruma um jeito. E aguentava a dor.
Jair até casou. Foi levando o casamento do mesmo jeito que levava os relacionamentos. Virava a mulher de ladinho, buscava um ângulo, penetrava o mais rápido possível, engolia a dor e assim fez três filhos. Seu papel de homem foi cumprido.
Mas aos 31 anos, em 1986, a curvatura e a dor ficaram indisfarçáveis, Rogéria, sua esposa, depois de emendar 3 filhos em 4 anos, finalmente voltou a querer alguma intimidade. Com as negativas do marido, ela pôs a mão lá. O segredo foi tocado.
Essa foi a 1ª crise do casal. Rogéria exigiu que o marido procurasse um médico, ele replicou que ninguém ia mexer no biroliro dele. Ela gritou, ele gritou de volta, ela ameaçou levar os meninos para casa dos avós, ele deu de ombros.
Ela então disse que ia falar com os amigos dele. Com o segredo ameaçado, Jair se convenceu a procurar ajuda médica. Constrangido foi atrás de um médico particular, não militar, para evitar boatos. Não deixou que a esposa o acompanhasse. Era assunto de homem.
No consultório, depois muito gaguejar, conseguiu explicar sua aflição ao urologista. O médico enfrentou alguma resistência / fazer o exame, porque Jair não queria se envolver com essas coisas de homossexualismo. Eventualmente Jair cedeu.
Os anos de dores e crescente curvatura deformaram definitivamente o pênis de Jair. Ñ foi difícil chegar no diagnóstico de Peyronie, doença hereditária. Ninguém fala, mas ele herdou de alguém da família. Talvez os filhos tbm tivessem. A sugestão foi uma cirurgia de encurtamento.
"Como assim, encurtamento? Vai cortar meu pau?". "Só uns 4 cms, seu Jair, para tirar a parte deformada..." Não houve forma de convencer o jovem capitão a aceitar a cirurgia. O médico então falou de um remédio novo, alternativo, que parecia trazer resultados.
Não entendi pq a thread quebrou, mas continua aqui:
A parte 2 já no ar:
