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Tamoxifen. O remédio era usado para tratamento de câncer de mama, mas alguns médicos relataram resultados animadores no tratamento de Peyronie. "É remédio de mulher? Vou tomar remédio de mulher?". Era isso ou a cirurgia. Foi o remédio de mulher.
Acontece que o remédio de mulher era absurdamente caro. Jair era um capitão com soldo baixo e três filhos para criar. Cansado, com dores, com o pau irremediavelmente torto, Jair não viu outra coisa a fazer, senão reclamar do salário. Mas ele tinha que reclamar no lugar certo.
Por meio de amigos o capitão conseguiu um espaço na revista Veja e assinou uma coluna na falando dos baixos salários da categoria. Rogéria revisou. A coluna foi comentadíssima. A categoria se mobilizou. Jair achou que ganharia um aumento, no entanto foi preso.
Foram 15 dias na prisão. Jair suportou bem, já estava suportando + de 2 anos sem sexo. Mas ele precisava arrumar um jeito de ter dinheiro p/ tratar seu Biroliro. A situação pedia medidas drásticas. Ele estava em um beco sem saída. Foi aí que teve a ideia de explodir uma adutora.
O plano, que Jair chamou de "Beco sem Saída", acabaria envolvendo não só uma adutora como casas militares. Isso seria uma saída grandiosa. Depois de muito tempo, Jair se sentiu homem. Estava tão empolgado que falou do plano para um repórter da Veja.
Foi um erro. O repórter da Veja publicou uma matéria falando do plano. Jair desmentiu. A Veja publicou os desenhos que Jair fez dos lugares a serem explodidos. Jair fingiu que não era com ele. Mas foi expulso do exército.
Jair se viu então sem emprego, com 3 filhos, um pau-torto--disfuncional-em-dor-constante. Chorou suas desgraças para um amigo do sindicato (sem falar do pau torto, é claro). Era o fim. O amigo deu a melhor ideia da vida para Jair: candidate-se a vereador. Era um novo começo.
FIM DA PARTE 1
