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Na guerra contra o crime a principal arma são as ideias. Nunca esqueçam disso.

“Alemão tem intenso tiroteio em ação da PM; moradores denunciam casas invadidas por agentes”, diz a manchete do Extra.
Uma foto pouco nítida, publicada na reportagem, mostra um vulto indistinto, descrito como um policial atirando, sentado no sofá “na sala de uma residência”.

“Moradores denunciam que agentes invadiram casas”, diz a reportagem.
“Eles entraram sem permissão e estão atirando de dentro das casas”, contou um morador, que não quis se identificar.

Com base em uma foto borrada e uma declaração anônima o jornal Extra, mais uma vez, acusa, processa e condena a polícia do Rio.
Vivemos uma guerra, já disse o governador Wilson Witzel em uma declaração corajosa. Os moradores das “comunidades” vivem sob um regime de exceção imposto pelos narcoterroristas. Sua propriedade e suas vidas dependem da boa vontade do tirano local.
Pessoas são rotineiramente torturadas, estupradas, mortas, queimadas em “fornos de microondas” ou simplesmente “desaparecidas”. A descoberta de cemitérios clandestinos virou rotina.
Por isso todas as denúncias de violência nas favelas acusam a polícia. Se os moradores acusarem os traficantes, a represália é imediata.

O medo transforma os cidadãos em reféns – e muitas vezes, em robôs – dos narcoterroristas.
Por isso os moradores descem para o asfalto, ordenam o fechamento do comércio, queimam ônibus ou até – como ocorreu em Angra no início do ano – colocam cadáveres na pista.

Porque o tráfico manda.
Por isso nenhum morador, anônimo ou não, ousa elogiar ou agradecer a polícia. Por isso TODAS as vítimas de “bala perdida” são causadas pelas armas dos policiais. As vítimas de armas dos traficantes não ganham indenização do estado.
Existem um milhão de razões pelas quais um policial poderia estar na situação mostrada na foto. Ele pode ter ficado encurralado. Ele pode ter pedido permissão ao dono. Ele pode estar socorrendo uma família. É impossível saber o que aconteceu, tendo apenas uma foto como evidência.
Mas, na dúvida, o jornal sempre ataca a polícia.

A reportagem continua: “outras imagens trazem um quarto completamente revirado — de acordo com o morador, policiais foram os responsáveis por isso”.
Em todas as comunidades existem redes de “ativistas”, montadas e financiadas pelo tráfico, e com ligações estreitas com políticos extremistas e setores da mídia. A especialidade destas redes é produzir fake news a partir do momento em que a polícia entra na comunidade.
Mas a mídia nunca publicou nada sobre isso. Lemos apenas a mesma narrativa cansada que descreve favelas como paraísos cuja tranquilidade só é quebrada quando os malvados policiais chegam atirando, ferindo e matando – sempre segundo um morador “que não quis se identificar”.
Nessa narrativa, os narcoterroristas não existem.

Nessa narrativa, não existe o cabo Rafael dos Santos Neves, de 39 anos, atingido com um tiro de fuzil no tórax no Complexo do Alemão na semana passada, e que descansa no cemitério de Sulacap.
Seus assassinos continuam impunes.

Quem sabe o Extra consegue uma foto deles, ou mesmo os seus nomes, através da denúncia de algum morador "que não quis se identificar" ?
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