Basicamente uma luta-livre, com a diferença de que tudo era armado. E todo mundo sabia.
Em resumo, é "a mentira que todos acreditamos". Ou seja, todo mundo sabe que aquele mundo é ficcional, mas o trata como verdadeiro.
Kayfabe é esse mundo maravilhoso que existe entre a realidade e a ficção.
O maior pecado que um lutador de wrestling pode cometer, inclusive, é quebrar o Kayfabe. Até mesmo fora do ringue eles se comportam como seus personagens.
É tipo Malhação, mas com malhação de verdade.
Mas não é a realidade que importa. É a história. Os acontecimentos não são verdadeiros porque são reais. São verdadeiros porque é divertido.
Ora, pq não? Quem não gostaria de viver dentro de uma história imprevisível, cheia de vilões e heróis, ação e drama em vez de pegar o ônibus lotado e trabalhar o dia todo pra pagar boletos atrasados?
Além disso, as mídias independentes ganham força construindo narrativas alternativas.
A mídia tradicional perdeu seu espaço.
Os agentes da mídia não podem mais apenas de limitar a escrever o roteiro. Eles precisam entrar em cena e se tornarem personagens das histórias. De preferência, protagonistas.
Os personagens estão em cena. E o público? Quer acreditar que tudo é verdade.
Somos nós assistindo as mesas redondas e dando RT reclamando a cada absurdo dito.
Só existe a narrativa - e os personagens estão lá para o enredo poder andar.
Vivemos um drama que preenche 24h de programação durante 365 dias em meia dúzia de canais. É preciso ter assunto!
Vivemos no mundo do kayfabe. Para a indústria do entretenimento, a vida real não basta.
E jornalismo se confunde com entretenimento há muito tempo.
Mas esse é um perfil dedicado ao futebol, então é melhor ficar por aqui.
Você faz parte disso se quiser. Só não se perca no kayfabe