Parece estranho, mas até que tem lógica.
Vem comigo...
Terminou em terceiro e, ao seu estilo, prometeu que seria campeão na temporada seguinte.
Também venceu a Taça de Portugal e a Copa da UEFA.
Só se falava em Mourinho.
Dizem, inclusive, que o confronto final definiu a escolha do próprio treinador do Chelsea, recém-comprado por Abramovich: Mourinho ou Deschamps, o campeão iria para a Inglaterra.
Foi treinar o novo-rico do futebol europeu já sob o status (auto-atribuído) de "special one".
No Porto, o italiano Luigi Delneri foi contratado como seu substituto.
O motivo principal, segundo relatos da época, foi a reclamação dos jogadores a respeito da metodologia de trabalho.
Quando se tornou treinador, passou a exigir a mesma profundidade e aumentou a importância do departamento de análise.
Os jogadores ficavam surpresos com os treinamentos sempre feitos com bola. Tudo era pensado dentro do contexto do jogo.
Seus treinos eram mais curtos e absurdamente intensos. Cada exercício tinha um nível de complexidade que não era comum na época.
Todo movimento deveria fazer sentido dentro do contexto de uma partida
Serve para física, matemática, sociologia e... futebol!
Quando o novo treinador trouxe as voltas ao redor do campo com tênis de corrida e horas de academia, eles protestaram. Delneri não conseguiu nem estrear
Um jogador não é apenas uma peça de xadrez que segue o que o mestre manda. Ele também pensa o jogo.
Realmente parece que os jogadores do Flu comparam a ideia de Fernando Diniz. Acreditaram que poderiam ser um time melhor assim, que poderiam evoluir.
Não deu certo. De fato, o time do Flu sofria em campo de maneira quase inexplicável. Dominava e perdia.
Tiago Nunes falou, inclusive, ao podcast TPI do @FootureFC sobre mesclar as ideias de Diniz e Autuori.
Logo no primeiro jogo, um amigo tricolor me mandou uma mensagem: "Hoje a defesa foi à forra. Deram todos os chutões que não podiam dar antes"
Há quem diga que os jogadores estão insatisfeitos. Lideranças do elenco seriam a favor da manutenção do treinador e sentiram a saída de Diniz.
Se continuar assim, a pressão realmente tende a se tornar insuportável. É uma espiral negativa. Um poço sem fundo.
Muito menos comparando Fernando Diniz a Mourinho. O trabalho do português, inclusive, sobrou no quesito que faltou para o tricolor: resultados.
Mas o caldeirão do Flu está fervendo e parece sim que havia uma sinergia entre elenco e treinador dentro das ideias propostas
O Fla, por exemplo, precisa ter o mesmo cuidado. Depois de um ou dois anos com Jorge Jesus, vai ser difícil fazer o elenco aceitar um treinador motivador, que fala muito e treina pouco.