🚨🚨🚨 Atenção!! Meu artigo de hoje na @folha é sobre multiplicadores fiscais. Se você ficou confuso com a confusão recente de economistas, não se preocupe. Há muito mais incertezas do que certezas nesse debate. Entenda abaixo. 
No jargão econômico, o efeito do gasto do governo sobre o PIB é chamado de “multiplicador fiscal”. Ele indica em quantos reais o PIB varia depois de o governo aumentar o gasto em um real.
O FMI revisou 41 estimativas do multiplicador do gasto em países em desenvolvimento. Nele, observa-se que 20% dos multiplicadores são menores que zero (aumento de gastos levaria a uma queda no PIB) e 90% deles são menores que um. O efeito estimulativo tende a ser nulo ou moderado
Mas a magnitude desse efeito varia amplamente no espaço e no tempo. Em países com taxa de câmbio fixo, o multiplicador do gasto tende a ser maior; nos com mta divida, tende a ser zero ou negativo; em comparação ao gasto primário, o multiplicador do investimento tende a ser maior.
Nos 7 estudos q eu cataloguei sobre o multiplicador brasileiro, há tb ampla variação nas estimações. Elas vão de zero (o aumento do gasto não teria nenhum efeito sobre o PIB) até 0,6 (para cada real que o governo contrai em dívida para aumentar gasto, o PIB cresceria em R$ 0,60).
No Brasil, há 2 forças contextuais opostas. Por um lado, há a ampla recessão, q aumentaria o multiplicador. Por outro lado, o risco de insolvência traz o multiplicador pra baixo. Qq projeção depende do peso que o analista dá às forças contraditórias citadas acima. Há incerteza.
No meio de tanta dúvida, existe 1 certeza: aumentar gastos, nesse momento, levaria à deterioração fiscal e a um aumento da relação dívida-PIB. Seria necessário um multiplicador acima de 3 para que um aumento de gastos “se pagasse” —muito acima de qq estimativa empírica.
Duvide qdo alguem escrever q sabe o q acontecerá com a economia brasileira se aumentarmos os gastos. E desconfie mto + se esse economista escrever q a situação fiscal vai se resolver aumentando gastos —algo completamente incompatível com a melhor evidência disponível.
Artigo completo aqui: www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/1…
