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Nigel Farage é, sem dúvida, o grande nome do Brexit. Por anos, defendeu solitariamente a saída no Parlamento europeu, sendo satirizado e hostilizado. Sua presença como deputado em Bruxelas era algo, aliás, extraordinariamente contraditório:
um político que não conseguia espaço na política do seu país, mas que era eleito para o Parlamento que representava a instituição (U. Europeia) que ele rejeitava. Mas foi nesse lugar improvável que fez seu nome e construiu o apoio que culminou na aprovação do Brexit em 2016.
Com as conquistas políticas de Boris Johnson (aceitação do acordo do Brexit pela U. Europeia e antecipação da eleição para 12 de novembro), Farage se viu diante de um
dilema: 1) lançar candidatos para tentar fazer do seu Partido Brexit uma força política no Parlamento inglês ou
2) apoiar Boris Johnson e não correr o risco de ser ele próprio, Farage, o responsável por inviabilizar o Brexit na hipótese de os seus candidatos tirarem votos dos conservadores nos distritos eleitorais.
Inclusive, membros do seu partido se anteciparam, fizeram a segunda escolha e anunciaram publicamente que não disputariam a eleição para não atrapalhar os conservadores e, portanto, o Brexit.
Hoje, como publiquei mais cedo, Farage, que é um político inteligente, fez o movimento mais adequado: publicou uma carta dizendo que o país era mais importante do que se opor a Boris Johnson, cujo acordo para o Brexit foi muito criticado por ele (Farage).
Assim, ele ajuda a aumentar as chances de Boris Johnson continuar no poder, ganha um aliado, legitima o seu partido perante a sociedade para as eleições vindouras e, confirmada a vitória conservadora e concluído o Brexit, grava o seu nome na história da política britânica.
Quanto aos trabalhistas, lembram que escrevi que a escolha de Jeremy Corbyn para liderar o partido Trabalhista em 2015 fez com que membros antigos se afastassem ou até mesmo saíssem da sigla? Pois é.
A imprensa britânica vem noticiando desde a semana passada casos de trabalhistas seniores que estão defendendo o voto nos conservadores para que não haja qualquer risco de Corbyn se tornar primeiro-ministro.
Na semana passada, entrevista concedida por Ian Austin, ex-conselheiro de Gordon Brown, que saiu do partido Trabalhista e era deputado independente, provocou uma confusão dos diabos.
Austin declarou que Corbyn é completamente inadequado para liderar os trabalhistas, que se ele se tornar primeiro-ministro será uma desgraça para o país. Foi além: disse que Corbyn é apoiador de terroristas, de extremistas, dos inimigos do Reino Unido.
Vindo de um ex-membro respeitado do Partido Trabalhista, as críticas a Corbyn só não chocaram mais do que o golpe fatal: Austin pediu aos eleitores trabalhistas que votem nos candidatos conservadores para evitar a tragédia maior que será alçar Corbyn à chefia do governo.
Outro golpe contra Corbyn foi o editorial de capa do influente jornal judeu The Jewish Chronicle do dia 8 de novembro. O texto alertava para o risco da eleição de um político com histórico de declarações antissemitas e que chamou de “amigos” grupos terroristas como Hamas.
Neste momento, há condições muito favoráveis para os tories (conservadores) vencerem as eleições. O grande desafio é converter em voto as intenções manifestadas nas pesquisas realizadas ao longo das últimas semanas.
Se for vitorioso, Johnson terá que lidar com as consequências econômicas imediatas do Brexit, mas com liberdade para agir e para negociar acordos com outros países (como o Brasil) e blocos econômicos, incluindo a União Europeia.
Eleição será no dia 12 de DEZEMBRO (pena que o Twitter não permite revisão).
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