A estratégia do primeiro-ministro Boris Johnson foi bem-sucedida e o Parlamento aprovou a realização de eleições antecipadas no dia 12 de dezembro. Além disso, já voltaram para o Partido Conservador 10 dos 21 tories rebeldes que foram expulsos.
Depois de elaborar uma proposta para o Brexit, conseguir a anuência da União Europeia e a extensão do prazo de saída (de 31 de outubro para 31 de janeiro de 2020), os adversários de Johnson no Parlamento não tinham mais em que se ancorar para continuar bloqueando o processo.
Agora, o desafio do primeiro-ministro e dos tories que o apoiam é converter em voto o apoio popular que vem sendo registrado há semanas em pesquisas. Não será fácil, pois Jeremy Corbyn e os trabalhistas, embora fragilizados, irão com tudo para cima dos conservadores.
Considerando, porém, a habilidade e temperança de Johnson para passar a mensagem de que é o homem certo para conduzir o Brexit e de responsabilizar Parlamento e Partido Trabalhista pelo impasse, é grande a possibilidade de os tories conquistarem a maioria dos assentos.
Assim, Johnson poderá se manter no cargo com apoio robusto, aprimorar o acordo de saída da União Europeia e implementar sua agenda política, social e econômica - uma versão atualizada do One Nation Conservatism de Benjamin Disraeli.
Por fim, estou muito curioso para ver como os jornais e comentaristas abordarão a decisão do Parlamento.
