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🧙‍♂️| O DECLÍNIO DA CIÊNCIA ECONÔMICA. |

Por: O Mago Libertário

Todas as possíveis discordâncias entre as escolas de pensamento econômico derivam de apenas uma questão:

Do que se trata a economia?

Números ou Pessoas?
Mises afirma que a economia é a ciência da ação humana, além disso ele declara:

"Suas afirmativas e proposições não derivam da experiência. São, como a lógica e a matemática, aprioristas. Não estão sujeitas a verificação com base na experiência."
"São tanto lógica como temporalmente anteriores a qualquer compreensão de fatos históricos. São um requisito necessário para qualquer percepção de eventos históricos."
Levando em conta o panorama atual, pode parecer surpreendente vir à saber que o conceito de Mises (de que a economia é uma ciência apriorística) não estava desalinhada com a visão do predominante do começo do século XX.
Vejamos o que Say, Nassau Junior e John E. Cairnes tam a dizer sobre a ciência econômica:

Say escreveu: “Um tratado sobre economia política estará . . . confinado a enunciação de uns poucos princípios, que sequer precisam ser sustentados por provas ou ilustrações;
pois eles não serão nada além da expressão daquilo que todo mundo conhecerá, organizado de uma forma conveniente para compreendê-los, assim como em seu escopo integral e suas relações”.
E “a economia política. . . sempre que os princípios que constituem suas bases forem as deduções rigorosas de
fatos comuns inegáveis, estará baseada sobre uma fundação imóvel”."
De acordo com Nassau Senior, “as premissas [econômicas] consistem de algumas proposições gerais, do resultado de observações, ou da consciência, e dificilmente requerem provas, ou mesmo uma
declaração formal, as quais quase todo homem, tão logo ele as...
escute, reconhece como familiares a seus pensamentos, ou pelo menos como já presentes em seu conhecimento anterior; e suas deduções são praticamente gerais, e, se ele raciocinou direito, tão certas quanto suas premissas”.
E os economistas deveriam estar “cientes que a ciência
depende mais da razão do que da observação, e que sua principal dificuldade não é a averiguação de seus fatos, e sim o uso de seus termos”.
E John E. Cairnes observa que enquanto “a raça humana não possui nenhum conhecimento direto dos princípios físicos definitivos”. . . “os economistas já começam com um conhecimento das causas definitivas”. . .
“Deste modo, no começo de sua pesquisa, pode ser considerado que o economista já conhece aqueles princípios definitivos que regem os fenômenos que constituem o assunto de seu estudo, a descoberta que
é a tarefa mais árdua para o inquiridor das investigações físicas”.
"O ato de presumir [na economia] claramente seria algo sem propósito, visto que possuímos em nossa consciência e no testemunho de nossos sentidos . . . prova clara e direta daquilo que queremos saber."

As opiniões de Menger, Böhm-Bawerk e Wieser eram iguais.
O livro de Lionel Robbins "The Nature and Significance of Economic Science", que foi lançado em 1932,
nada mais é do que uma versão de certa forma suavizada da descrição que Mises faz da ciência econômica como praxeologia.
Não obstante ele foi respeitado pelos economistas profissionais como a estrela guia metodológica por quase vinte anos.

Na verdade, Robbins, em seu prefácio, explicitamente destaca Mises como a mais importante fonte de sua própria posição metodológica.
No entanto, houve um momento em que a economia adotou métodos associados as ciências naturais.

De uma hora para outra o empirismo e o positivismo tomaram conta do mainstream.
Essa mudança no ímpeto do pensamento econômico ocorreu na mesma época em que os intelectuais e políticos passaram a acreditar na eficácia do planejamento estatal.
Começaram tratar a economia como uma ciência empírica, não diferente da física, que desenvolve hipóteses que requerem testes constantes.

O mais interessante é que os economistas do mainstream começaram a tratar Mises como dogmático.
A visão de Mark Blaug, um dos maiores representantes do pensamento metodológico predominante, ilustra esta oposição praticamente unânime ao Austrianismo.
Blaug diz de Mises, “Seus estudos sobre os fundamentos da ciência econômica são tão excêntricos e idiossincráticos que podemos apenas nos perguntar como pode existir alguém que os leve a sério”.
Blaug não fornece um único argumento para justificar este insulto.

Seu capítulo sobre o Austrianismo simplesmente se encerra com esta declaração
Enquanto isso, heterodoxos causam inveja nos mais absurdos conspiracionistas ao criar explicações mirabolantes das quais surgem soluções mais mirabolantes ainda para seus problemas.
Já os neoclássicos e keynesianos, abusam do empirismo e de seus modelos matemáticos complexos na ânsia de querer "mensurar" tudo.
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