Se o desmatamento explodisse sob sua gestão, o que você faria? Seria implacável com o crime, reforçaria equipes de fiscalização e iria pessoalmente a campo prender madeireiros e garimpeiros ilegais e grileiros? Não se você for Ricardo Salles oglobo.globo.com/sociedade/ibam…
Para que se tenha uma ideia do impacto que terá essa medida que torna mais difícil multar serrarias que processam produto de crime ambiental, vamos olhar alguns números.
No gráfico estão áreas (em km2) identificadas pelo sistema Deter-B do Inpe, degradadas por exploração de madeira, de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Pois bem, a barra roxa (2.133 km2) refere-se apenas ao período de 1o de agosto a 13 de novembro de 2019. 
Esta área é 36% maior do que a área degradada na Amazônia por exploração de madeira para todo o período anterior de 12 meses (1o de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019).
Ricardo Salles prometeu que iria combater o desmatamento ilegal. Na verdade, a gestão Bolsonaro/Salles está inovando em como acabar com os crimes ambientais. É a chamada estratégia Legalize Já.
Você corta madeira em terra indígena ou unidade de conservação e não quer o Ibama no seu pé, muito menos queimando seu equipamento? Seus problemas acabaram. Vamos mudar a lei de crimes ambientais e aquilo que poderia te levar para a cadeia, vai ser legalizado, talkei?
Você é receptador de madeira de crime ambiental em terra indígena ou unidade de conservação e quer serrar e vender sua madeira em paz? Seus problemas também acabaram. Além de legalizar a extração ilegal, você só será punido se estiver com madeira ilegal se se declarar culpado.
Você é grileiro, invadiu terra pública, desmatou tudo, plantou capim e não quer ninguém te incomodando? Seus problemas também acabaram. Vem aí a legalização do crime de grilagem, da maneira mais simples: basta uma autodeclaração de posse que você vira proprietário. Talkei?
Escrevam. Se 2019 mostrou a marca da dupla Bolsonaro/Salles sobre florestas e seus povos, 2020 será muito pior. A área desmatada registrada pelo Deter-B entre 1o de agosto e 13 de novembro de 2019 já equivale a 59% do que o Deter registrou para todo o período ago/18 - jul/19.
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