Entender quais são as causas do nosso baixo crescimento faz total diferença para não sugerir políticas equivocadas. O diagnóstico de hoje é totalmente diferente do que se pensava décadas atrás. Segue a thread.
A ênfase estava em aumentar as taxas de investimento
e poupança.
Em essência, buscava-se era expandir o investimento, suposto motor do crescimento
the empirics of growth” (QJE, 1992).
A ideia era que a contribuição dos fatores de produção (Capital) era PEQUENA, e a produtividade total dos fatores (PTF) era MAIS IMPORTANTE.
Estima-se que entre 50% e 66% da variação do PIB por trabalhador entre países se explica por diferenças de PTF.
Essa mudança trouxe muitas consequências.
Países são pobres NÃO PORQUE INVESTEM POUCO, mas
porque são muito ruins em organizar seus recursos, insumos e fatores de produção.
- Entre 50 e 70% de nossa diferença de PIB/trabalhador em relação aos EUA é devido à PTF.
- Capital físico explica muito pouco da baixa produtividade relativa do trabalho do Brasil.
- Diferenças de capital humano são relevantes, embora bem menos que PTF.
- Crescimento da PTF explica a maior parte do crescimento acelerado até 1980
- A queda da PTF explica a estagnação e o baixo crescimento da economia brasileira entre 1980 e os anos recentes.
SOMOS RELATIVAMENTE POBRES PORQUE SOMOS POUCO PRODUTIVOS E EFICIENTES.
E se mudamos o diagnóstico, devemos mudar as recomendações de políticas.
custo a taxa de investimento – o que em muitos casos acaba por reduzir a produtividade – deve-se focar em políticas que diminuam distorções e aumentem a eficiência produtiva.
E como? Isso é tema pra outra thread...
Pedro é Professor da FGV EPGE e diretor do FGV Crescimento & Desenvolvimento. Deixo o link aqui para os curiosos.
ibre.fgv.br/sites/ibre.fgv…