O que a Economia tem a dizer sobre a imigração?
Há um certo consenso que, quanto a bens/serviços, uma maior abertura gera impactos positivos na economia. Agora, qnd se trata de mobilização do fator humano, quais são os impactos existentes para a economia? Deve haver limites? /1
Há um certo consenso que, quanto a bens/serviços, uma maior abertura gera impactos positivos na economia. Agora, qnd se trata de mobilização do fator humano, quais são os impactos existentes para a economia? Deve haver limites? /1
A melhor forma de se avaliar isto é através da ótica fiscal. A chegada de imigrantes implica em mudanças tanto em termos de custos para o governo como p suas receitas. Por um lado, demanda-se + gastos sociais, por outro, representa a chegada de potenciais pagadores de impostos /2
Sabendo-se disso, a grande questão é: qual o saldo LÍQUIDO disto? A nova receita é suficiente para cobrir os novos custos que o governo arcará? Se fossemos analisar apenas as transferências diretas, esta análise seria muito mais fácil. /3
Segundo dados da OCDE, considerando transferências diretas dos imigrantes para o governo (contribuições de seguridade, imposto de renda, etc.) e a s transferências diretas do governo p/ os imigrantes (programas assistenciais, auxílio-desemprego, etc.)... /4
... a contribuição fiscal líquida dos imigrantes é positiva para a maior parte dos países pesquisados.
No entanto, as transferências indiretas tornam este cálculo mais complicado, já q os imigrantes consomem serviços públicos indiretamente e pagam impostos indiretos também. /5
No entanto, as transferências indiretas tornam este cálculo mais complicado, já q os imigrantes consomem serviços públicos indiretamente e pagam impostos indiretos também. /5
É a partir deste problema que surge a tabela abaixo. Em % do PIB, a primeira coluna considera apenas as transferências diretas, já a segunda coluna engloba tanto os fluxos diretos como indiretos de renda, resultando na contribuição líquida total. /6 
Pode-se perceber q a contribuição líquida se reduz de uma coluna p outra, tornando-se deficitária em alguns países. No entanto, essa deterioração fiscal é bem menor do q bradam os grupos anti-imigratórios, q pressagiam uma espécie de "colapso econômico" caso ocorra a imigração./7
A imigração continua sendo superavitária para países como Suíça e Espanha. Grã-Bretanha possui um déficit insignificante. Os EUA possuem um déficit de 0,64% do PIB (algo próximo relativamente ao que o Brasil gasta com o Bolsa Família). /8
Só para casos extremos como a Alemanha - que possui uma generosa gama de serviços dedicada aos imigrantes devido ao seu vasto histórico com refugiados - que mostra um resultado deficitário que geram alguma preocupação, chegando próximo aos 2% do PIB. /9
Portanto, economicamente falando, o "fardo fiscal" gerado pela chegada dos imigrantes é bem menor do que o senso comum supõe. /10
É relevante lembrar tb que a imigração é um fenômeno socioeconômico q possui tanto externalidades positivas (como a propagação de novos conhecimentos/técnicas), como negativas (como congestionamento social, gerando fricções q podem ser responsáveis por elevação na violência). /11
De qualquer forma, esta complexidade da análise só mostra que os fluxos migratórios são assuntos que demandam muito mais evidências do que o debate existente atualmente possui, que é dominado, em sua maioria, por pura panfletagem ideológica. /12
Fonte: PUGEL, Thomas A. International Economics. 16a edição. /13
