Existe uma velha máxima que diz: “Quem fala demais dá bom dia para cavalo.” Qualquer autoridade exposta como estão alguns ministros, obrigada a falar todo dia, vai pisar na bola.
É claro que a fala de Guedes não é crítica a empregadas domésticas, assim como a fala dos parasitas não era crítica a policiais, bombeiros, enfermeiros e tantos outros servidores públicos de respeito.
No mundo dos negócios a susceptibilidade aos termos é muito diferente do mundo da política.
Paulo Guedes é “banqueiro rico, da elite”, qualquer coisa que disser será minuciosamente destrinchada para virar escândalo. Aconteceu o mesmo com FHC.
E toda a proposta sobre a qual ele trata se perde na discussão daquilo que ele não quis dizer.
Guedes, assim como vários outros integrantes do governo Bolsonaro, está na curva do aprendizado sobre o que é falar num ambiente político. Ele foi infeliz? Claro que foi.
A fala de Paulo Guedes foi infeliz? Claro que foi!
Mas o foco que colocaram nas manchetes, nas citações sobre domésticas, parasitas, AI5 e outras falas, desvia a atenção para coisas que não mudam nada nas vidas de ninguém, nem das domésticas e dos parasitas. E que nem de longe são o mais importante nas falas dele.
Foco naquilo que ele diz e que pode impactar profundamente nossas vidas, como as propostas de reformas, de redução da máquina estatal, de desburocratização, de abertura do mercado.
Viu só? Outra metáfora para incomodar os estressados.