Diversão dos últimos dias: Twin Peaks, a série original. Nunca tinha visto. Foi uma pequena revolução. No Bananão, neguinho caiu de quatro, mas a própria @RedeGlobo que o exibiu só saiu do imobilismo lenta e gradualmente - e nem sempre para melhor.
Aquele tema de abertura de Twin Peaks, com seus instrumentos sintéticos se fazendo de alguma coisa (hoje parece teclado de igreja de favela), é um exemplo acadêmico do "som do futuro" que os impenitentes jecas-hippies bananistas idolatravam.
Quando Twin Peaks estreou, bananista mal se recuperava das profundezas da jequeira de Sir Ney. Dinheiro-manteiga, TV a cabo quase inexistente, cartinhas e telegramas, máquina de escrever manual, disco de vinil, Atari 2600 competitivo.
Em 1990 "só" tinha a @RedeGlobo, que "só" tinha olhos para o Leblonistão. Era uma receita de imobilismo. A grade de programação, em sua essência, continua a mesma.
O gigantismo da @redeglobo gerava quilolitros de baba invejosa e despertava ambição dos concorrentes, mas até a concorrência era uma bolha especulativa.
Aí veio a novela Pantanal que, sozinha, levou ao cancelamento de toda a linha de shows da @redeglobo. Claro: em tempos de Plano @Collor, os shows habituais custavam uma baba e Pantanal era só mato e elenco de segunda.
Pela primeira vez em décadas, a @RedeGlobo parecia ter sido pega no contrapé. O Efeito Pantanal revelou a velhice onerosa da linha de shows e o improviso no preenchimento da lacuna (a novela Araponga, esquecível).
Foi o tempo em que @collor chamou o computador brasileiro de "carroça", sem qualquer contestação possível ou imaginável. Era a carroça ou a muamba. Esquerda não discutia o assunto porque achava que bananista não precisava usar computador.
@Collor No poder, a esquerda teve que lidar com uma situação de fato: computadores disseminados, altamente demandados e cada vez mais baratos. Nesse aspecto, nem Lula-lá em seu auge moveu uma palha para voltar atrás.
