Infelizmente tivemos alguns contratempos que atrasaram a publicação da atualização do InfoGripe referente à semana 39 (20/09 - 26/09). Segue o 🧶
Os dados do país como um todo continuam caindo, porém localmente ainda temos muitos regiões em situações preocupantes.
5 capitais com sinal de crescimento na tendência de longo prazo, e mais 2 com estabilidade após 5 semanas consecutivas com sinal de crescimento.
Por ordem alfabética:
Aracaju (SE): sinal de crescimento na tendência de longo prazo presente nas últimas 3 semanas
Florianópolis (SC): sinal de possível reversão da tendência de queda. Como é a primeira semana com este sinal, importa reavaliar na próxima atualização. Pode ser o início de estabilização após o período de queda, porém ainda em valores relativamente altos.
Fortaleza (CE): talvez a menos preocupante delas, junto com Macapá (AP). 1a semana, em 6, que a tendência de longo prazo sugere crescimento. Na semana anterior este sinal era apenas na tendência de curto prazo. Obs.: parece baixo pq o pico foi ggt. ~4 [2 - 8] casos por 100mil hab
Macapá (AP): também apresenta sinal de crescimento apenas na última semana, vindo de período de queda e estabilização.
Manaus (AM): sinal de crescimento nas últimas 6 semanas, mas sugere uma segurada na última semana, com tendência de curto prazo sugerindo possível queda. Requer *muita* atenção por conta do longo período indicando crescimento lento porém sustentado.
Embora na presente atualização não estejam com sinal de crescimento, Rio de Janeiro e Recife apresentaram sinal de crescimento consecutivo em 5 das últimas 6 semanas analisadas. Importante destacar que o Rio retomará as aulas, cinemas, e eventos (com restrições), nesta semana...
13 dos 27 estados apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento na tendência de curto ou longo prazo. Como Rio e Recife ilustram bem, fundamental olhar também a série histórica para avaliação criteriosa para tomada de decisão, não apenas a tendência atual
Alagoas: 2a Macro. Sinal de crescimento em 2 das 6 últimas semanas.
Amapá: estado com sinal de crescimento em 3/6 últimas semanas. Pela série pode ser uma situação de oscilação com grande amplitude.
Amazonas: Central (5/6) e Oeste (3/6) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo
Bahia: Norte (5/6) e Sudoeste (5/6) com sinal de crescimento sustentado mantido até a última semana. Mas reparem as demais macros também estão em situação muito delicada, mesmo que na última semana tenham registrado sinal de estabilização ou queda.
Ceará: 1a Macro (Fortaleza) e 4a Macro (Sertão Central) com sinal de crescimento. Na macro 4a macro pode se tratar de oscilação de grande amplitude, ao redor de valor ainda alto, com baixa redução em relação ao pico, inclusive. Na 1a Macro é ainda um sinal incipiente
Espírito Santo: Macrorregião Central, embora também incipiente ainda e com incerteza importante.
Paraíba: embora só a Macrorregião II - Campina Grande esteja com sinal de crescimento na semana 39, todas as macros inspiram atenção ao olhar para a série histórica, principalmente a Macro III (Sertão/Alto Sertão).
Pernambuco: apenas a Macroregião Agreste com sinal de crescimento na semana 39, mas as macros Metropolitana e Sertão também inspiram cuidado.
Rio de Janeiro: Macros II e III inspiram cuidados. Embora a II esteja com sinal de estabilidade na semana 39, vem de 5 semanas consecutivas com sinal de crescimento.
Rio Grande do Norte: Macrorregião II com sinal de possível crescimento nas últimas 3 semanas.
Rio Grande do Sul: Macrorregião Serra com sinal de crescimento na tendência de curto prazo, podendo indicar uma mudança para estabilidade após período de queda. Macro centro-oeste ainda requer grande atenção para manter a tendência de queda recém iniciada
Santa Catarina: Macro Foz do Rio Itajaí passa a registrar sinal de possível crescimento, podendo ser ingresso no regime de estabilização ainda em valores relativamente altos em comparação com o histórico, como parece ser o caso da Macro da Grande Florianópolis
Tocantins: Macrorregião Norte com sinal de crescimento, podendo ser início de novo período de estabilidade, ainda em valores altos, como é o caso da Macorregião Centro-Sul
Tocando em um ponto potencialmente polêmico porém importante: é sim esperado observar retomada do crescimento no número de novos casos após um determinado período de flexibilização. A questão é o que fazer a partir daí.
Segue o 🧶:
Para que não houvesse retomada do crescimento após flexibilizações necessitaríamos: 1) Imunidade temporária ao menos dentro do período em questão ~3-6 meses; 2) Prevalência alta o suficiente para atingir imunidade de grupo.
OU 3) População completamente isolada, constantemente.
+
(1) é razoável supor que se cumpre. (2) *torcemos* para que não seja verdadeiro. Pq? Porque do contrário não fizemos nossa parte para minimizar o impacto da 1a onda. Deixamos o vírus "correr solto" e gerar casos e óbitos evitáveis. (3) não é razoável nem saudável por longo tempo+
#InfoGripe semana 35:
Segue fio com alguns detalhes sobre a situação nas capitais e macrorregiões de saúde de cada estado para os dados de #SRAG, q serve como parâmetro para #COVID19 no BR.
Resumo do boletim: bit.ly/mave-infogripe…
Boletim completo: bit.ly/mave-infogripe…
Tendências de curto (últimas 3 semanas) e longo (últimas 6 semanas) prazo para as capitais
Belém (PA), Macapá (AP), Palmas (TO), Maceió
(AL), Recife (PE), São Luís (MA), e Rio de Janeiro (RJ) já ñ apresentam queda há várias semanas, algumas tendo registrado inclusive crescimento. Nenhuma dessas capitais voltou a cair de maneira clara desde então.
Sobre os dados da capital do Rio de Janeiro, segue momento "elucidar é preciso". 1/n
2/n Sim. Mudanças de critério de classificação de caso impactam na contagem de novos casos, principalmente quando se usa data de divulgação (digitação no banco de dados) ao invés de data de ocorrência (1os sintomas ou óbito).
3/n Sim. Dados apresentados por data de divulgação/digitação não necessariamente refletem a situação atual, pois lá dentro tem casos de toda uma gama de datas de ocorrência. Da semana passada, retrasada, mês passado, ...
Alguns comentários breves (pelo menos espero que sejam, mas ñ garanto...) sobre uma eventual imunidade de grupo em estados/municípios Brasileiros.
1o) Sem dados sólidos de testagem de ampla cobertura populacional, acho precipitado supor que um local já tenha atingido. Pq? Análise de risco. Fazer essa suposição para embasar reabertura ampla e descobrir que estava errado tem um custo humano altíssimo (e econômico tbm).
2.a) Caso um determinado local tenha de fato atingido imunidade de grupo, mas em algum momento tenha sofrido colapso do seu sistema de saúde, isso significa que as iniciativas de controle implantadas falharam. Ou seja, ñ é motivo de alegria, mas de muita tristeza.
Inspirado em pergunta do @luciofm, e incentivado pelo @rafalpx, segue 🧵sobre as diversas variáveis de data no banco do sivep-gripe (q tbm se aplica a bancos similares).
'Simbora que hoje é dia de textão no twitter (p qm perdeu o 1o do dia:
O 1o ponto é lembrar, antes de mais nada, que tem erro de inserção. Ou seja, vai ter dado sem sentido, sim. Mas, em geral, não afeta de maneira significativa análises agregadas. #ficaadica : não use para análise individual.
Feito esse parêntese, vamos lá
DT_SIN_PRI: data de 1os sintomas associados à SRAG. Campo auto referido pelo(a) paciente ou responsável.
DT_NOTIFIC: data de preenchimento da ficha de notificação (~data de identificação do caso como SRAG na unidade de saúde, preenchido pelo/a profissional/agente de saúde)
+
Segue um 🧶sobre análise de tendência com base em dados reais. Serve para #COVID19#dengue#SRAG ...
Um pouquinho sobre os dramas e coisas simples (e ainda assim úteis) que podem ser feitas para uso prático, e exemplo de uso para enfrentamento da COVID-19 com dados de SRAG.
Dados reais de casos de qualquer doença não são curvas de um sistema determinista. O q isso significa na prática? Q ela vai ter altos e baixos mesmo durante período com tendência de crescimento/queda.
Aquela cara "serrilhada", típica de processos conhecidos como estocásticos.
E?
E q, mesmo c/ dados sendo notificados/digitados em tempo real (ñ são), o último ponto ñ necessariamente representa a tendência.
I.e, o número da semana T ser menor/maior do que o valor na semana anterior (T-1) ñ significa que a partir dali começou processo de queda/crescimento