Hoje vamos falar deles que estavam a toda ontem no Capitólio.
Para evitar que os comentários desse fio se tornem um lugar hostil e impossível de moderar, vamos usar anc*p para se referir a eles.
Esse será um fio divido em 3, um hoje, um amanhã e o último na sexta.
Os fios serão conduzidos por perguntas.
1. Por que anc*ps estão sendo entendidos como parte da machosfera? 2. O que são anc*ps? Do que se alimentam? Onde vivem? 3. Por que vocês estão considerando os anc*ps como um grupo de ódio?
Hoje vamos responder a primeira pergunta.
O que une a machosfera a anc*ps é o grande fluxo de militantes entre meios anc*aps e meios MGTOW e Incel.
Esses militantes são vínculos entre esses grupos, ou nódulos como estamos considerando na pesquisa.
Com esse fluxo de militantes intenso, divulgadores anc*ps constantemente produzem conteúdo para YouTube, Podcast, Blogs e outros em conjunto com grades figuras da machosfera, que disseminam suas ideias e conseguem mais adeptos.
Mas, principalmente, esse fluxo intenso de militantes permitiu uma simbiose entre pensamento econômico ultraliberal dos anc*p e pensamento misógino da machosfera.
Mesmo em conteúdos feitos exclusivamente por homens da machosfera que não se reivindicam enquanto anc*ps, sempre que alguma questão econômica é colocada a resposta dada ao problema sempre passa pelo corte ou fim de impostos e diminuição ou fim de programas de Bem Estar Social
A ideia do chamado "Estado Mínimo" como algo inerentemente positivo é tão naturalizada na machosfera que eles atribuem um "Estado Mínimo" a um ideal masculino de Estado, que valorizaria competitividade e agressividade (que acreditam ser atributos masculinos)
E o "Estado Máximo" é atribuído a um Estado Feminista, porque desempenharia um papel de cuidar do cidadão (papel de cuidado que eles atribuem ao feminino). Esse "Estado Máximo" seria negativo porque não favorece a competitividade e, no grau máximo, emascula o cidadão.
Do lado dos anc*ps, o pensamento da machosfera de feministas como um movimento político nocivo também é visível em figuras chaves dentro dos anc*ps. Como é o caso do vídeo, já deletado pelo autor (mas ainda disponível na internet), de um influencer anc*p.
No vídeo, o influencer cita o "risco da mulher te processar por assédio", uma acusação comum da machosfera de que mulheres se utilizam da acusação de assédio para ganhos pessoais e é favorecida pelo judiciário supostamente aparelhado por feministas.
Além disso, cita também que mulheres no mercado de trabalho enfraquece a família, que mulheres teriam uma vocação doméstica, outra ideia corrente na machosfera, principalmente nos grupos de Movimento de Direito dos Homens.
Com isso, vemos que a separação da machosfera e da ideologia ultraliberal anc*p é impossível. Além do fluxo de militantes, um influencia diretamente a filosofia política do outro.
Por isso anc*ps estão classificados como um grupo da machosfera no Mapa do Ódio.
Segue a gente ai que amanhã tem mais sobre anc*p, amanhã vamos abordar o pensamento e responder a pergunta de 1 milhão de reais: eles são mesmo anarquistas?
Errata: o último sai na segunda. O fio era para sair ontem e já estava pronto, mas o fio do GamerGate ficou muito longo e precisou ser dividido.
Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então vamos continuar falando sobre o Evola e seu pensamento. Vamos explorar a questão dos yugas e das castas do pensamento antiliberal, anticomunista e fascista do autor italiano
Evola advoga pela existência de um "mundo metafísico superior", isso junto com uma grande valorização de hierarquias e cultura hindu, levou Evola a apoiar sistemas de castas. Inclusive uma concepção do tempo como dividida em castas, ou Yugas
O primeiro Yuga é a Era de Ouro, Satya Yuga, governada pela "casta superior" de sacerdotes. A partir da “degenerações”, como chama Evola, a Era de Ouro dá lugar a outras Yugas.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Bora falar então dos três porquinhos do Tradicionalismo: Bannon, Dugin e Olavo de Carvalho.
Vamos ver da onde surgiu as ideias desse guru do Bolsonaro e seus colegas
Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, concedeu entrevistas a Teitelbaum. Nelas, ao abordar o Tradicionalismo, Bannon contou como descobriu o Tradicionalismo numa viagem para o Oriente e demonstrou bastante conhecimento sobre pensamentos de Guénon e Evola.
Apesar de não podermos chamar Bannon de tradicionalista, pelas ideias conflitantes entre Tradicionalismo e políticas populistas de extrema direita, é notório que essas ideias influenciaram o estrategista