Como era o período de gravidez e o parto em tempos astecas?
A gestação é um período de muita importância para os humanos, o momento de dar à luz é o de trazer uma nova vida.
Para os astecas, não foi diferente, esses eram eventos especiais e muito sagrados.
Segue o fio🤰🏽
Antes de tudo, é importante entender que na cosmologia mexica o parto era considerado uma batalha divina, assim como a guerra, tanto é que, se uma mulher morresse no parto, ela viajaria a um dos mais elevados pós-mundos, assim como os homens guerreiros que morreram em combate.
Durante os nove meses de gestação, as mulheres mudavam completamente suas rotinas cotidianas, recebendo conselhos de sua família, de anciãos da comunidade e, principalmente, de sua parteira, as mulheres encarregadas de estar sempre acompanhando os processos da gravidez.
Assim que ficassem grávidas, a família da mulher agendava encontros cerimoniais e contratariam uma parteira.
A presença dos avôs e avós era de extrema importância porque eram eles que representavam a família e também simbolizavam Cipactonal e Oxomuco, o primeiro casal humano.
Já as tlamatlquiticitl, parteiras, deveriam possuir qualidades médicas e espirituais, elas eram aa responsáveis pelo destino da gravidez.
Durante o acompanhamento das grávidas, elas as preparavam medicamentos, alimentos, banhos especiais, massagens, orações, rituais, etc.
Os Temazcalli, casas de banho a vapor, também eram essenciais durante a gestação.
As parteiras massageavam os úteros das grávidas cuidadosamente em uma temperatura adequada para não prejudicar a mãe e o bebê.
Durante a ambientação, havia também o uso de ervas aromáticas.
Ervas especiais como a Cihuapahtli (Montanoa tomentosa) também eram usadas, o chá dessa planta aliviava dores e estimula os músculos do útero.
A planta foi e ainda é usada por parteiras no México para controlar o ciclo menstrual e facilitar contrações durante o trabalho.
Bebidas misturadas com as caudas de gambás também eram uma alternativa para trabalhos difíceis de parto.
Tal mistura funcionava como um importante expelente, pois suas caudas contém ocitocina, um hormônio que ajuda nas contrações uterinas e a reduzir o sangramento do parto.
O que fazer e não fazer durante a gravidez?
✅: Os ‘desejos de grávida’ eram vistos como necessidades que deveriam ser realizadas.
✅: Dietas consideradas saudáveis.
✅: O contato físico e as relações sexuais com o pai eram encorajadas durante os primeiros meses de gestação.
❌: Evitar o calor.
❌: Evitar dormir durante o dia.
❌: Não mascar chiclete.
❌: Evitar o que traz raiva e medo.
❌: Evitar esforços físicos.
❌: Evitar relações sexuais durante os últimos meses de gestação.
❌: Evitar comidas com cal.
Uma vez que o bebê nascesse, a parteira continuaria acompanhado a mãe, por mais alguns dias aconselhando situações e monitorando a produção do leite materno.
Os bebês eram lavados para que Chalchiuhtlicue, deusa das águas, purificasse seu coração e o tornasse bom e limpo.
Durante esses dias havia algumas cerimônias e eventos, como o enterro da placenta e o destino do cordão umbilical, o pronunciamento dos avôs e avós, assim como o ritual de nominação, geralmente escolhido a partir do Tonalamatl, um calendário-almanaque divinatório.
E o que fazer se a gestação não der frutos?
Caso o bebê falecesse dentro do útero, era comum a invocação ritualística da deusa Cihuacoatl para zelar pela mãe enquanto cirurgias com lâminas de obsidiana eram feitas para retirar o bebê do ventre da mulher.
Se uma mulher falecesse em parto, como dito mais acima, ela teria completado seus deveres como uma guerreira e seriam, então, transformadas em Mocihuaquetzqueh/Cihuateteoh, ‘semi-deusas’, que poderiam ser invocadas pelos povos nahuas e agir como mediadores entre eles e os deuses.
Tantos as Mocihuaquetzqueh quanto os homens que morreram em batalha, estavam destinados a caminhar atrás do sol em sua jornada de leste a oeste todos os dias.
Terminaremos a thread com um trecho de uma parteira direcionado a sua paciente do Códice Florentino.👇
“Minha filha, essa batalha é sua. O que podemos fazer por você?
Aqui estão suas mães, esse trabalho é seu, minha filha, pequena. Você é Quauhcíhuatl, trabalhe com ela!
Isso é, coloque toda sua força, emule Quauhcíhuatl, Cihuacoatl, Quilaztli!”
📄: Códice Florentino. L-VI.
Fontes:
Mexicolore: “Pregnancy in aztec times”
“El embarazo y el parto en la mujer mexica”, Arqueología Mexicana; Thelma D Sullivan.
“Historia general de las cosas de Nueva España”; Bernadino de Sahagún.
Códices Borbonicus, Florentino e Magliabechiano.
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Tenochtitlán, por vezes, é chamada de “a Veneza das Américas” pelo fato de ter sido uma cidade composta por diversos canais aquáticos.
Historiadores calculam que haviam pelo menos 100.000 canoas sobre o lago Texcoco na época da invasão espanhola.
Quase uma por pessoa! 🛶
As águas que circundavam a capital asteca eram cheias de canoas de diferentes tipos e tamanhos, elas eram um modo eficiente de veículo, servindo para transporte de mercadorias e pessoas, remoção de resíduos, raides, e diversas outras tarefas pro funcionamento da cidade!
A localização da ilha também tinha suas vantagens, o lago oferecia uma eficiência de transporte maior do que rotas terrestres para as mercadorias.
O mercado de Tlatelolco era aberto 24h/7 dias, com seus números crescendo de 40 mil pra 60 mil em mercadorias nos maiores dias.
Tal créditos é dado aos exploradores russos e britânicos no início do século XIX, mas um estudo recentemente publicado no ‘Royal Society of New Zealand’ sugere que os navegadores Maori chegaram à Antártida muito antes.
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Para esse projeto de pesquisa, cientistas da universidade de Otago, na Nova Zelândia estudaram histórias orais, literatura, e registros arqueológicos Maori.
Dentre elas, a façanha de um antigo explorador polinésio chamado ‘Hui Te Rangiora’, que teria descoberto o continente.
Hui Te Rangiora foi um chefe polinésio na ilha de Rarotonga (Ilhas Cook), localizada a 8.000 km do continente antártico, que poderia ser alcançado por navios à vela em viagens de longa distância rumo ao sul, usando as duas ilhas principais da Nova Zelândia como pontos de parada.
Os Chachapoyas floresceram por volta de 800 EC nas florestas nubladas da região conhecida como ‘Andes Amazônicos’, entre o nordeste dos andes peruanos e a alta bacia amazônica, e integrados ao império Inca no século XVI.
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O nome atribuído à essa cultura foi dado pelos Incas e provém do quéchua ‘sach’a phuya’, algo como ‘floresta nublada’, enfatizando a geografia e ambiente de seu território, localizado no triangular formado pela confluência dos rios Marañón e Utcubamba, até a bacia do rio Abiseo.
Tal território oferecia uma posição estratégica para mediar a interação cultural entre três grandes tradições arqueológicas da América do Sul:
Os Andes centrais, os setentrionais e a Amazônia ocidental, contribuindo para o desenvolvimento artístico, arquitetônico e iconográfico.
Mas tem uma informação que pode ajudar esse cara um pouco:
A pedra do sol (creio que o tweet se refira a ela) não representa um calendário, tão pouco um relógio, se ele deixar isso claro pro povo podem parar de azucrinar o coitado 😬😅
Apesar de ter iconografias de calendário e de eras solares da cosmologia Mexica (Asteca), existem outras possíveis funções mais coerentes: A de um ‘temalacatl’, uma plataforma cerimonial de sacrifício e combates ou um ‘cuauhxicalli’ para oferendas rituais.
No entanto, esses tipo de peças costumavam apresentar em seu centro aberturas circulares ou contavam com alças e/ou formato de tigela, respectivamente, o que sugerem que poderiam ter funções singulares e até mescladas entre elas.
A privação de oxigênio levou artistas em cavernas a estados alterados de consciência?
Uma equipe da Universidade de Tel Aviv publicou um novo artigo evidenciando que no paleolítico superior, entre 50.000 a 12.000, esse provavelmente foi o caso ao criarem arte.
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A equipe sugeriu que os artistas que eles estudaram, por toda a Europa, estavam em um estado alterado quando criaram suas artes porque o oxigênio reduzido em cavernas profundas teria causado hipóxia, privação de oxigênio, em seus cérebros, levando a um estado de euforia.
Ao usar o fogo para iluminar as cavernas, isso teria reduzido os níveis de oxigênio e levado a um estado de hipóxia, que libera dopamina e pode levar a ‘alucinações’ e ‘experiências fora do corpo’,” disse Ran Barkai, coautor e professor de arqueologia pré-histórica, à CNN.
Embora a maioria dos trompetes andinos apresentem a forma ou tenham sido feita com conchas de gastrópodes, em uma proporção menor, também foram reproduzidos trompetes de cerâmica reproduzindo a cabeça de felinos na extremidade superior.
🎺😺
Cada tipo de trompete estava relacionado a um contexto específico, cerimonial, bélico ou ritual, onde, além do sentido acústico do objeto, a atenção também se concentrava no conteúdo iconográfico ou simbólico, para que forma, função e som fossem entrelaçados.
Nesse caso, a cabeça do felino com as mandíbulas entreabertas ou abertas tinha um significado simbólico junto ao acústico, já que foi produzida para melhorar o som do ar que sairia das mandíbulas do animal, com o intuito de soar como um rugido.