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fabricio falkowski @fabriciocpovo
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Tive acesso ao relatório da comissão de sindicância que apurou irregularidades durante a gestão Piffero. Ela examinou 14 pontos. Alguns sem gravidade. Outros, muito graves. O relatório é uma bomba.
O relatório da sindicância volta a mencionar a contratação das 4 empresas de construção civil, que o CP investiga desde 2016 e sobre as quais publicou matéria em agosto daquele ano.

Há outros assuntos, ainda não abordados pela imprensa, como gastos com cartões corporativos.
A seguir, vou publicar alguns trechos do documento, que tem 83 páginas. Não posso publicar todo ele em um flip, por exemplo, porque entregaria minha fonte (são numerados). E fontes são o que há de mais sagrado no bom jornalismo.
Alguns trechos, mais cumpridos, serão publicados em partes e numerados.
(1)
"Diante de todo esse sólido conjunto de provas documentais, constata-se que se formou uma verdadeira organização, responsável por um grande esquema de fornecimento de Notas Fiscais frias..."
(2)
...ideologicamente falsas, com descrições genéricas e numerações sequenciais ou muito próximas, através das quais se justificavam saques em dinheiro no Caixa da Tesouraria do Clube.
...período da gestão 2015/16, em mais de 140 ocasiões, o então VP de Finanças compareceu pessoalmente no Caixa da Tesouraria do Clube, sacou altíssimos valores em dinheiro, sem limites, e, depois, apresentou documentos fiscais concentrados apenas em 04 empresas (...).
Ao ser questionado sobre a referida norma, o ex-Presidente Vitorio Piffero reconheceu a sua assinatura no documento, mas disse que não cumpriu e não colocou em prática as regras nele contidas, pois acha “uma bobagem” ter que apresentar nota fiscal.
O ex-Presidente (Piffero) acha normal que refeições fossem pagas pelo cartão corporativo, porque o assunto entre os Vice-Presidentes é o Internacional e nesses momentos é que são resolvidas muitas coisas e encaminhados muitos assuntos.
"Vitorio considera “totalmente normal” que ocorressem duas refeições no mesmo dia, em valores elevados, pagas pelo cartão de crédito do Clube. O ex-dirigente questiona: “Todo mundo tem que almoçar no mesmo lugar?”
"Embora atingindo valores muito altos (R$ 10 milhões), as obras e serviços, descritos genericamente nas centenas de notas fiscais das cinco empresas, simplesmente não se localizam no Complexo Beira-Rio, no Parque Gigante, no CT de Alvorada ou na área destinada ao CT de Guaíba."
1 de 2
"Nada justifica os mais de 140 adiantamentos sacados pelo ex-Vice-Presidente de Finanças, em quantias que atingiram cerca de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)..."
2 de 2
"... retirados em dinheiro vivo, pessoalmente, do Caixa da Tesouraria do Clube, supostamente para pagar empresas inativas ou inexistentes, sem qualquer contrato, por obras e serviços que nunca existiram."
"Eram gastos exorbitantes, sem qualquer controle ou limite, que evidenciam como eram tratados os recursos do Internacional no período da gestão 2015/16"
"De acordo com a Tabela elaborada pela área contábil, considerados apenas os adiantamentos acima de R$ 10.000,00, o VP de Finanças retirou 147 adiantamentos entre fevereiro/15 e fevereiro/16, sacando dinheiro vivo"
"O que salta aos olhos é que, muito seguidamente, quase diariamente, eram pagas refeições caríssimas, nos melhores e mais caros restaurantes de Porto Alegre: Bah, Barranco, Mamma Mia, Fogo de Chão, Pampulhinha..."
"Examinando a nota do Takedo, paga pelo VP de Finanças em 21-07-16, constata-se que dois casais foram ao restaurante japonês, pois foram pagos dois “Buffet masculino” e dois “Buffet feminino”. E beberam duas garrafas do vinho chileno. Total da despesa: R$ 898,04. Paga pelo clube"
"Além disso, as notas fiscais descrevem que o consumo de cervejas e vinhos importados era muito frequente, o que demonstra o menosprezo e o desperdício com o dinheiro do Clube."
"E no dia 21-05-2016, no mesmo RIO SCENARIUM, o VP de Finanças, prevalecendo-se novamente do cartão corporativo do Clube, pagou R$ 964,08. Na Nota Fiscal comprobatória da despesa: caipirinhas, caipivodka, dose de whisky e 36 garrafas de Stella Artois".
Relembrando: os tuítes anteriores foram retirados do relatório da Sindicância feita na gestão de Piffero, exatamente como estão no texto.

Há muito mais coisas. Fotos, dados e informações.
Lembrando que os conselheiros não receberam o relatório da sindicância. Apenas os dirigentes envolvidos, o conselho de ética do CD e o conselho de gestão do clube.

Os conselheiros devem receber o material na semana que vem.
O ex-presidente Vitorio Piffero enviou nota oficial para o CP. Será publicada em instantes no site. Daí, coloco o link aqui.
No final desta matéria, está a nota oficial do ex-presidente Vitorio Piffero. Ele lembra de seus títulos e diz que a comissão de sindicância agiu politicamente na apuração dos fatos.

correiodopovo.com.br/Esportes/Futeb…
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP ouviu um funcionário do Inter. Não vou revelar o nome para preservá-lo. Seu depoimento foi aproveitado pela sindicância e está no relatório. Abaixo, vou reproduzi-lo em 6 partes:
1 de 6
Confirmou que a prática dos adiantamentos de grandes valores, bem como a compensação por notas pelo vice de finanças, eram absolutamente incomuns e não acontecia nas gestões passadas, constituindo fato inédito.
2 de 6
Relatou ter levado quantias a lugares fora do clube para Pedro, referentes a mesma situação. Mencionou que muitas vezes o saldo não era inteiramente coberto pelas notas, e posteriormente Affatato trazia grupos de comprovantes fiscais para quitar o débito.
3 de 6
Alegou que, nesse contexto, notou algo errado. Disse que em razão da anormalidade dos procedimentos, levou o assunto informalmente ao seu superior
4 de 6
, e acredita que, em razão disso, Affatato provavelmente tenha recebido uma espécie de repreensão, uma vez que a prática, como era feita, cessou.
5 de 6
A partir de então, o processo foi invertido, e os valores passaram a ser retirados diretamente com a apresentação das notas, no seu valor exato, emitidas pelas mesmas empresas de antes: “Keoma, Regina, Estela”.
6 de 6
Relatou que não formalizou a informação da prática anormal de adiantamentos com medo de represálias
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