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Pode parecer insensível, mas, por mais que uma ativista tenha feito coisas louváveis para desbaratar uma quadrilha de estupradores, ela se matar deixando uma carta política a aproxima mais dos kamikazes do que da Maria da Penha. Mais um caso de suicídio de ativista identitária.
Talvez não se explica só com monstros silenciosos que são doenças mentais, mas também com crenças que ajudam a causar o problema ou não ajudam a pessoa a melhorar. Afinal, acreditar que você vive numa conspiração patriarcal macha hétera enquanto é minoria não faz bem pra cabeça.
Este texto que escrevemos sobre um caso menos notório ainda é relevante aqui: justica.social/suicidio/
Ela tinha filhos. O que não serviu para dissuadi-la. São mencionados na carta, mas a maior parte dela é política. Isso lembra uma reclamação que ouvi sobre olavetes que são pais de famíia: Olavo os conclama a serem cruzados da guerra cultural ao ponto de negligenciarem a família.
É preciso dissipar a noção falsa de que essas pessoas estão doando suas vidas (literal ou figurativamente) para causas nobres. Não são causas nobres, são picuinhas passageiras. É jogar a vida fora virar soldado de bate-boca político. Há muita coisa melhor pra fazer da vida.
Leia investigações desapaixonadas sobre coisas eternas, observe a natureza enquanto ela ainda está aí, escreva um livro, cuide de um filho, faça caridade, se ofereça pra limpar o chão numa APAE ou num asilo de velhinhos. Não jogue a vida fora em batalhas de tribos políticas.
