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A Taurus é acusada de fabricar armas com defeitos – e ignorar suas consequências. Disparos acidentais já deixaram ao menos 50 mortos no Brasil. Nos EUA, os defeitos já foram reconhecidos, mas aqui, onde a empresa goza de um monopólio, a justiça não chegou. Segue o fio. 👇🏾 
A Taurus detém exclusividade no mercado desde o governo Castello Branco e nunca sofreu sanções mesmo com anos de denúncias. Para comprar uma arma de fora, é preciso ter autorização do Exército, que raramente fornece permissões. O Brasil é refém de armas que disparam sozinhas.
A empresa foi acusada por 4 moradores da Flórida de vender - conscientemente - armas defeituosas. Em 2016 a justiça americana determinou a suspensão da fabricação e venda de alguns modelos da Taurus. Dentre eles, alguns que continuam a ser usados por policiais brasileiros.
O PM goiano Alexandre Fernandes de Castro foi ferido na perna quando sua arma caiu no chão e disparou sozinha, em 2013. Três anos depois, de cadeira de rodas, encabeçou o movimento para a instaurar a CPI da Taurus a fim de apurar os acidentes e também mudar a legislação.
A CPI naufragou graças a um forte lobby da empresa, maior fabricante de armas da América Latina, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Uma ação do MPF na justiça do Sergipe pede a quebra de monopólio da empresa e o recall de dez modelos de armas da Taurus que apresentaram defeitos recorrentes. Segundo a ação, a Taurus viola a ordem econômica, os direitos do consumidor, a segurança pública e o patrimônio público.
A Taurus assinou um acordo com autoridades norte-americanas para encerrar um processo que corre nos EUA desde 2016. Por aqui, pela gravidade da situação, o MP-SE pede indenização por dano moral coletivo em valor igual ou superior a R$ 40 milhões. interc.pt/2Jn3Zqj
