,
10 tweets,
3 min read
Read on Twitter
Como a oposição de esquerda comprou a narrativa de negar a necessidade da reforma, vou fazer aqui a oposição propositiva de centro e rascunhar princípios do que deveria ser mantido e o que deveria mudar na reforma para tornar ela mais justa.
1) A progressividade deve ser mantida. A proposta do gov tem o grande mérito de aumentar progressividade das alíquotas e fazer quem ganha + pagar + - em especial quem ganha super-salários no funcionalismo. A oposição n pode abraçar o discurso de "confisco" das corporações.
2) Como princípio, o aumento da idade mínima deve ser mantido. O problema da previdência é um imperativo demográfico. Em 1980, havia no Brasil 13 ativos para cada idoso; em, 2018, esse número chega a 7; em 2060, espera-se que essa relação alcance 2.
3) Os servidores públicos devem continuar arcando com um fardo desproporcionalmente maior. O servidores representam 3% dos servidores e 33% do défice da previdência. Estão também são desproporcionalmente ricos no Brasil (6 em cada 10 estão nos 10% mais ricos).
4) O BPC deve mudar. A @IFIBrasil estima que o valor de R$520-540 do BPC fásico seria fiscalmente neutro. Esse valor *aumenta* a renda recebida por pessoas pobres entre 60-69 anos. A gente tem a oportunidade de aumentar o bem estar dos mais vulneráveis sem criar um peso fiscal.
5) A contribuição mínima e a idade de aposentadoria rural precisa de uma regra de transição. A expectativa de vida tem aumentado tambem no campo, mas no campo a prevalência de aposentadoria por idade é mais relevante. Paper do pessoal do @Insper ilustra. 
6) Faz sentido também pensar em 1 regra de transição (mais rápida) para os novos patamares de contribuição mínima para o urbano (em especial pras mulheres). Embora menos relevante do que no campo e com dados menos claro - é preciso analisar o impacto dessa alteração com detalhes.
7) Deve ser desacoplada a reestruturação da carreira dos militares à reforma da previdência dos militares. Se for feita a reforma da previdência sem a reestruturação, a economia com essa parte vai pra 90bilhões - quase 10% do total e mais proporcional ao défice dos militares.
Tudo isso vai ser parte do novo Guia da Reforma da Previdência para Não-Economistas (edição 2019) a ser lançado pelo @OMercadoPopular ainda esse mês. Se você é parlamentar (ou sua equipe) ou jornalista e quer aprofundar nesses pontos, pode me procurar.
Correção: "os servidores representam 3% dos *aposentados* e 33% do déficit."
