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Base analítica sobre a prestação do FC Porto na edição 2018/2019 da Liga Portuguesa e algumas opiniões.
(Não pretendo doutrinar ninguém, apenas ponho os factos à disposição.)
Base analítica sobre a prestação do FC Porto na edição 2018/2019 da Liga Portuguesa e algumas opiniões.
(Não pretendo doutrinar ninguém, apenas ponho os factos à disposição.)
1. Na segunda volta da presente edição do Liga, o FC Porto perdeu muitos pontos de forma precipitada (em apenas um mês), viu anulada uma vantagem relativa de 7 pontos e perdeu a liderança para o rival. Isso causa perplexidade, frustração e confusão.
2. Há quem insista no erro, mas um campeonato não pode ser lido linearmente, como uma maratona, porque o script é diferente para cada equipa. A cronologia e o calendário, se não forem considerados, podem criar equívocos de análise. As contas fazem-se no fim. Vejamos…
3. O FC Porto — ainda não vi ninguém dizê-lo — acaba de fazer a terceira melhor pontuação da história do clube: 85 pt. A segunda melhor tinha sido em 2002/2003: 86 pt (Mourinho). A melhor foi no ano passado (SC): 88 pt, recorde da Liga Portuguesa.
4. Mesmo considerando que entre 2006 e 2014 o campeonato era composto por apenas 16 equipas, a performance desta época continua a ser uma das melhores. O resultado em pontos por jogo (2,5), medida standard que permite fazer a equivalência, apenas é superado em duas ocasiões.
5. Performance igual ou inferior à deste ano foi suficiente para sermos campeões em: 2011/2012, 2008/2009, 2007/2008, 2006/2007, 2005/2006, 2003/2004 (Champions), 1998/1999 (5A Penta), 1997/1998 (4A Penta), 1996/1997 (3A Penta), 1995/1996 (2A Penta),...
6. Na história do futebol português, 85 pt chegariam para sermos campeões em todas as épocas excepto 2015/2016, anos que estão sob investigação depois de vários jogadores terem denunciado aliciamento e compra de resultados.
7. Em 2015/2016, depois de uma primeira volta periclitante, com 11 pontos perdidos, o Benfica surpreende e ganha todos os jogos da segunda volta excepto um, que perde para um FC Porto afastado da luta pelo título.
8. Na presente época, em todos os jogos em que perdemos pontos, perdemo-los por culpa própria, independentemente de a essa se ter somado ou não uma arbitragem que nos prejudicou.
9. Na segunda volta, quando aparentemente tudo se precipitou, empatámos com o Vitória (5º) fora, com o Moreirense (5º) fora, perdemos com o 2.º em casa e empatámos com o Rio Ave fora. Nenhum desses resultados é aceitável ou justificável. Perdemos, no total, 9 pontos.
10. Na primeira volta, que todos consideram unanimemente boa, quando tudo estava "no rumo certo", e que teve inclusive uma série de vitórias consecutivas histórica, perdemos, no total, 8 pontos. Menos um do que na segunda, afinal.
11. Contrariamente ao que tem sido dito e repetido à exaustão, o FC Porto não se foi abaixo e até foi bastante constante nas duas voltas: em pontos (43/42); em golos marcados (34/40); em golos sofridos (10/10). É tudo uma questão de percepção.
12. Portanto, quem disse em Janeiro que o FC Porto estava a ter uma prestação própria de um campeão capaz de revalidar o título não pode dizer em Maio uma coisa muito diferente.
13. O que mudou, então? Mudou, unicamente, a performance do nosso rival, o Benfica. Depois de perder 13 pt na primeira volta, o Benfica fez a melhor 2ª volta da história do futebol português em pontos acumulados. Melhor do que 2015/2016.
14. Desde Janeiro de 2019, após o despedimento de Rui Vitória, a entrada de Bruno Lage, a intervenção de Luís Filipe Vieira junto do conselho de arbitragem, a decisão da juíza Ana Peres — o que quiserem —, o Benfica apenas perdeu dois pontos. (continua)
