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1 - O dia 26, se der muita gente, pode inaugurar algo que a falta de imaginação política dos deputados do Centrão sequer vislumbra. Tem a ver com o potencial em torno de uma agenda de "Reformas Já", ainda muito centrado nos carro-chefe de SM e PG, mas passível de maior expansão.
2 - Povo na rua pedindo reformas consolida a demanda por grandes transformações que vem sendo represada sem sucesso desde 2013. É algo com um potencial explosivo, que pode ser usado para o bem ou para o mal, mas, com a pauta certa, espanta qualquer risco autoritário.
3 - Enquanto algumas agendas avançarão no Congresso por necessidade de sobrevivência dos próprios deputados que o compõe e que almejam se apropriar do poder (Previdência, por ex), outras não tem, pelos mesmos motivos, qualquer chance de prosperar sem pressão popular.
4 - Sem corpo a corpo direto com os deputados, não existe a menor chance do Pacote Anti-crime passar como está no Congresso. Na verdade, o que já está sendo feito é seu retalhamento, incluindo jabutis que, em vez de ajudar no combate à corrupção, emparedam-no de uma vez.
5- Da mesma forma, não se pode esperar coisa boa de qualquer reforma política conduzida pelo Centrão. Outras medidas, no campo econômico, também não vão prosperar sem a ação das massas. Nesse jogo do Rodrigo Maia, até um Paulo Guedes da vida se verá emparedado hora ou outra.
6 - Isso significa que a dialética entre governo e militância tem que impor na marra uma agenda de reformas que sirva como aríete para enfrentar o jogo sujo da cracolândia no Congresso, que só será vencida, de um lado, pelo corpo a corpo, e, do outro, pela ação plebiscitária.
7 - Nesse sentido, @SF_Moro precisa repensar sua estratégia e propor um Pacote Anti-Corrupção ousado, para ser comprado pelas massas e apresentado na forma de plebiscito popular. O @lpbragancabr precisa propor uma agenda de reforma política ampla, para entrar na mesma linha.
8 - Da mesma forma, a equipe econômica do tem que apresentar num pacotão tudo aquilo que deverá ser privatizado, parte, justamente, daquilo que o Centrão não vai topar ceder, porque disso se alimenta. E @AbrahamWeint, por sua vez, deveria logo propor uma reforma universitária.
9 - Com um pacote substantivo de amplas reformas, há combustível para que a rua tome conta do processo e faça o que ela sabe fazer. A agenda de plebiscitos para evitar o retalhamento total de algumas dessas iniciativas significa a deslegitimação absoluta dos deputados opositores.
10 - Nesse jogo, caberia às lideranças de rua se organizarem para 1) iniciar um movimento amplo capaz de comprar as agendas, agregando um grande número de pequenos e médios grupos e 2) organizar a agenda de grandes manifestações e de corpo a corpo com os deputados resistentes.
11 - É claro que um cenário hipotético assim depende de: 1) dar muita gente na rua; 2) organização interna maior do governo pós-26; 3) capacidade de liderança de figuras como @BolsonaroSP, @lpbragancabr e @filgmartin; 3) organização mínima das bases na ponta do processo.
12 - Porém, na altura que a coisa vai, com o Centrão buscando um semi-parlamentarismo que esvazie a agenda de campanha e desidrate (ou derrube) o Presidente, não há mais espaço para hesitação. A multidão do dia 26 tem de tornar o governo um bloco sólido. Às favas com a covardia.
13 - Agora, que a besta já foi liberada, cabe ao @jairbolsonaro montar na sua corcova e conduzi-la pelas sendas de reformas virtuosas. É isso, ou ser tacado fora da arena. Porque não há de ser Maia ou qualquer outro desses drogados do Centrão que vai conseguir conter seu ímpeto.
