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1 - O meu amigo @paulogmmoura hoje chamou minha atenção para um componente inusitado dessa crise política em que ora estamos engolfados.
Parte da imprensa quer vender que não é natural que haja alguma disputa entre os Poderes, com o povo puxando para o lado que lhe apraz.
2- É como se o natural antes fosse o esquema em que o Executivo rateia dezenas de ministérios e 400 e poucas estatais para garantir votações no Congresso, cujo preço só se inflaciona com o passar do tempo, até chegar na mesada que todo mundo hora ou outra paga na Nova República.
3 - O problema é que essa mesma imprensa tratou de pintar um alvo nos responsáveis pelo achaque de agora, desde o ano passado. O Centrão foi descrito como a essência do fisiologismo, força política sem agenda própria, sem ideologia, que vive e sobrevive da negociata.
4 - Então, agora, querem vender a sanha por cargos e estatais (que, obviamente, não serão privatizadas exatamente por isso), como componente próprio da democracia. E fingem não saber que coalizão, em qualquer república decente, faz-se em nome de agregação de AGENDA, sobretudo.
5 - É o que acontece em qualquer coalizão, por exemplo, liderada por social-democratas que incorporam partidos socialistas, ou conservadores que incorporam pautas liberais. Ou seja, o cargo não é o fim, mas o meio para avançar uma agenda clara para o seu eleitorado.
6 - Desafio, de verdade, qualquer jornalista brasileiro ou babaca do MBL a me mostrar se existe uma anomalia como o Centrão nos EUA, no Reino Unido, na Suíça, na Alemanha ou no raio que o parta. Sabem onde existe uma merda como o Centrão? Em republiquetas latino-americanas. E só.
7 - Sabem qual é a chance que existe de superar o patrimonialismo que é a base mesma de sustentação dessa gente nos seus próprios termos de negociação? É ZERO. É uma lei da natureza: ninguém troca nada pela sua própria sobrevivência, não importa o preço.
8 - É por isso que as políticas liberais de FHC ou de Temer se resumiram ao fiscalismo. É por isso que a Previdência pode avançar com o Centrão, mas não a privatização das grandes estatais ou um maior nível de controle do orçamento. O Patrimonialismo exige, o Centrão garante.
9 - Em suma, o dilema é velho, só que o custo acumulado, social, econômico e político, tem se tornado insustentável. Ou o Brasil chuta o rabo do Centrão, ou o Centrão come o rabo do Brasil. O que vocês preferem?
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