Profile picture
, 57 tweets, 8 min read Read on Twitter
@augustosnunes
A carta dos ex-ministros da Educação condena o contingenciamento de verbas q todos fizeram e exige a solução de problemas q criaram ou agravaram. Nenhuma linha sobre os fiascos do país no PISA ou evidências de q Lula,o PT e a destruição da educação são inseparáveis
Mas, as universidades devem ensinar o quê?
É para continuar formando quais profissionais na graduação?
Nós queremos universidades de qualificação mundial no Brasil?
Queremos universidades de ponta comparadas às de outros países?
O que devemos ensinar aos estudantes universitários? Não se discute o ensino superior no Brasil, discute-se o acesso ao ensino superior, por isso, não existe uma política universitária, uma política educacional do ensino superior.
Os governos brasileiros, federal e estaduais, têm alergia à ideia de órgãos autônomos, sejam agências reguladoras, sejam universidades, sejam conselhos educacionais.
Por isso, por exemplo, universidades brasileiras não gozam de autonomia verdadeira. Acho que os políticos brasileiros pensam que autonomia seja equivalente à soberania.
E soberanos, como sabemos, no nosso caso, são mesmo os políticos.
Estamos longe de entender a importância de órgãos técnicos autônomos, mas responsáveis frente à sociedade e a seus representantes.
O tema mais importante que está agendado no CNE é sobre o credenciamento e recredenciamento de universidades, inclusive as federais. Esse é um tema que está muitos anos atrasado.
O governo não providenciou esse recredenciamento e as universidades federais nunca se importaram se são credenciadas ou não. As universidades federais são criadas por lei, pelo Congresso Nacional, mas a lei não as credencia.
A LDBEN nº 9394/96 - diz que quaisquer universidades devem ser credenciadas. As novas universidades devem ser credenciadas e as antigas deverão ser recredenciadas. Elas apresentaram as exigências burocráticas para o MEC, mas isso não passa pelo escrutínio de uma reunião pública.
Não menos importante será a discussão sobre o credenciamento e recredenciamento das universidades privadas, visto que nunca aconteceu no país este processo de recredenciamento universitário.
E o Brasil, quer o que com seu ensino superior?
A Coreia do Sul está lutando bravamente para constituir universidades de qualificação mundial.
A China tem um plano de fazer 100 universidades de qualificação mundial até 2021.
A Alemanha tem um programa de 2,5 bilhões de euros para a qualificação.
O presidente francês deu autonomia para as principais universidades e exigiu que elas se qualifiquem. Portugal e Austrália também têm feito movimentos nessa direção.
A Inglaterra tem pelo menos três universidades de classe mundial e os EUA tem um caminhão delas.
No ensino público: faltam 400 mil professores no ensino básico (fundamental e médio) no País. A maior carência é para as disciplinas de matemática, química, física e biologia. Há escolas que nem as têm na grade.
Toda vez que se aborda um plano de governo, em que nível, surge a expressão qualidade do ensino. Uma tristeza! Verifica-se que tudo é de uma lentidão irritante.
O que parece estar evidente, na sociedade brasileira, é o cansaço do atual modelo de educação e na formação de professores. Em quantidade e qualidade não responde aos nossos anseios.
Até quando?
Vamos caminhando para o fundo do poço. Ou seja, são estudantes que concluíram o ensino médio, sabe-se lá Deus como, mas padecem dos males do analfabetismo funcional. São incapazes de raciocínios elementares.
O que se pode esperar dessa geração?
A educação brasileira é um dos tristes marcos do período republicano e nos três últimos governos. E talvez venha a repetir o mesmo ciclo de frustrações no atual governo.
O Brasil dá mais ênfase ao topo, o ensino superior, do que à base, o ensino fundamental.
O resultado é outra manifestação de instabilidade: a qualidade do ensino superior vem sendo puxada para baixo por causa da má qualidade do ensino médio; e este também vem perdendo qualidade por causa da piora no ensino fundamental.
Estamos vivendo tempos sombrios em matéria de qualidade do ensino, em nosso país, especialmente se considerarmos a educação pública.
Os resultados são catastróficos. Houve queda no desempenho em matemática. Na redação foi pior ainda.
O curioso é que pouco se fala na formação e no aperfeiçoamento dos professores, em todo esse processo. Temos quase 3 milhões deles, no Brasil inteiro, mas é sabido que a qualidade do que se ministra nos cursos de magistério deixa muita a desejar.
Temos que melhorar os cursos de preparação dos professores, na dupla condição de conteúdos mais adequados e uma presente interatividade, palavra que pode enriquecer, e muito, o que se passa hoje em sala de aula. Para acabar com essa vergonha, só uma ampla reforma.
Uma pergunta se impõe: alguém do governo terá coragem, diante desse quadro, de falar nas perspectivas do Ensino Médio? O que funciona há mais de 60 anos está sendo destruído.
Com professores desmotivados, na verdade, a perspectiva é rala. Mais uma esperança que se esvai, no esgotado espírito do sofrido magistério brasileiro.
O CNE é mais, em verdade, um CME, Conselho Ministerial de Educação, do que efetivamente nacional.
O jovem não se sente ligado à escola porque o ensino não tem ligação com a sua vida e nem apresenta grandes perspectivas. Esse ensino preguiçoso, que é o mesmo do século XIX, precisa ser reformulado.
No Brasil, a canoa da educação parece furada, por falta de uma clara vontade política e por uma deficiente mentalidade que nela ainda não enxergou o futuro.
Além das questões estruturais, existem problemas concretos, como a valorização do professor, que precisa ganhar mais e deve ser cobrado pelos resultados. É por isso que estamos longe de uma perspectiva favorável.
Democratização do ensino não é baixar o nível de ensino na escola (igualando a todos na ignorância), mas levar o bom ensino a todos, para que cada um chegue aonde quer e pode chegar.
Melhorar a educação brasileira, de um modo geral, pode ser uma utopia? Depende, naturalmente, da existência de uma política séria, no setor, conduzida por pessoas competentes e desinteressadas de proveito pessoal ou político.
OPINIÃO: Educação: Não adianta colocar ingredientes certos na receita errada - oparana.com.br/noticia/opinia…
Nelson - Quando o senhor era presidente teve problemas com os estudantes?
JÂNIO QUADROS:- "Tive problemas seríssimos."
Nelson - Como é que o senhor agiu?
JÂNIO QUADROS:– "Distinguo entre a atividade política do estudante e a arruaça do estudante.
Não sou a favor da arruaça, da desordem e da irresponsabilidade nos campi. Recordo-me por exemplo, do caso de Recife onde os estudantes pretendiam que eu destituísse o reitor.
O reitor não é eleito por mim, mas pela congregação, quando muito me vem em lista tríplice como em São Paulo. Mandei dizer isso aos estudantes. Responderam-me que entravam em greve."
Nelson - Mandou dizer através de um emissário?
JÂNIO QUADROS: -"Do Ministro da Educação Brígido Tinoco e mandei dizer aos estudantes que entrar em greve era direito legítimo, apenas não contassem comigo para relevar as faltas."
JÂNIO QUADROS: - "Estudante que entra em greve tem que estar disposto a perder as aulas correspondentes ao período de greve. Se não tiver o número de aulas suficientes que lhe permita prestar exames depois, que pague o preço.
E mais: que não se tocasse nos bens da universidade, que não pertenciam aos estudantes mas ao povo brasileira Promoveram vários quebra-quebras dentro da universidade que eu corrigi com tanques do Exército.
Mandei tanques para eles, aí vieram conversar comigo, depois de suspender a greve."
Nelson - O senhor crê no direito de greve?
JÂNIO QUADROS:- "Ah sim, acho que é sagrado."
Nelson - esses tanques fizeram o que?
JÂNIO QUADROS:- "Reocuparam a universidade. Custou várias centenas de cruzeiros para reparar os danos causados a bens patrimoniais do povo brasileiro! E numa área paupérrima a do nosso país."
Nelson - Houve algum estudante ferido?
JÂNIO QUADROS:- “Não me recordo que houvesse. E quando vieram me procurar no Horto Florestal a conversa foi excelente.”
Nelson - Suas reivindicações não lhe pareceram justas?
JÂNIO QUADROS:- “Eu nem sequer havia nomeado aquele reitor, mas o herdara da administração do presidente Juscelino. Ouvi que esse reitor deixaria a desejar.
Nunca comprovei isso, até porque não tive tempo, renunciei alguns dias depois. Este movimento ocorreu logo antes do período de férias do meio de ano e em 25 de agosto eu ia embora. Mas não sou a favor da irresponsabilidade nem da subversão.
Acredito muito em autoridade. A autoridade emana do povo para ser exercida em nome dele. No momento em que o povo me elege vereador, deputado, prefeito, governador ou presidente.”
Nelson - Voltando aos estudantes: mais uma vez o poder vem negar a capacidade do estudante brasileiro pensar por ele mesmo dizendo que os estudantes são massa de manobra sendo conduzida por subversivos profissionais.
O senhor acha que realmente está havendo infiltração entre os estudantes?
JÂNIO QUADROS:- “Não sei. Tenho tido alguns contatos com eles. Anteontem esteve cá uma grande delegação da Faculdade de Economia da Álvares Penteado. Esses rapazes estão querendo montar uma série de palestras e. debates na faculdade, sugerindo nomes da mais alta respeitabilidade.
Desejariam, por exemplo, o ex-Ministro da Educação, Jarbas Passarinho, Teotónio Vilela, Franco Montoro, Brossard e também me distinguiram com um convite. São moços da classe média, das melhores famílias, de excelente extração.
Não registrei dentre eles nenhum comunista, se é isso que deseja saber. O que registrei neles foi o desejo de saber, de conhecer nossos problemas, e suas eventuais soluções, mesmo conflitantes (os depoentes certamente queriam soluções conflitantes).
Mesmo conflitantes essas soluções iriam ajudá-los a encontrar sua própria solução.”

Prezado @augustosnunes palavras de seu amigo pessoal e de bebedeiras:Jânio Quadros.
JÂNIO QUADROS:-" ... quer alguém seguro e eficiente, um homem rigoroso que cumpra a lei e a faça cumprir como está escrita. Eu costumava dizer àqueles que não gostavam da lei que não a havia redigido.
Quando Presidente da República desci do Horto Florestal num Volks ao lado de Faria Lima. Eu mesmo estava guiando o Volks e entrei numa contramão. O guarda civil me deteve e me multou. Certo. O Presidente da República não tem imunidades para viajar na contramão."
Nelson - Ele não te reconheceu?
JÂNIO QUADROS:- "Nem me olhou na direção. Olhou minha carta, escreveu a multa, deteve-se no "Quadros", deixou cair o livro de multas e o lápis e desapareceu em uma feira livre (risos)."
Nelson - Deve estar correndo até hoje.
JÂNIO QUADROS:- "Juntei tudo e mandei para o Diretor de Trânsito com Cr$ 20 - uma multa de contramão àquela altura - e acrescentei uma observação para que chamasse o guarda e lhe dissesse:
"O Presidente da República não tem imunidade para viajar na contramão". Estou sujeito à lei como qualquer outro."

Boa noite!
@threadreaderapp"unroll, please!"
Missing some Tweet in this thread?
You can try to force a refresh.

Like this thread? Get email updates or save it to PDF!

Subscribe to Escritor
Profile picture

Get real-time email alerts when new unrolls are available from this author!

This content may be removed anytime!

Twitter may remove this content at anytime, convert it as a PDF, save and print for later use!

Try unrolling a thread yourself!

how to unroll video

1) Follow Thread Reader App on Twitter so you can easily mention us!

2) Go to a Twitter thread (series of Tweets by the same owner) and mention us with a keyword "unroll" @threadreaderapp unroll

You can practice here first or read more on our help page!

Follow Us on Twitter!

Did Thread Reader help you today?

Support us! We are indie developers!


This site is made by just three indie developers on a laptop doing marketing, support and development! Read more about the story.

Become a Premium Member ($3.00/month or $30.00/year) and get exclusive features!

Become Premium

Too expensive? Make a small donation by buying us coffee ($5) or help with server cost ($10)

Donate via Paypal Become our Patreon

Thank you for your support!