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1. A história da truncagem dos mails revelados pelo Porto Canal não passa de uma ideia difundida pela cartilha do Benfica (substituiu a primeira versão, que dizia que os emails eram falsos), que foi ‘institucionalizada’ pela ERC e acolhida pelo tribunal. É uma ideia falsa.
2. Evidentemente, houve seleção de informação (não fazia sentido ler integralmente todos os emails), mas em momento algum essa seleção de informação teve como propósito (ou como consequência) a deturpação do sentido de qualquer comunicação.
3. O caso concreto que tem sido citado é esclarecedor. Trata-se de um email em que um ex-árbitro e dirigente da arbitragem dá conta de forma objetiva do controlo do Benfica sobre esse setor, através da ação do seu presidente, deixando claro que o clube forma e escolhe árbitros.
4. Nesse mesmo email, há uma frase que não foi lida no Porto Canal, e que dá conta da seriedade com que o Benfica efetua esse trabalho. Consideram os defensores da tese da truncagem e deturpação dos emails que essa frase altera o sentido de todo o email. Têm razão?
5. Só poderão ter razão se admitirmos uma leitura literal da frase, o que significaria qualquer coisa como: de forma honestíssima, o presidente do Benfica conseguiu assumir o controlo da arbitragem, selecionar os árbitros da 1.ª categoria e escolher os que apitam o Benfica.
6. No fundo, é como estarmos perante um caso em que F. se dirige a S. e diz: “Com todo o respeito, és um filho da puta”. S. queixa-se de F. por lhe ter chamado filho da puta. Mas o tribunal dá razão a F. e diz que não houve ofensa, porque antes houve um “com todo o respeito”.
7. A truncagem que o Porto Canal é acusado de ter efetuado é perfeitamente equivalente à omissão, neste exemplo, do “com todo o respeito”. Ou seja, não tem qualquer relevância, porque na verdade não altera o sentido dos factos que se pretende comunicar.
8. Curiosamente, o email que o Porto Canal supostamente truncou também foi citado pela The New Yorker, que não referiu a tal frase bondosa que alteraria o sentido de tudo. O que querem dizer é que a New Yorker não sabe trabalhar jornalisticamente a informação?
9. Defender, com base em exemplos destes, que o Porto Canal truncou informação não passa de um exercício de desonestidade intelectual com origem no Benfica que foi acolhido pela ERC. E que, pelos vistos, pegou.
10. Com todo o respeito, não gozem connosco.
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