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1/n. O tema dos juros é pertinente, mas muitos agridem os dados ao abordá-lo. O primeiro ponto a partir do qual se deve debater a questão, é que a despesa com juros da dívida pública é diferente das demais. Não é possível "cortá-la", como no caso de quaisquer outras despesas.
2/n. O Estado só paga juros porque tem dívida. A taxa (o juro é o preço do dinheiro) que o Governo oferece é a necessária para equilibrar duas coisas: a demanda por financiamento, dada pelo deficit público; e a oferta de recursos, do lado dos agentes privados.
3/n. Quanto maiores os deficits gerados e piores as perspectivas de revertê-lo, tanto maior será o juro exigido pelo mercado para financiar o Governo. Assim, para manter as despesas e as políticas a elas associadas, paga-se o preço. É oferta e demanda, não tem jeito.
4/n. O perfil da dívida, incluindo as operações compromissadas, pode e deve ser discutido, mas ele só melhorará (prazo maior e custo menor) quando o deficit melhorar e quando se vislumbrar um horizonte claro de recuperação de superavits primários.
5/n. By the way, os pagamentos de juros estão na casa de 400 bi de reais, incluindo correção. Só com previdência, em todos os níveis também, gastamos 1 trilhão.
