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Dallagnol saúda o colega: “bem vindo ao telegram!!”. Cinco meses depois, dá dicas ao juiz de como usar o programa no desktop, enviando no chat um link para o download. “Se puder me mandar no e-mail, agradeço. O tico e o teco da informática aqui não são muito espertos”
A conversa divulgada pela Veja sugere que Dallagnol era adepto do Telegram Desktop. Na minha opinião só há dois tipos de pessoas que usam a versão desktop. Aquelas com limitações de acesso do app via browser e/ou saudosistas de MSN e ICQ.
Não que o Deltan não tenha cara de saudosistas da internet primitiva. Mas a primeira opção parece mais correta. É comum a rede de tribunais e MPs sofrerem com bloqueios da TI. Uma alternativa usada é a versão desktop, que muitas vezes é ignorada na configuração da rede.
Havia no mínimo uns três anos de uso do Telegram pelos procuradores quando, no ano passado, os russos liberaram uma nova ferramenta para aplicação desktop.

techtudo.com.br/dicas-e-tutori…
Esse backup é tão potente que permite salvar em um único arquivo toda uma conversa com acesso as mídias enviadas. Os dados ficam acessíveis via um HTML, mas toda informação está salva no local, para permitir consulta offline.
Independente da conta do Telegram ser apagada, os histórico fica disponível localmente, e a leitura dos documentos é feita como no Telegram para browsers. Ou seja, lá estão os nomes dos usuários e suas respectivas mensagens.
Como aparentemente o Dallagnol era um usuário adepto do Telegram desktop, o vazamento das suas conversas não depende de invasão do seu computador. Bastaria ele esquecer o programa logado em um computador comum que outra pessoa poderia fazer o download dos dados.
Até ontem muita gente já falou sobre essa funcionalidade do Telegram. Mas só ontem, com a reportagem da Veja, ficou claro que o Deltan era usuário da versão desktop.
Durante a nossa rotina, acabamos por ignorar regras básicas da segurança da informação. Sair do trabalho e não fazer logout ou fazer login e selecionar "manter conectado" são eventos corriqueiro. E um usuário recorrente pode não se intimidar em fazer login em outro computador.
Um suposto hacker não pode ser descartado, até porque o Telegram desktop facilitaria muito o download das informações. Algo muito mais simples do que as manobras de engenharia propostas por especialistas na semana da divulgação da #VazaJato. Bastaria um acesso remoto.
Só que o Telegram desktop facilita muito o vazamento por meios antieticos e não necessariamente ilegais. No caso de login permanente em computador compartilhado, qualquer um teria acesso aos dados. E aparentemente essa parece a versão mais realista do vazamento.
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