Thread by @aventuras_js

THREAD SOBRE AGROTÓXICOS:

É importante lembrar algumas coisas sobre a recente liberação de novos agrotóxicos pela Anvisa.

Primeiro: a absoluta maioria não são 'novos agrotóxicos', são novas marcas genéricas de um princípio ativo.
Além disso, o tempo de demora na liberação...

...nada tem a ver com melhores controles e testes. A maioria dos processos possui burocracias que inibem o desenvolvimento de novas formulações.
Não é como se o serviço público de liberação de atividades econômicas no BR fosse exatamente eficiente. Não é.
Dos agrotóxicos...

...liberados, apenas SETE são novas substâncias.
Outro ponto de reclamação e atenção na mídia é sobre o uso de substâncias proibidas na U.E.
Muitas dessas substâncias ditas proibidas na Europa na verdade NÃO SÃO NEM UTILIZADAS NA EUROPA. E o motivo é simples:

A Europa não possui nem de perto a mesma estrutura climática e ecológica do BR.
Em um cultivo de cana no interior de SP tem mais espécies de insetos que em TODA Europa!
A Europa não produz milho, café, cana e muitos cítricos.

Agriculturas tão diferentes não poderiam nunca utilizar os mesmos esquemas de manejo. Insistir isso é descabido e atestado de burrice.

Apenas como um exemplo de como essas comparações são imbecis:
A Europa possui mais de VINTE agrotóxicos registrados para o cultivo de oliveiras, enquanto o Brasil possui apenas três! Seria isso pq não somos exatamente produtores de oliveiras???

Além desses pontos, vale lembrar que muito do proibido na Europa é liberado no Japão, Austrália, Nova Zelândia, EUA, etc. E ai? Quais os motivos disso?

Há pouco tempo a Reuters trouxe a tona que a OMS escondeu dados que mostravam que o glifosato não é carcinogênicos, por questões políticas, levando à proibição dele na Europa e encarecimento desnecessário de alimentos para os Europeus.

tinyurl.com/ajs-glifosato

Além de ser necessário lembrar que enquanto nossos subsídios na agricultura nacional são da ordem de 3%, na Europa esse valor beira os 20%. Cair em conto europeu é comprar o lado deles na concorrência comercial.

E, enquanto os senhores choram com os agroquímicos, lembro que a agricultura orgânica usa uma série de coisas muito duvidosas em suas produções, dentre elas:

Cobre - carcinogênicos
Chorume - como adubo foliar, rico em patógenos variados
Hidróxido de sódio - sem limites de concentração

Mas claro, ninguém quer parar e ler normas e leis. É mais legal debater - e menos cansativo - com texto do Quebrando Tabu.

A regulamentação de substâncias que podem ser utilizadas na produção de orgânicos, para animais, inclui o uso de homeopatias e florais no tratamento de doenças, mas não de substâncias alopáticas.

Isso é uma decisão muito mais ideológica do que científica.

As novas normas da anvisa são baseadas em normas internacionais, que foram lançadas na ECO-92 e ela passou por vários debates antes de sua aprovação. Segundo a própria anvisa, os debates se iniciaram em 2011. Já era maldade do Bolso desde então?

Mesmo com nada de evidência de que organismo geneticamente modificado traga problema, a regulamentação de compostos orgânicos proibe o uso de controle biológico de praga feito com microorganismos geneticamente modificado...

Ou seja: não adianta usar conhecimento tecnico cientifico para desenvolver um fungo que seja melhor do que agrotóxico para matar praga e deixar de usar este agrotóxico. Ainda assim, o cultivo não seria "organico" para a regulamentação.

Dane-se ciência, yes ideologia ante GMO.