Nesta thread eu reuno alguns dos relatos horripilantes que recebi de mulheres que anunciaram a gravidez no trabalho e passaram a receber um tratamento diferente (graças a Deus, não é o meu caso). Tem um depoimento? Só chamar aqui. Tudo anônimo. Se quiser, manda DM.
1) "Acabei de ser demitida. Era contrato, mas o advogado explicou que bastava o vínculo empregatício pra gerar os direitos. Após informar da gravidez, a chefe começou a me cobrar a abertura de CNPJ. Falei que não pq abriria mão dos direitos de gestante. Me mandou embora na hora."
2) "Tive uma experiência péssima. Assim que comuniquei ficou um clima estranho com minha chefe direta. Eu sabia que ela tinha questões não resolvidas sobre maternidade, por isso não ficava falando nem nada. Éramos bem próximas até o momento que engravidei..."[cont.]
"... e começou um tratamento gelado. A volta foi terrível, ela tratava tudo como frescura. Achava que eu tava causando pq, junto com outras mães, organizamos uma sala pra tirar leite no trabalho. Além de dizer que ela estava me fazendo um favor de não me descontar..." [cont.]
"... os 5 dias que eu passei no hospital com meu filho, a CLT prevê só 2 dias no ano. E isso de uma dita 'feminista empática e tal'. Se tem algo que a maternidade te ensina é que existe um feminismo de conveniência, que protege apenas modernas, brancas e sem filhos catarrentos."
3) "Minha irmã teve pressão alta na gravidez e meu sobrinho nasceu de 7 meses. Não bastasse o problema de saúde, o chefe dela dizia que nunca tinha visto mulher grávida ficar doente. Que a mulher dele tinha trabalhado com uma enxada na mão até o bebê nascer."
4) "No último emprego fui questionada sobre contraceptivos já na entrevista de emprego. Depois a chefe falava (brincando) q ia conferir diariamente se eu tava mesmo tomando pílula. Quando 2 funcionárias engravidaram ela ficava repetindo q estavam desfalcando a equipe. Todo dia."
5) “Comecei a enjoar na sétima semana. O colega do meu lado fazia cara de nojo toda vez que eu ia vomitar no banheiro. Depois soube que ele liderou um grupo pra reclamar de mim na chefia. A melhor parte? O chefe sugeriu que eu gastasse as minhas férias pra ‘me poupar’ um pouco.”
6) “Uma amiga minha me contou que o chefe dela reuniu todas as mulheres e criou uma ESCALA DE GRAVIDEZ para que ele só ficasse com uma funcionária afastada por vez. Se alguma engravidasse fora da escala seria mandada embora.”
7) "Sou um pouco gordinha, então meu chefe pediu que eu não falasse nada da gestação pros clientes, pq eles poderiam achar que eu não daria conta de fechar uma venda. Eu trabalho com produtos para pets."
8) "Minha ex-chefe ameaçou me demitir porque eu vivia enjoada e faltava pra ir nas consultas médicas. Estava no início da gravidez, e ainda tive que ouvir: 'Você é a única grávida que conheço que vive doente!'"
9) "Minha tia, quando engravidou, trabalhava num banco, e lá tinha um ambulatório. Toda vez que ela ia fazer exame de sangue para ver se estava grávida, no resultado vinha as seguintes palavras: 'NÃO GRÁVIDA'. Ela passando mal, até que foi no hospital. O diagnóstico..."[cont.]
"... depois do raio x, era apendicite. Minha tia foi para outro hospital, e lá fizeram mais exames e constaram que a minha tia tava grávida. Então ela levou o resultado no banco e, no fim, mandaram ela embora. Ela teve que entrar com advogado, que deu 2 opções..." [cont.]
"... ou o banco pagava indenização ou recontratava. Ela preferiu ser recontratada, pq precisava do convênio, pq o meu tio trabalhava em uma oficina mecânica e não tinha convênio. Quando passou o período de licença da minha tia, eles mandaram ela embora de novo."
10) “A loja fechou, e nós funcionárias que tivemos que fazer a mudança, pegar caixas pesadas e carregar móveis. Eu estava de 3 meses e também tive que fazer tudo. Quando questionava pq não contratavam uma empresa de mudanças, falavam que eu tava fazendo corpo mole...” [cont.]
“... me mudaram de loja e de horário sem me consultar só pq não podiam me mandar embora, um lugar que eu levava 2h30 pra ir e 2h30 pra voltar. Com 8 meses, quando disse que tava cansada, começaram a me tratar como um peso, inclusive tive que tirar férias antecipadas...” [cont.]
”... quando voltei de licença, tentaram me coagir a pedir demissão usando a desculpa que meu filho era pequeno demais pra ficar sem a mãe por perto. O terror psicológico começou, contavam os minutos em que eu ficava ordenhando, e não podia ser fora do meu horário de almoço.”
11) “A esposa do meu primo trabalhava em loja. Quanto contou da gravidez, o chefe tratou com o maior amor e cuidado, até levava ela nas consultas. Assim que o bebê nasceu, ela ficou o tempo certo sem trabalhar pra cuidar do bebê. No dia que voltou pro trabalho, o chefe demitiu.
12) “Com 20 dias de parida, bebê no peito, meu chefe mandou a secretaria me ligar pra dizer que ele tinha mudado de ideia e que iria antecipar minha volta ao trabalho. ‘Você mesma vai querer voltar, pra que ficar fora 6 meses sem fazer nada?’. Fiquei deprimida, pedi demissão.”
13) “Uma amiga engravidou e foi transferida p/ função de banho dos 20 nenéns, algo pesado. Logo teve pressão alta. A dona da escola disse q se não conseguia q se demitisse. Ela não aguentou, saiu e perdeu os direitos. Magoada, não quis cumprir os 30 dias e teve q pagar por isso.”
14) “Enjoei a gravidez toda. Uma vez no almoço: vomitei na lixeira, pedi pra limpeza trocar o lixo. Não trocaram, todos estavam com birra. Ngm abria o lixo, deixando os lixos tudo em cima, no chão. O chefe pediu pra psicóloga solicitar para eu não almoçar mais na copa...” [cont.]
“... que é o lugar destinado a almoçar. Outro dia, quando havia melhorado um pouco, estava almoçando na copa e uma colega chegou e disse ‘Af você ta aqui??? Vê se não vai passar mal tá’, com uma cara de nojo. Eu fui embora chorando. Me sentir péssima.”
15) “Era um escritório de advocacia famoso por casos de danos morais. Tive um problema na coluna que me obrigava a ir sempre ao médico. Engravidei e a vida virou um inferno: era assistente, me rebaixaram, passei a lavar louça e servir café. Tudo para eu me demitir...” [cont.]
“... mas segui firme. Saindo pra licença maternidade, meus colegas fizeram um chá de bebê. No fim da festa meu chefe disse: ‘Vc deve ter merda na cabeça. Com esse problema na coluna, tão logo soube da gravidez deveria ter abortado’. Se tivesse me batido, teria doído menos.”
16) “Num grande jornal de SP: era uma leva de 5 jornalistas. Parimos num intervalo de 4 meses. 6 meses do fim da licença, todas, menos eu, tinham sido demitidas. Um jornalista arrebentou o joelho no futebol da firma, ficou fora 4 meses e reassumiu normalmente o cargo de editor.”
17) “Já perto do nono mês, precisei descansar no meio da tarde e desci para o ambulatório. Deitei numa maca, mas a enfermeira logo pediu para levantar. O leito tinha que ficar vazio para o caso de chegar alguém doente...” [cont.]
“... na volta da licença maternidade, a empresa havia decidido ‘pejotizar’ alguns dos cargos mais sêniores. Três profissionais puxaram a fila - todas haviam tido filho. E a justificativa foi: vai ser ótimo, você vai ter mais tempo em casa com o bebê.”
18) “Era assistente jurídica p/ 2 advogadas sem filhos. Contei e falaram que era o momento de cuidar do bebê. Eu tinha a ‘escolha’ de continuar trabalhando, mas que iam precisar exigir cada dia mais de mim, ficar indo ao fórum. No fim já tavam com meu salário no envelopinho rs.”
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