Hoje foi canonizada Santa Irmã Dulce dos Pobres, até então conhecida como Irmã Dulce. O que pouco se fala dela é do seu amor por outra causa popular na Bahia: o Esporte Clube Ypiranga.
Quem? Segue o carretel sobre "O Mais Querido".
Quem? Segue o carretel sobre "O Mais Querido".
O Ypiranga foi o maior clube da Bahia até a década de 1950, não à toa ganhou a alcunha de "Mais Querido". Não apenas era o time mais popular da cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos, como de fato era popular: fundado por estivadores, no bairro do 2 de Julho.
Esses mesmos estivadores formariam, anos depois, o lendário bloco Filhos de Gandhy. O Ypiranga claramente precisou de apoio de famílias destacadas da sociedade baiana para se manter, mas jamais perdeu o seu traço popular e, principalmente, negro. E isso vem dos seus primórdios.
Veio do Ypiranga o primeiro grande ídolo do futebol baiano, o negro Popó, "O Craque do Povo". Imagine em plena década de 1920, pouco mais de de 30 anos de abolida a escravidão, uma sociedade racista e segregada como a de Salvador admirando um "futebolista"? Isso era o Ypiranga.
A força do Ypiranga no imaginário da Salvador "de baixo" era tamanha que afetou até os grandes intelectuais orgânicos de outras searas: Mestre Pastinha, pai da Capoeira Angola, adotou o Amarelo e Preto do Mais Querido para o abadá do seu grupo.
Falando em intelectual e mestre, indispensável a menção a outros ypiranguense apaixonados: Jorge Amado e João Gilberto, mestre da letras e da música respectivamente. Abaixo o escritor representando em um jogo.
O Aurinegro dominou por décadas o certame local, sempre identificado como clube do povo, como canta seu hino: "Meu velho Ypiranga, o povo quem te criou, consagrou. O time do nosso amor".
Sofrendo forte concorrência e problemas financeiros, o Ypiranga entrou em decadência. Com o surgimento do EC Bahia, criado por membros dos aristocráticsos Bahiano de Tênis e Atlética da Bahia, perde o posto de maior vencedor.
Também vê outras forças emergentes, como o EC Galícia nos anos 1930, da comunidade galega da Bahia; e depois com a adoção do profissionalismo pelo EC Vitória em 1953, outro clube aristocrático, o "decano", que até então tinha pouco peso.
Atualmente o Ypiranga luta para voltar à primeira divisão do campeonato baiano. Já não tem a mesma massa torcedora, nem o mesmo prestígio, mas certamente é o segundo time de todo bom baiano.
E é aquela coisa... Seu time pode ter vários títulos, um belo estádio, muito dinheiro e grande torcida.
Mas só o Ypiranga tem uma Santa. E ela faz jus à sua história: Santa Dulce 'dos Pobres', assim como o clube Mais Querido da Bahia.
Mas só o Ypiranga tem uma Santa. E ela faz jus à sua história: Santa Dulce 'dos Pobres', assim como o clube Mais Querido da Bahia.
