Templos depredados, protestos e um jovem morto.
Essa é a situação em São Tomé e Príncipe, país africano que é palco de uma revolta contra a Igreja Universal do Reino de Deus.
Mas por que a situação chegou a esse ponto por lá? O @joaofellet explica neste FIO. Vem com a gente 👇
Essa é a situação em São Tomé e Príncipe, país africano que é palco de uma revolta contra a Igreja Universal do Reino de Deus.
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Antes de mais nada, vale lembrar que a denominação do bispo Edir Macedo está presente em 23 países africanos. E essa crise pode resultar na expulsão da Universal de São Tomé e Príncipe, uma ex-colônia portuguesa insular com cerca de 200 mil habitantes.
Toda essa confusão teve início em 11 de setembro, quando o pastor são-tomense Iudumilo Veloso, da Universal, foi preso na Costa do Marfim, acusado de ser o autor de mensagens que denunciariam supostos abusos da igreja contra funcionários africanos.
Nas mensagens, a Universal é acusada de impedir pastores africanos de se casar ou de obrigá-los a fazer vasectomia para que não tivessem filho. O autor também acusa bispos brasileiros de se apropriar de dízimos e de "humilhar, insultar, esmagar e escravizar (pastores) africanos".
O pastor confessou à polícia a autoria das mensagens. Mas sua defesa diz que ele é inocente e foi induzido a assumir a responsabilidade na expectativa de ser solto. A Igreja havia acionado a polícia por considerar que as mensagens continham "mentiras absurdas e calúnias".
A notícia sobre a prisão do pastor chegou a São Tomé e Príncipe com a mulher do religioso. Os depoimentos dela se espalharam e geraram revolta entre muitos são-tomenses, para quem a Universal havia orquestrado a prisão para impedir a divulgação das denúncias.
Em 16/10, centenas de manifestantes vandalizaram e saquearam seis dos 20 templos da Universal em São Tomé. Eles exigiam que a Universal negociassem com autoridades a soltura de Veloso e seu retorno ao país natal. A Polícia interveio, e um manifestante de 13 anos morreu baleado.
Em meio à revolta, o Parlamento do país passou a discutir a expulsão da Universal. Essa possibilidade interrompeu as férias do embaixador brasileiro, Vilmar Júnior, que retornou ao país para tentar apaziguar os ânimos. A ameaça também mobilizou a cúpula da igreja no Brasil.
Um detalhe: o deputado federal Marcio Marinho (PRB-BA), que também é bispo da Universal, foi a São Tomé para tentar controlar a situação. Ele não quis responder se viajou como bispo ou congressista, e nem quem bancou a viagem: facebook.com/search/top/?q=…
A mobilização pela soltura de Veloso surtiu efeito. A advogada Celiza de Deus Lima, que representa o pastor, diz à @bbcbrasil que ele foi libertado nos últimos dias, mas segue impedido de deixar a Costa do Marfim. Leia a reportagem completa: bbc.com/portuguese/bra…
